04/07/2016 13:53:00 » Autor: Flávia David / Fotos: Ari Kaye
Começou nesta segunda-feira (4/07), na Praça Mauá, a operação Centro Presente. Uma parceria da Prefeitura do Rio com a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos e o Sistema Fecomércio RJ, a ação terá cunho permanente e, a exemplo do que já é realizado na Lapa, Aterro do Flamengo, Lagoa e no Méier, será focada na coibição de roubos e furtos, consumo e comércio de drogas e, ainda, na promoção do ordenamento urbano das áreas patrulhadas.
- É um projeto que vem tendo uma resposta positiva da sociedade. Trata-se de um grande somatório de esforços e é por isso que apoiamos essa iniciativa. Por entendermos que qualquer esforço que complemente as ações de segurança pública são fundamentais para o dia a dia da nossa cidade. A abordagem que é feita por essa equipe, a forma de patrulhamento e de proximidade com a população trazem muitos ganhos. Isso é muito importante, mais como um legado que a cidade receberá do que propriamente para o período dos Jogos Olímpicos - disse o secretário executivo de Coordenação de Governo, Rafael Picciani.
O Centro Presente conta com a presença ostensiva de 528 agentes de segurança, entre policiais militares e agentes civis, nos principais corredores do Centro, entre a Região Portuária e o entorno do MAM e do Aeroporto Santos Dumont. O reforço que chega à região central da cidade é maior do que as quatro operações juntas já realizadas nos outros quatro bairros e será feito diariamente, das 6h30 às 22h30. Além do patrulhamento a pé, também terá o apoio de 66 bicicletas, 24 motos e 15 viaturas (carros e vans).
Para o secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Paulo Melo, o início da operação no Centro é fruto do sucesso das edições anteriores:
- Esse trabalho com o governo municipal e a Fecomércio vai permitir que a população tenha um pouco mais de tranquilidade para gozar das belezas do Rio de Janeiro, especialmente aqueles que trabalham diariamente em nossa cidade.
O Centro Presente receberá investimento anual de R$ 47 milhões para o pagamento do salário das equipes e despesas operacionais, como uniformes, materiais e combustível. O custo será dividido entre o governo municipal e a Fecomércio, que já possui parceria com o Governo do Estado no investimento das operações Aterro Presente, Lagoa Presente e Méier Presente.
- O investimento no projeto Segurança Presente traz uma contribuição de interesse público, gerando ao mesmo tempo mais qualidade de vida para o cidadão e oportunidades de negócio nas regiões patrulhadas. Eu diria que se trata de inclusão social em sua mais ampla definição - afirmou o presidente da Fecomércio RJ, Orlando Diniz.
O patrulhamento será implantado em três etapas: a primeira, iniciada hoje, contempla a área que vai da Praça Mauá até a Igreja da Candelária, na Avenida Presidente Vargas. Nesta região, a operação contará com 168 agentes por dia, incluindo policiais militares da ativa e da reserva, além de agentes civis egressos das Forças Armadas. Em 15 dias, o patrulhamento vai avançar da Candelária até a Praça 15, com 216 agentes. Dez dias depois, irá se expandir até a Cinelândia, com mais 144 agentes. Três coordenadores serão responsáveis por toda a operação nos principais corredores de comércio do Centro, incluindo a Região Portuária, Gamboa e Saúde.
- A prefeitura vem apostando em um projeto que está dando certo. Já tivemos a implantação do Segurança Presente na Lapa, em seguida no Aterro, Lagoa e Méier. Agora chegou a vez do Centro da cidade. Buscamos ajudar os órgãos de segurança pública, desobrigando um pouco dessa área para que atuem em outras regiões da cidade - falou o secretário municipal de Ordem Pública, Leandro Matieli.
Como acontece nas demais operações, as equipes também utilizarão câmeras para filmar as abordagens e serão monitoradas por GPS. Uma central própria de emergência e sistemas integrados ao Centro de Operações Rio (COR) estará à disposição dos agentes. Além disso, os policiais usarão, preferencialmente, equipamentos de menor potencial ofensivo, como armas de choque e spray de pimenta. Em todas as áreas, o patrulhamento a pé, de bicicleta e de moto será feito em trios, formado por dois policiais e um agente civil. As rondas em viaturas serão realizadas por duplas, sendo um policial e um agente civil.
Para aqueles que vivem ou trabalham na região central da cidade, a operação não poderia ter vindo em melhor hora, uma vez que conseguirão, enfim, sem medo. Para a professora Maria de Fátima do Carmo, de 55 anos, as medidas de segurança vão transformar a realidade do local:
- Passo há muitos anos por aqui e sempre senti um medo imenso de sofrer qualquer tipo de violência. A partir de agora, me sentirei acolhida ao passar pelo centro, sabendo que existem pessoas de prontidão para nos cuidar. Estou muito feliz pelo início dessa operação e tenho absoluta certeza de que, com a repaginada que sofreu e o Centro Presente, a região central da cidade já pode comemorar um novo tempo. A paz que a gente tanto deseja está próxima.
Assim como Maria de Fátima, a balconista Kely Cristina dos Santos Emídio, de 36 anos, também comemorou a novidade:
- É uma iniciativa que caiu do céu. Estávamos precisando disso. Será muito bom poder andar pelo centro sem precisar olhar para as pessoas com desconfiança o tempo todo. É péssimo ter que se agarrar a bolsa sempre que alguém se aproxima. Mais policiamento significa mais tranquilidade. E é assim que viveremos daqui para frente ao passarmos pelo centro da cidade.
Morador de São Cristóvão, o vigilante Ivo da Silva Correia, de 23 anos, torce para que a iniciativa se expanda para outras regiões da cidade, especialmente a localidade onde vive. Para ele, que estava visitando a Praça Mauá com a mulher, Mariely Costa, a Operação Centro Presente já está aprovada:
- Em um lugar que foi totalmente reformulado e que agora é turístico, era fundamental que se oferecesse mais segurança. A partir de hoje, cariocas e visitantes não sentirão mais receio de tirar suas câmeras e celulares da bolsa. Torço para que o projeto seja estendido a outras localidades, que também necessitam de maior patrulhamento, como o bairro de São Cristóvão e a Quinta da Boa Vista.
A ação conta com a participação de diversos órgãos: Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Polícia Militar, Polícia Civil, Comando Militar do Leste, Secretaria Executiva de Coordenação de Governo da Prefeitura, Guarda Municipal, secretarias municipais de Ordem Pública, de Desenvolvimento Social, de Conservação, de Transportes e Comlurb. Durante o patrulhamento, serão realizadas ações sociais como acolhimento de pessoas em situação de vulnerabilidade.
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