Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro

 

 


 

Qualidade do ar no Centro melhora após modificações no trânsito

21/05/2015 11:49:00  » Autor: Flávia David / Fotos: Raphael Lima e Divulgação/SMAC


No ano passado, o trânsito na região central da cidade passou por grande processo de reestruturação, fruto da implantação do novo sistema de mobilidade urbana do projeto Porto Maravilha. O sistema de transporte também passou por modificação com o novo traçado das linhas de ônibus. O destaque ficou por conta do fechamento de vias importantes do Centro para as obras de implantação do corredor VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Hoje, mais de um ano depois, a cidade recebe uma boa notícia: levantamento recente do Programa MonitorAr-Rio apontou diminuição do índice de emissão dos gases de efeito estufa e um crescimento de 70,7% da qualidade do ar naquela região.

 

A novidade foi recebida com entusiasmo pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, uma vez que o transporte é responsável por 37% da emissão dos gases de efeito estufa na cidade. De acordo com o órgão municipal, sempre que ocorre uma alteração nos modais, no sentido de diminuir o fluxo de veículos, é gerada uma expectativa de redução da emissão de poluentes atmosféricos. E é justamente esta expectativa que simboliza as ações da prefeitura ao incentivar práticas sustentáveis na gestão da cidade.

 

Com o objetivo de reduzir a emissão de gases veiculares (fator que mais contribui para poluição atmosférica), o município investe pesado na implantação dos sistemas de BRT e BRS, com o aumento do número de passageiros em transporte de alta capacidade e a diminuição da frota de ônibus em circulação. Outra medida adotada pela prefeitura é a ampliação da malha cicloviária da cidade, saindo de 150 km existentes em 2009 para atuais 380 km, conquistando o título de "Capital Brasileira da Bicicleta", e assumindo a segunda posição entre as cidades da América Latina. A meta do governo municipal é alcançar a marca de 450 km de ciclovias até 2016.

 

O Programa MonitorAr-Rio dispõe de oito estações fixas (Centro, Copacabana, São Cristóvão, Tijuca, Irajá, Bangu, Campo Grande e Pedra de Guaratiba) compostas de analisadores de partículas e gases que operam 24 horas por dia, nos sete dias da semana. O programa também conta com uma unidade móvel que analisa cada região da cidade durante um período de três meses.

 

À frente deste trabalho, o gerente de Monitoramento do Ar, Bruno Bôscaro França, afirma, especificamente sobre o Centro, que as ações da prefeitura naquela região estão sendo transformadoras e que as pessoas que passam por li estão ganhando qualidade de vida:

 

- As interdições na região, bem como a proibição de estacionamento, inibiu a circulação de carros particulares, o que interferiu diretamente na qualidade do ar que se respira ali. As vias passaram a ser ocupadas quase que exclusivamente por veículos de transporte de massa e a concentração de poluentes caiu. Quem ganha com isso é a população, em saúde - afirmou, acrescentando que os relatórios de qualidade do ar de todas as regiões da cidade são disponibilizados diariamente no site da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e nos boletins diários divulgados pelo Centro de Operações Rio (COR). Segundo Bruno, essas informações são fundamentais para nortear as ações da prefeitura. Com base nos dados obtidos, pode-se identificar uma situação de emergência e alertar a população. Esse alerta é emitido pelo COR.

 

Além das alterações viárias e investimentos em mobilidade urbana, o governo municipal também incentiva a prática das construções verdes a partir do "Programa Morar Carioca Verde", coordenado pela Secretaria Municipal de Habitação, com conceitos de sustentabilidade e redução de emissão de poluentes pela construção civil, que também colabora para a melhoria da qualidade do ar. Para isso, são empregados nas intervenções materiais alternativos que não impermeabilizam o solo, iluminação pública em LED, coleta seletiva de lixo, aquecimento solar e reaproveitamento de água da chuva.

 

Saiba mais sobre Programa MonitorAr-Rio

 

O primeiro estudo visando ao diagnóstico de qualidade do ar por uma rede de monitoramento, promovido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, ocorreu em 1996. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ficou encarregada do desenvolvimento do projeto. O estudo orientou o início das atividades de monitoramento da qualidade do ar sob a responsabilidade da gestão municipal no ano de 2000. A rede instalada na ocasião contava com quatro estações fixas automáticas e uma estação móvel.

 

Após um intervalo de dois anos de interrupção do funcionamento da rede, em 2008, a Prefeitura do Rio e a Petrobras firmaram um convênio para implantação do programa, cujo objetivo foi restabelecer a operação da rede municipal de monitoramento de qualidade do ar. Além da reativação da coleta de dados, o convênio entre as duas entidades contemplou a ampliação do serviço com a aquisição de quatro novas estações fixas, assim como a complementação das antigas estações, pelo investimento em sensores meteorológicos, analisadores de ozônio.

 

A parceria também possibilitou a criação de um programa de educação ambiental voltado para o tema "Qualidade do Ar", que promove a conscientização de crianças, adultos e idosos . Equipes de Educação Ambiental visitam escolas da rede municipal, universidades e escolas técnicas com uma série de atividades para orientar seus alunos sobre a necessidade de preservação do ar. Além disso, são realizadas exposições em locais públicos que incluem atividades educativas para todas as idades. Além disso, o MonitorAr-Rio também dá suporte a trabalhos acadêmicos em universidades.
 


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