07/09/2016 23:42:00 » Autor: Fonte: RMC - Fotos: Beth Santos (Maracanã) Fábio Gonçalves (Candelária)
Uma cerimônia emocionante realizada no Estádio do Maracanã, nesta quarta-feira (07/09), marcou a abertura dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Logo após a contagem regressiva, a entrada do atleta paralímpico Aaron Wheelz em uma cadeira de rodas por uma megarrampa instalada no estádio, acompanhada de fogos de artifício, deu o tom da festa que destacou questões como superação, inclusão e igualdade. O espetáculo, que teve como tema “Todos têm coração”, contou com direção criativa assinada pelo jornalista Marcelo Rubens Paiva, pelo artista plástico Vik Muniz e pelo designer Fred Geli.
Em outros momentos de destaque, uma projeção transformou o Maracanã em uma grande piscina para o nadador Daniel Dias (medalhista das Paralimpíadas de Pequim e Londres, com 10 medalhas de ouro, 1 de prata e 1 de bronze); e o maestro João Carlos Martins interpretou o Hino Nacional ao piano, enquanto voluntários formavam a bandeira do Brasil no gramado. O estádio também teve suas luzes totalmente apagadas para que dançarinos com bengalas luminosas pudessem lembrar ao público como a falta da visão ajuda a ampliar os outros sentidos. E a bandeira paralímpica foi conduzida por crianças deficientes unidas a seus pais por botas especiais que as ajudavam a reproduzir os movimentos de caminhada.
Na entrada das delegações, assim como na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos – quando os atletas entraram carregando mudas de plantas -, os paratletas foram convidados a participar do espetáculo. Cada equipe trazia uma peça de quebra-cabeça que, ao final, ajudava a compor uma obra exclusiva de Vik Muniz com imagens de rostos de atletas paralímpicos. Ao fim do desfile, o próprio artista encaixou a última peça do quebra-cabeças, que se transformou em um coração pulsante.
À frente da delegação brasileira, a porta-bandeira Shirlene Coelho – atual campeã paralímpica e recordista mundial do lançamento do dardo na classe T37, para paralisados cerebrais – representava os 286 atletas brasileiros, a maior delegação do país em uma Paralimpíada.
Para a formação dos Agitos (eu movo, em latim), símbolo das Paralimpíadas composto por três semiarcos nas cores vermelha, azul e verde, velas conduzidas contra o vento por voluntários tomaram conta do centro do estádio. Em um dos momentos mais aguardados da cerimônia, a atleta Amy Purdy – medalhista de bronze nos Jogos Paralímpicos de Inverso Sochi 2014 – dançou com um braço mecânico.
Na sequência, a Chama Olímpica chegou ao Maracanã conduzida pelo atleta Antônio Delfino, foi passada para Marcia Malsur, e depois para Ádria Rocha Santos, que a entregou ao nadador Clodoaldo Silva, encarregado de acender a Pira Paralímpica; a mesma escultura dos Jogos Olímpicos, esculpida pelo artista americano Anthony Howe, que desta vez foi posicionada no setor leste do estádio.
O encerramento da cerimônia ficou a cargo do cantor Seu Jorge, que fechou a festa com “E vamos à luta”, de Gonzaguinha, e “É preciso saber viver”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Logo após a cerimônia, a pira instalada em frente a Igreja da Candelária, no Boulevard Olímpico no Centro do Rio, foi acesa automaticamente, com uma queima de fogos.
Os Jogos Paralímpicos acontecem até 18 de setembro. Ao todo, participarão 4.350 de 176 países – o maior número da história da Paralimpíada, que nesta edição terá 22 modalidades. A cerimônia contou com a presença do presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), Philip Craven; do presidente da República, Michel Temer; do presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons; do presidente do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman; do governador licenciado do Rio, Luiz Fernando Pezão; do governador em exercício, Francisco Dornelles; e do prefeito Eduardo Paes.