Secretaria Municipal de Cultura - SMC
Pessoas em situação de vulnerabilidade assistem sessão exclusiva de espetáculo na Cidade das Artes

13/08/2018 17:53:00


 
A Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, levou na sexta-feira (10) cerca de 120 pessoas das Unidades de Reinserção Social que fazem parte do Projeto Circulando para uma sessão exclusiva do espetáculo "Nefelibato", na Cidade das Artes, nesta sexta-feira. 
 
O espetáculo mostra a história de Anderson, um homem que viu sua vida ser afetada pelo confisco da poupança de sua avó, na década de 90. Após uma internação no hospício, ele passa a morar na rua, e mantém fortes lembranças da época em que dirigia uma agência de turismo.
 
"A Secretaria Municipal de Cultura mantém o projeto Outros Comuns, que visa promover a cidadania cultural dos grupos historicamente à margem das políticas culturais. Esse é um dos nossos eixos estratégicos. Queremos acolher também efetivamente essas pessoas. Assim como hoje eles vieram até aqui, com frequência nós levamos manifestações artísticas e culturais aos abrigos", afirmou a Secretária Nilcemar Nogueira.
 
A professora Renata Caruso, do Departamento de Terapia Ocupacional da UFRJ, que coordena o projeto Outros Comuns, destaca a importância da parceria com outras pastas para o sucesso do programa:  "É importante fortalecer a parceria com a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos porque o Outros Comuns visa apoiar essa população em vulnerabilidade, e um evento como esse é muito positivo para as ações que realizamos no Centro Cultural Municipal José Bonifácio". 
 
Após a apresentação e depoimentos do público, o Secretário Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, João Mendes comprometeu-se a olhar mais para a questão do acolhimento. "Diversas questões levam a essa situação, mas é importante encontrar a reconstrução, e o Estado pode ajudar. Nós, junto com a sociedade civil, somos responsáveis uns pelos outros. 
 
Após a apresentação, o ator Luiz Machado iniciou um debate com o público. Essa foi a primeira vez que a peça foi apresentada para aqueles que são representados no palco. "Fiz questão de ter esse encontro com vocês e estou muito emocionado", afirmou ele, que abriu o microfone para a plateia. 
 
Entre aqueles que quiseram contar sua história estava Luiz Sebastião Gracindo. Atualmente, ele vive no Centro de Acolhimento Plínio Marcos, em São Cristóvão, e lembrou que trabalhava numa fábrica de vassouras antes de perder os filhos assassinados por milicianos. Ele precisou deixar a casa e chegou a se envolver com drogas: "Eu fui ao fundo do poço, mas agora quero resgatar a minha vida. Não costumo contar o que aconteceu para ninguém, mas a peça me emocionou e decidi fazer esse relato".