Intervenções começam com a construção do reservatório de água pluvial
29/01/2012 13:50:00 » Autor: Texto: Juliana Romar / Fotos: Beth Santos
A Prefeitura do Rio iniciou, neste domingo, dia 29, as obras contra enchentes na Praça da Bandeira. Para solucionar os alagamentos que ocorrem na região desde o fim do século XVIII, as obras começam com a construção de um dos quatro reservatórios de água pluvial que vão acabar com as enchentes da Bacia do Canal do Mangue. Nesta primeira etapa da obra, um trecho do Rio Trapicheiros também será canalizado, entre as ruas Ceará e Francisco Eugênio. Para esta fase, não serão necessários desvios de trânsito.
As obras na Bacia do Canal do Mangue serão realizadas pela Rio-Águas (Fundação Instituto das Águas do Município do Rio de Janeiro) com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento - o PAC 2. O investimento total do projeto é de R$ 292 milhões, somados a uma parcela de contrapartida da prefeitura em resposta aos recursos do PAC. O prazo de duração das intervenções é de 24 meses.
Acompanhado dos secretários municipais Alexandre Pinto (Obras), Carlos Roberto Osorio (Conservação e Serviços Públicos), do presidente da Rio-Águas, Mauro Duarte, e de representantes da Caixa Econômica Federal, o prefeito Eduardo Paes esteve no local para acompanhar de perto o início das obras.
- Com a parceria do Governo Federal, estamos hoje começando essa obra tão importante e trazendo uma solução definitiva para um problema que se abateu por essa região durante muito tempo. Essa é uma intervenção muito complexa, que vai levar dois anos, mas à medida em que as etapas forem sendo concluídas, vai gerando impactos mais positivos e as pessoas já poderão perceber a diferença – explicou o prefeito.
Na Praça da Bandeira, será construído um dos quatro reservatórios subterrâneos previstos no projeto e conhecidos popularmente como “Piscinões”, que diminuirão o excedente das chuvas, acumulando os volumes e impedindo o transbordamento dos rios. A água será liberada aos poucos, à medida que a rede de drenagem suportar, retardando assim a ida dos volumes para a parte baixa e impedindo os alagamentos.
O piscinão da Praça da Bandeira terá capacidade para 18 mil m³ e 12 metros de profundidade. Os demais reservatórios serão construídos próximo à Rua Heitor Beltrão, na Tijuca, para captar as águas do Rio Trapicheiros (com capacidade para 70 mil m³); próximo ao Boulevard, em Vila Isabel, para captar o excedente das águas do Rio Joana (143 mil m³); e no Alto Grajaú, para o Rio Jacó (50 mil m³).
- Isso aqui era uma área de mangue. Temos histórico de alagamentos há mais de cem anos e vamos buscar mudar isso através dessas obras de drenagem. Queremos minimizar os transtornos dos moradores e dos comerciantes dessa região. A ideia dos reservatórios é armazenar aquela quantidade de água que as canalizações não têm a condição de absorver. Temos ainda o monitoramento dos rios, com sensores instalados nesses rios, e do Centro de Operações da prefeitura conseguimos ver os níveis de transbordamento para que possamos agir o mais rápido possível. Já os reservatórios receberão manutenção e limpeza e serão esvaziados automaticamente após uma chuva, eles não ficarão cheios nunca – contou Mauro Duarte, presidente da Rio-Águas.
Além dos piscinões, estão previstos no projeto a implantação do desvio de parte da vazão do Rio Maracanã para o Rio Joana e desvio deste para um deságue independente na Baía de Guanabara, que inclui a construção de túneis perfurados e obras de reforço de calha em trechos específicos. Esse desvio do Rio Joana, cuja etapa está em processo de licitação, implica na redução de vazões da ordem de 100 mil m³ por segundo que deixarão de contribuir diretamente no Canal do Mangue, o que representa um terço do que chega no canal. Atualmente, a bacia é o ponto de deságue dos rios Joana, Maracanã, Trapicheiros, Comprido e Papa-Couve.
Em novembro de 2011, a prefeitura realizou um exercício simulado de emergência para dias de chuvas fortes na Praça da Bandeira, para avaliar o tempo de resposta dos órgãos municipais, desde o alerta à população e a mobilização das equipes, visando minimizar os impactos causados pelas chuvas. O simulado reuniu cerca de 200 profissionais da CET-Rio, Defesa Civil e da Comlurb, incluiu o fechamento dos acessos à Praça da Bandeira e o monitoramento constante do Centro de Operações Rio, por meio das 17 câmeras posicionadas próximas às duas regiões.
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