Saúde realiza evento para levar informações a refugiados

20/11/2015 11:57:00


A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em parceria com a ONG Cáritas, apresentou para cerca de 100 refugiados a Caderneta do Usuário da SMS, disponibilizada em inglês e francês, e os serviços da rede municipal de saúde para aqueles que fugiram de seus países por problemas políticos e guerras civis. A atividade contou com profissionais de saúde que informaram e orientaram sobre a estrutura e os serviços oferecido pela SMS, como a ferramenta "Onde ser atendido", no qual o usuário consulta via online a unidade básica de saúde mais próxima da sua residência.

 

"A saúde de todas as pessoas que estão no Brasil é de responsabilidade do Sistema Único de Saúde e, por isso, a prefeitura do Rio de Janeiro, para melhorar o acesso da população e prevenir doenças traduziu as cartilhas e treinou equipes em áreas específicas ara tentar reduzir todo o sofrimento que essas famílias já viveram", ressaltou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

 

A coordenadora de Políticas e Ações Intersetoriais da SMS, Ellen Barreto, explicou que a ação teve como um dos principais objetivos atender a população de forma a preservar as especificidades culturais. "A ação também nos auxilia a mapear e traçar novas estratégias de promoção da saúde para esse público específico", disse.

 

Os refugiados também contaram com ações de saúde bucal, vacinação e orientações sobre doenças sexuais transmissíveis (DST). A ação, que se encerrou com a apresentação do grupo de samba do CAPs Mané Garrincha, aconteceu na sede da Cáritas, no Maracanã.

 

Ernest Kunga: o estudante de Engenharia que, desempregado, sonha em voltar para a faculdade

 

Há sete meses, o estudante de engenharia civil Ernest Kunga, de 30 anos, viu sua vida mudar. Nascido e criado na República do Congo, o jovem precisou fugir de seu país para o Brasil para garantir a própria sobrevivência e liberdade. No Congo, ele deixou a mãe, os irmãos, a noiva, os estudos e o emprego. No Rio de Janeiro. a história de Ernest cruza com a de muitas outras pessoas que precisaram fugir de sua terra-natal e do cenário de ditaduras, censuras e guerra.

 

"Eu acho que nunca mais pisarei no meu país. Não dá. É ditadura, é guerra. Sinto muita saudades de minha mãe, meu sonho é trazê-la pra cá", afirma Ernest, que aprendeu rapidamente a falar português. "Estou desempregado há dois meses. É tudo muito difícil, mas sei que vou conseguir voltar a estudar, terminar minha faculdade. Estou fazendo os cursos que eu posso, de graça. E estou tentando conseguir todos os meus documentos".

 

Durante o evento, Ernest foi cadastrado na estratégia Saúde da Família, da Secretaria Municipal de Saúde. A partir de hoje, o jovem, que vive em Brás de Pina, já sabe onde encontrar atendimento médico quando precisar: na Clínica da Família Heitor dos Prazeres. "A saúde não tem preço. A vida é muito importante e aqui no Brasil o acesso à saúde pública é valorizado, diferente do meu país, dos Estados Unidos. É muito bom saber que a Prefeitura está fazendo tudo isso junto com a Cáritas. Precisamos muito da ajuda de todos", ressaltou.  




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