Em comemoração ao Dia Mundial da Camisinha, a Prefeitura do Rio levou à Vila Mimosa, na tarde desta sexta-feira (14/02), um bloco formado por agentes, educadores, voluntários e outros profissionais de saúde para realizar ações de prevenção e conscientização contra doenças sexualmente transmissíveis. A distribuição gratuita de cinco mil kits de prevenção incluiu preservativos femininos, além do gel lubrificante e das camisinhas masculinas.

A campanha na Vila Mimosa realizou também testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites, encaminhando os casos positivos à rede de atendimento especializado da Secretaria Municipal de Saúde. Mais de 500 doses de vacinas contra hepatite B, difteria, tétano e triviral (rubéola, caxumba e sarampo) foram aplicadas entre 14h e 20h.

O educador em saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Márcio Villar, disse que os serviços  são bem recebidos na Vila Mimosa, embora seja um território complexo com características próprias que exigem estratégias diferenciadas da Secretaria Municipal de Saúde:

— Nosso objetivo é mobilizar esse público que frequenta esse espaço porque, em breve, a Vila Mimosa será assistida pelo Programa de Saúde da Família, uma das estratégias da secretaria, por isso esse trabalho é um conjunção de esforços de vários parceiros da prefeitura.

Para garantir a abrangência da ação, a Secretaria Municipal de Saúde montou três pontos de atividades. Na Rua Ceará, os testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites precediam a rápidas palestras sobre o tema e à entrega de folhetos sobre tabagismo passivo, conjuntivite e problemas renais e saúde bucal. Um kit com escova de dente, fio dental e pasta de dente foi distribuído.

A coordenadora do Grupo Pela Vidda, Mara Moreira, garantiu que até as profissionais do sexto têm dúvidas sobre a utilização de preservativos.

— No estando, a gente demonstra e tira dúvidas sobre o correto uso do preservativo, principalmente o feminino, que é o que gera mais dúvidas. Explicamos como cuidar do preservativo e incentivamos a proteção — resumiu ela.

Integrantes da Associação da Vila Mimosa disseram que a iniciativa da Prefeitura do Rio conta com o apoio das 4.500 mulheres que trabalham em sistema de rodízio na Vila Mimosa. A assistente social e gerente de projetos da Associação da Vila Mimosa, Cleide Almeida, lembrou que 930 mulheres foram imunizadas na campanha de 2012, número que poderá ser superado este ano.

— Havia muita expectativa das meninas para esse dia chegar. Estavam todas avisadas sobre o que seria feito. Sem dúvida, contribui para conscientizar as mulheres, os comerciantes e os clientes sobre os riscos das mais variadas doenças — disse.

Na Rua Sotero dos Reis, onde há grande concentração de bares e cabines, agentes de saúde e voluntários distribuíram panfletos e tiraram as dúvidas do público sobre como usar corretamente os preservativos masculino e feminino. Na mesma rua, as pessoas tinham acesso ao posto de vacinação dentro de um container.

Já o comerciante Expedito de Lima Castro, 53 anos, revelou que fez questão de tomar as vacinas contra hepatite B, triviral e DT (difteria e tétano) porque quando era menino no interior do Ceará, ele se escondia quando os agentes de saúde apareciam em sua cidade.

— Você veja o que é a ignorância de um menino mal informado. E olha que, hoje em dia, ainda tem muita gente que não sabe nem reconhece a importância das vacinas. Hoje, não tenho dúvida, sou o primeiro da fila — brincou ele.

Para animar o público, o Bloco da Promoção da Saúde e o Grito de Carnaval da Prevenção apresentaram paródias de marchinhas de carnaval ligadas aos temas da área de saúde. O grupo de Drags Queens da Prevenção, do Grupo Pela Vidda, também fizeram um show. O evento contou com a parceria da Aids Healthcare Foundation, Metrô Rio, Secretaria Estadual de Saúde e Grupo Pela Vidda.

De acordo com o programa DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde serão disponibilizados, no Carnaval, 1 milhão de preservativos masculinos, 50 mil femininos e 100 mil gel lubrificantes. A distribuição acontecerá em blocos de rua, Sambódromo, Terreirão do Samba, barracões das Escolas de Samba, na Rodoviária Novo Rio e eventos de carnaval no Parque de Madureira.

O gerente do Programa de Hepatites Virais da SMS, Sérgio Aquino, explicou que a campanha ganhou mais importância devido à inclusão do preservativo feminino:

— A proposta do Ministério da Saúde é levar à população o conhecimento da camisinha feminina. A maioria da população não sabe que ela existe e quem sabe tem um conhecimento restrito. Queremos que as mulheres discutam o seu próprio preservativo e que saibam que assim como o masculino o feminino também é acessível. Queremos que todas as classes tenham acesso. Por isso, a secretaria irá distribuir gratuitamente o preservativo em postos e clínicas da família, que por estarem localizados dentro das comunidades facilitam a disseminar o conhecimento. Esperamos fechar 2014 com 18 milhões de preservativos (feminino e masculino) distribuídos.