05/10/2013 16:58:00 » Autor: Texto: Juliana Romar / Fotos: Ricardo Cassiano
O prefeito Eduardo Paes realizou neste sábado (05/10), no Palácio da Cidade, em Botafogo, uma reunião com representantes do Conselho de Diretores das escolas do município e do Conselho de Pais, iniciando um processo de diálogo entre todas as instâncias da Educação no que diz respeito à greve dos professores, que já dura quase dois meses.
Cerca de 60 representantes das 11 Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) participaram do encontro, convocado pelo prefeito, que contou ainda com as presenças da secretária municipal de Educação, Claudia Costin, e do secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho. A reunião durou cerca de três horas.
- Estamos abrindo um diálogo para ouvir um pouco, discutir e tentar entender de que maneira podemos avançar nesse processo para permitir aquilo que é o mais importante acima de tudo: que as crianças não sejam prejudicadas. É importante que a gente entenda o que a rede e os pais estão pensando a respeito do esforço que a prefeitura está fazendo. O que eu quero é conversar e poder mostrar o que já avançou. Mas deixar claro que não se avançou em tudo e que não se avança do dia para noite - disse o prefeito, destacando os avanços concedidos pela prefeitura à categoria:
- Votamos o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração que aumenta o salário já deste mês em 15,3%, equipara os salários dos professores I e II, reconhece todas as carreiras, e os direitos dos aposentados e pensionistas.
De acordo com a prefeitura, cerca de 10% dos profissionais da Educação aderiram à paralisação, comprometendo diariamente as aulas em uma média de 20 a 30 unidades da rede municipal de ensino, de um total de 1442 (1075 escolas, 249 creches e 118 Espaços de Desenvolvimento Infantil). Desde o início da greve, no dia 8 de agosto, a prefeitura se reuniu dez vezes com o Sepe, sendo três com a participação do prefeito Eduardo Paes, resultando na aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) na Câmara Municipal, em 1º de outubro de 2013. A lei foi sancionada e publicada pelo prefeito no Diário Oficial do Município da última quarta-feira (02/10).
Para a porta-voz do Conselho de Pais, Fidelina Rocha da Silva, 42 anos, a reunião foi bastante positiva e interessante, porém a maior preocupação dos pais é com relação ao futuro escolar de seus filhos:
- Eu não sou nem contra nem a favor da greve, mas queremos que eles parem e olhem para as nossas crianças e vejam o que estão fazendo. Reivindicar é um direito de todos, mas nesse momento nossos filhos estão perdendo seus direitos. Entendemos também que a prefeitura está fazendo o que pode. Estou aqui para buscar uma solução. Queremos que a greve acabe, que as aulas sejam retomadas e que haja um plano emergencial para a reposição das aulas.
O representante do Conselho de Diretores, Niverton Antunes, da Escola Municipal Vicente Licínio Cardoso, na Praça Mauá, elogiou a iniciativa do prefeito em reunir a sociedade civil:
- A reunião hoje foi extraordinária porque é uma expressão democrática que surgiu. Um governante chamar representantes da sociedade civil num momento de impasse que a greve está causando para ouvir-nos e deixar que fizéssemos sugestões para tentar minimizar os conflitos é algo maravilhoso. Abrir a oportunidade do diálogo é algo extremamente importante e é o que a prefeitura está fazendo.
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