Sala Lilás acolhe 335 vítimas de violência sexual ou doméstica

15/08/2017 09:47:00


Criada para acolher, atender e dar seguimento na rede de saúde para acompanhamento de pessoas que sofreram violência doméstica ou sexual, a Sala Lilás atendeu no primeiro semestre deste ano 335 pessoas. Embora a maior parte dos atendimentos tenha sido de mulheres adultas, que sofreram violência doméstica ou sexual, o relatório do serviço nos seis primeiros meses de 2017, revela um panorama ainda mais preocupante, quando se observa que 15,2% das vítimas eram crianças e 20,3% adolescentes, de ambos os sexos.

 

A Sala Lilás é resultado de um convênio de 2015 firmado entre a Secretaria Municipal de Saúde, o Tribunal de Justiça, o Rio Solidário, a Secretaria de Segurança do Estado e a Secretaria de Estado de Saúde, para atender pessoas que vão ao IML para o exame pericial nos casos de violência doméstica ou sexual. No espaço de acolhimento, enfermeiras da rede de saúde promovem escuta qualificada, notificação dos casos de violência no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), referenciamento à rede de saúde, para acompanhamento na Unidade de Atenção Primária de referência, atendimento de saúde mental, quando necessário, medicação profilática contra infecções sexualmente transmissíveis e orientações para o aborto legal, além de articular o atendimento com outras instituições de apoio sociais e jurídicas.

 

Nos primeiros 19 meses de funcionamento do serviço, foram atendidas 994 pessoas – 335 de janeiro a junho de 2017. Para além do atendimento pericial, elas foram acolhidas, receberam atendimento de saúde, quando necessário, e foram encaminhadas para a sua unidade de saúde de referência para seguimento, apoio ao caso e encaminhamento qualificado para outros equipamentos de proteção quando desejado, tais como os Centros Especiais de Atendimento à Mulher (CEAM), hospitais ou maternidades, entre outros.

 

Nesses seis primeiros meses de 2017, 206 vítimas atendidas eram adultas (61,5%), 51 crianças e 68 adolescentes. Em dez casos (3%), as vítimas eram idosas. Dos adultos, 99% (200) eram mulheres, em 5,5%, a violência foi sexual; em 52,5% violência física; e em 37,7%, psicológica ou moral.

 

Quando as vítimas eram crianças, 62,5% dos casos foram de violência sexual. As meninas corresponderam a 68,08% das crianças atendidas e os meninos, a 31,91%. Em 87%, a agressão ou abuso ocorreu dentro de casa.

 

No caso dos adolescentes, 35,6% registros foram de violência sexual; 35,6% de outros tipos de violência física e, em 26,9%, psicológica. Nesta faixa etária, 93,75% das vítimas eram do sexo feminino e 6,25%, do masculino. A violência aconteceu dentro do ambiente residencial em 64,1% dos casos atendidos na Sala Lilás.

 

Embora em menor número de casos, em 100% dos casos as vítimas eram mulheres, mas a violência sexual correspondeu a uma parte menor dos casos, 11,1%. Em 88,8%, a violência sofrida foi psicológica ou de outros tipos físicos. A agressão ou abuso aconteceu dentro do ambiente residencial em 88,9% dos casos abordados no espaço.




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