27/05/2015 23:58:00 » Autor: Ricardo Albuquerque / Fotos: J.P.Engelbrecht
O prefeito Eduardo Paes participou, nesta quarta-feira à noite (27/05), do lançamento do projeto de reformulação do Moinho Fluminense, na Região do Porto Maravilha. Com investimento de R$ 1 bilhão, o empreendimento terá 100 mil metros quadrados de área disponível, unindo um símbolo arquitetônico tombado pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) e construções modernas, transformando o espaço no maior complexo hoteleiro, residencial e empresarial da cidade. As obras começam ano que vem, com previsão de término para 2018.
— É bom deixar claro que não há recurso público neste empreendimento, tampouco nas obras de revitalização do Porto Maravilha. Trata-se da Parceria Público Privada (PPP), que permitiu derrubar a Perimetral e está fazendo o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Esse modelo permite que a prefeitura continue a fazer a escola, posto de saúde e realizar outras intervenções. A ideia fundamental é que a cidade se torne mais justa e mais integrada — explicou o prefeito.
O novo complexo prevê um hotel design com mais de 200 quartos, uma torre de mais de 50 mil metros quadrados de área para locação, um centro de lojas de aproximadamente 17 mil metros quadrados, com cinemas e praça de alimentação, um centro médico, escritórios e 36 unidades residenciais. Uma das estações do VLT será em frente ao Moinho Fluminense, que terá ainda mais de mil vagas de estacionamento.
Uma das características do novo espaço será a construção com base no Leed (Leader in Energy anda Environmental Design), certificado internacional de sustentabilidade e orientação ambiental para edificações, com objetivo de incentivar projetos com foco na sustentabilidade. A certificação preconiza a viabilidade econômica do empreendimento, se é socialmente justo e se contribui para o crescimento das pessoas envolvidas. A qualidade ambiental, o uso da água, energia e atmosfera também são avaliados.
— Esta iniciativa vai trazer alternativas de lazer, acesso a serviços, ofertas de emprego e geração de renda, especialmente para quem mora e trabalha na região que viveu um processo de degradação durante muito tempo — disse o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), Alberto Silva.
O Moinho Fluminense serviu de cenário para fatos históricos. Seis anos após ser inaugurado, em 1893, o ministro da Fazenda Ruy Barbosa se escondeu no prédio para evitar os integrantes da Revolta da Armada, contra o governo do presidente Floriano Peixoto. Em 1904, a população montou barricadas em frente ao prédio, no episódio que ficou conhecido como a "Revolta da Vacina". Ao final da Primeira Guerra Mundial, imigrantes portugueses de origem camponesa encontraram no moinho uma oportunidade de trabalho logo que desembarcavam no cais do porto. A inauguração também é considerada um marco da fabricação do pão no país, que importava a matéria-prima. O projeto é desenvolvido pelas empresas Carioca Engenharia e Vinci Partners, que compraram a área da Bunge do Brasil, atual controladora do Moinho Fluminense.
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