Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro

 

 


 

Prefeitura fornece medicamentos naturais a pacientes da rede de Atenção Primária

07/10/2016 10:50:00  » Autor: Juliana Romar / Fotos: Ricardo Cassiano


Quem nunca pensou em tratar uma doença com um medicamento natural e com menos efeito colateral possível? Seja para curar uma dor de garganta, uma entorse ou uma inflamação crônica, as plantas medicinais são ótimas aliadas no tratamento dos males da população carioca. A ideia surgiu na década de 80, quando profissionais de saúde começaram a atuar de forma voluntária com a acupuntura, fitoterapia e homeopatia no Hospital Municipal Paulino Werneck. E foi pensando em atender a demanda desse público que acredita nesta prática terapêutica que a Prefeitura do Rio criou, em 1992, a Medicina Alternativa, hoje denominada Práticas Integrativas e Complementares, que já beneficiou milhares de pessoas nesses 25 anos.

 



O Município do Rio atua em consonância com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares e com o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que têm como objetivo ampliar a assistência farmacêutica em fitoterapia, oferecendo aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) fitoterápicos de qualidade e de forma racional.

 

 

 

- Com relação à fitoterapia, a Área Técnica de Práticas Integrativas e Complementares atua nos moldes do projeto Farmácia Viva, criado pelo professor e farmacêutico Francisco José de Abreu Matos, do Ceará, desenvolvendo o cultivo de espécies medicinais no horto da Fazenda Modelo, em Guaratiba, em uma área de dois hectares, de onde são fornecidas as matérias-primas vegetais para a produção de fitoterápicos - explicou a subgerente da Área Técnica de Práticas Integrativas e Complementares, Helene Frangakis de Amorim.

 

 

Esses medicamentos são produzidos pela Farmácia de Manipulação de Fitoterápicos do Município do Rio de Janeiro, localizada no Hospital Municipal Raphael de Paula e Souza, em Curicica, Jacarepaguá. De lá, atualmente, saem em média 6 mil medicamentos, por mês, para cerca de 182 unidades de saúde da Rede de Atenção Primária, distribuídas nas dez CAPs (Coordenação de Áreas Programáticas) do município.

 

 



O trabalho em Curicica é realizado por uma equipe de quatro profissionais, sendo um farmacêutico, um oficial de farmácia, um técnico de laboratório e um administrativo, que produzem, hoje, fitoterápicos em três formas farmacêuticas: cremes (ureia com calêndula, arnica e erva baleeira), sachês de chá de erva cidreira e colutório de transagem.

 



Os produtos são indicados para inflamações da pele, lesões, úlceras, artralgias, artrites e artroses, processos inflamatórios de origem reumática, traumatismos, dores musculares, entorses, nervosismo, ansiedade, cólicas, tosse seca e irritativa, aftas e herpes, amigdalites e laringites, entre outros males. Podem receber os medicamentos apenas os pacientes que tiverem prescrição médica.

 

 

 

- Existe essa cultura antiga de que "plantinha" não faz mal, mas tem efeitos colaterais como qualquer outro medicamento, por isso a necessidade de prescrição médica. O fitoterápico é um medicamento seguro, com ótima atividade terapêutica. Para manter os princípios ativos das plantas, temos na Fazenda Modelo uma área de cultivo, bem como uma área de beneficiamento, que inclui colheita, secagem e armazenamento. Nossas plantas são identificadas, cultivadas de forma orgânica, visando atender as necessidades primárias da cadeia técnica para se chegar ao produto final – explicou a farmacêutica responsável pelo centro de produção e distribuição em Curicica, Giovana Toscano.

 



Na Fazenda Modelo, a colheita, secagem e armazenagem das plantas são controladas até serem enviadas para a Farmácia em Curicica, onde passam por um trabalho de pesagem, fabricação, rotulagem e loteamento. Em seguida, é feita a distribuição de acordo com a demanda de cada unidade de saúde.

 



Morador de Curicica, o agente administrativo Flávio de Oliveira Romano, 67 anos, é adepto do tratamento com plantas medicinais há mais de dez anos e não abre mão dos fitoterápicos:

 



- Já usei vários fitoterápicos e todos eles responderam positivamente. Hoje, eu recomendo a qualquer um que precise. A principal diferença é que a maioria dos alopáticos causam efeito colateral. O fitoterápico até tem, mas se usado corretamente o efeito é bem minimizado. Não vivo sem o colutório de transagem que uso como antisséptico bucal diariamente e também o creme de arnica que é ótimo para acabar com as dores causadas por pancadas no futebol.

 

 

Já o auxiliar de farmácia José Antônio Alves, 52 anos, faz uso dos fitoterápicos há 30 anos e já conseguiu a adesão da família na utilização dos medicamentos:

 

 


- É muito melhor do que o industrializado e o benefício financeiro é muito grande. Não preciso gastar dinheiro porque pego tudo na rede pública e, para a saúde, se a pessoa usar conforme a prescrição médica terá grandes benefícios e melhores do que os alopáticos. Lá em casa a minha família toda usa e adora. Substituímos os antiinflamatórios e antibióticos e, hoje, fazemos uso dos fitoterápicos para hidratar mãos e pés ressecados, para contusão, inflamações na garganta e muito mais. Recomendo pra todo mundo, com certeza. 


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