26/01/2016 16:10:00 » Autor: Juliana Romar / Fotos: Paula Johas
A Prefeitura do Rio restaurou, nesta terça-feira (26/01), o monumento em homenagem a Carlos Drummond de Andrade, no Posto 6, em Copacabana. A obra foi alvo de atos de vandalismo no início de dezembro. Na ação, os criminosos furtaram pela nona vez os óculos do poeta e chutaram inúmeras vezes a peça, o que provocou fissuras principalmente na cabeça. A recuperação da estátua é uma parceria entre a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (Seconserva) e a empresa francesa fabricante de lentes oftálmicas Essilor/Varilux, adotante do monumento há sete anos e responsável por sua limpeza e manutenção. O custo da restauração foi de R$ 11.500.
- Graças à parceria com a iniciativa privada estamos recuperando a estátua de Drummond sem usar recursos públicos. O Rio de Janeiro, hoje, é a cidade que mais possui monumentos em todo o Brasil, e a estátua de Drummond é o segundo mais visitado, só perdendo para o Cristo Redentor. É inadmissível que os nossos monumentos públicos continuem sendo alvo de criminosos – disse o secretário de Conservação, Marcus Belchior.
O serviço de recuperação foi coordenado por funcionários da Gerência de Monumentos e Chafarizes da Seconserva. A obra recebeu trabalhos de soldagem para corrigir as fissuras e fazer a recolocação dos óculos, que teve uma parte furtada encontrada no mar dias após o vandalismo. A parte da haste que acabou perdida durante a ação criminosa teve de ser reconstruída. A estátua de Drummond foi feita em bronze pelo artista plástico Léo Santana. Ela foi instalada em 2002 para a comemoração do centenário do poeta e é monitorada por uma câmera do Centro de Operações Rio.
- Se você quer levar um pedaço do Drummond, leve seus livros, leve sua obra. Essa é a mensagem que a gente quer deixar aqui. O objetivo é chamar atenção da população para o cuidado e conservação do monumento. As pessoas precisam respeitar esse patrimônio do nosso país e a melhor maneira é fazer com que as obras do poeta sejam cada vez mais conhecidas – explicou o diretor de marketing no Brasil da Essilor, Maurício Confar.
A fisioterapeuta Tereza Monte, 53 anos, foi uma das contempladas com o livro "O gerente". Emocionada, a moradora de Copacabana elogiou a recuperação do monumento:
- Vi Drummond vivo, quando eu tinha seis anos, ele comprava pão na padaria ao lado da minha casa. Eu era criança e não sabia quem era, mas hoje sou muito apaixonada por suas obras e adorei ganhar esse livro que eu ainda não tinha. Fico muito triste com essa depredação, mas a reconstrução é algo importante porque a estátua é um ganho para a orla. É um alívio ver uma coisa tão legal, simbólica e significativa voltar a ser como era antes, inteira.
Já a capixaba Izabel Maria Laeber, 49 anos, de férias no Rio, não perdeu a oportunidade de tirar uma foto com a estátua, mesmo antes do restauro:
- Essa estátua é um ícone da cultura do Brasil inteiro, além de ser um ponto turístico da orla de Copacabana. Essa é a quinta vez que venho ao Rio, mas a primeira que tiro foto com o monumento. É um símbolo. Acho uma falta de consciência do ser humano e uma falta de respeito esse vandalismo.
Desde dezembro, a Seconserva realizou nas redes sociais a campanha de conscientização "Cariocas não gostam de monumentos vandalizados". Para participar, bastava publicar no Instagram uma foto com o monumento favorito usando a hashtag #riomonumentos. A cada semana as cinco melhores fotos ganhavam a camisa da campanha. A iniciativa se encerrou na última segunda-feira (25/01).
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