Prefeitura notificou consórcios, que devem levar cerca de 18 meses para reparar a estrutura comprometida do estádio
07/06/2013 16:03:00 » Autor: Juliana Romar/Fotos: Raphael Lima
A Prefeitura do Rio disponibiliza a íntegra do laudo técnico apresentado pela Comissão Especial de Avaliação do Engenhão (criada pelo decreto 37.152, de 14/5/2013), formada por engenheiros da prefeitura e do meio acadêmico, que constatou comprometimentos estruturais nos arcos e tirantes que sustentam a cobertura do estádio.
O documento, que embasa a recomendação de interdição do Estádio Olímpico João Havelange, no Engenho de Dentro, foi apresentado em entrevista coletiva realizada no auditório do Centro Administrativo São Sebastião (CASS), na última sexta-feita (7/06), na qual o secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto, o presidente da RioUrbe, Armando Queiroga, e o representante do Consórcio Engenhão (formado pelas empresas Odebrecht e OAS), Marcos Vidigal, atestaram que a cobertura do estádio tem risco iminente de colapso, provocado por um erro de projeto, constatando que a estrutura metálica se deslocou cerca de 50% a mais do que o previsto. A comissão realizou vistoria atécnica no equipamento em 4 de junho e teve acesso a toda documentação e memória de cálculos existentes sobre o estádio, além de realizar consultas aos projetistas e construtores.
A Prefeitura do Rio já notificou os dois consórcios responsáveis pela construção do estádio – o primeiro formado pelas construtoras Racional, Delta e Recoma; e o segundo pela Odebrecht e OAS – para que as obras corretivas sejam iniciadas imediatamente. As intervenções devem ser executadas em torno de 18 meses e os consórcios deverão arcar com os custos, pela garantia de obra, conforme previsto na legislação, sem ônus adicionais aos cofres municipais.
O Consórcio Engenhão, que trabalha em parceria com o corpo técnico da Comissão, apresentou a solução proposta para eliminar o risco de colapso e, sobretudo, manter o estádio dentro dos padrões de segurança exigidos. O projeto ainda será detalhado e o primeiro passo será fazer o escoramento da cobertura, para que posteriormente seja executado o reforço do arco e dos tirantes Leste e Oeste. A técnica utilizada não trará alteração visual ao projeto.
- Parece uma obra simples, mas não é. O arco se movimentou bastante e colocou em risco os níveis de confiabilidade, que agora precisam ser recompostos; são mais de 60 tesouras para serem reforçadas e várias peças ao longo do arco. Tudo isso demanda estudos e projeto executivo e é extremamente necessário e fundamental para que a prefeitura possa reabrir o estádio com segurança para seus frequentadores – disse o presidente da RioUrbe, Armando Queiroga.
O Engenhão está interditado desde o dia 26 de março, quando o prefeito Eduardo Paes recebeu laudo de uma empresa alemã contratada pelo Consórcio Engenhão, a SBP (Schlaich Bergermann und Partner), detectando problemas estruturais na cobertura do estádio. Monitoramento de rotina realizado pelo consórcio detectou falhas na cobertura do estádio, que poderiam oferecer risco à segurança dos frequentadores em determinadas condições (baixa temperatura e alta velocidade de vento, por exemplo).
Desde 2007, quando o estádio foi finalizado, o Consórcio Engenhão, em conjunto com a empresa projetista Alpha e a certificadora de projeto Tal Projecto (TAL), vem acompanhando o comportamento da cobertura metálica. Foram apresentados laudos de acompanhamento dos anos de 2007, 2009, 2010 e 2013.
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