Com investimentos de R$13 milhões, programa vai combater a mortalidade materno-infantil
28/03/2011 16:13:00
O prefeito Eduardo Paes e o secretário municipal de Saúde e Defesa Civil, Hans Dohmann, lançaram na tarde desta segunda-feira, dia 28, o programa "Cegonha Carioca", que vai ampliar e qualificar o atendimento às gestantes da cidade. Com investimentos de R$13 milhões, o objetivo do programa é reduzir a mortalidade materno-infantil e incentivar a realização do pré-natal.
No "Cegonha Carioca", a grávida sabe em que hospital terá o seu bebê já no terceiro trimestre de gravidez, recebe enxoval para o recém-nascido e conta com ambulâncias para transporte até a maternidade na hora do parto.
Durante o lançamento do programa "Cegonha Carioca", que aconteceu na Quadra da Escola de Samba Acadêmicos da Rocinha, o prefeito falou sobre os investimentos municipais na atenção primária da rede de saúde:
- A Prefeitura faz um esforço grande para aumentar essa rede de atenção básica para que as mães da nossa cidade possam ter acesso aos, pelo menos, seis exames de pré-natal que devem ser feitos. Temos inovado na saúde do Rio de Janeiro. É uma alegria muito grande saber que as mães dessa cidade, uma parte das mães agora, e todas as mães muito em breve, saberão onde terão os seus filhos.
Em sua primeira fase, o programa Cegonha Carioca beneficiará cerca de seis mil grávidas, moradoras da Rocinha, Santa Cruz, Paciência e Sepetiba. Ao longo dos próximos 12 meses, o programa será gradativamente ampliado para toda a cidade. Atualmente, em metade da cidade o parto já é referenciado, ou seja, a grávida já tem a garantia da maternidade onde vai dar à luz.
O secretário Hans Dohmann disse que o Cegonha Carioca é o programa mais completo de cuidado materno-infantil da cidade:
- O Rio de Janeiro vai ser um modelo para a saúde materno-infantil do país. A Prefeitura completa o cuidado nos primeiros seis meses com visitas constantes dos agentes comunitários de saúde, estimulando essas crianças. Depois temos os programas em conjunto com a Secretaria de Educação: o Espaço do Desenvolvimento Infantil e o Saúde nas Escolas. Então, com isso, a gente completa um programa de cuidado materno-infantil que nenhum outro lugar do Brasil tem. É um programa inovador pela sua complexidade, pela sua linha de cuidado desde o pré-natal até completar o ensino fundamental. A criança está sempre seguida e sempre referenciada pela Clínica da Família, que é a grande unidade que norteia o sistema de saúde do Rio de Janeiro.
Com o programa, as gestantes que realizam o pré-natal em unidades da rede básica municipal recebem o Passaporte Cegonha, onde fica registrada a maternidade de referência para a realização do parto. As mulheres cadastradas e um acompanhante visitam a sua maternidade com antecedência, conhecem a estrutura do local e tiram dúvidas sobre o momento da internação e do parto. Durante a visita, as futuras mamães recebem um enxoval para o seu filho. Quando chega a hora do parto, a gestante tem uma ambulância exclusiva para levá-la à maternidade. O transporte é acionado por meio de uma central telefônica, que funciona 24 horas por dia, inclusive nos finais de semana e feriados, e conta com uma equipe de enfermeiros-obstetras para orientar as pacientes. O programa prevê ainda a criação, em breve, de um berçário virtual, com fotos dos recém-nascidos.
Paes também comentou o fato de o município do Rio ser o primeiro de todo o país a implantar um programa de atendimento às gestantes:
- Hoje a presidente Dilma lançou esse programa a nível nacional e a cidade do Rio de Janeiro tem orgulho de dizer que é a primeira cidade do Brasil que está assumindo esse programa e desde já começa a funcionar a Rede de Cegonha Nacional com o "Cegonha Carioca".
Grávida de 8 meses do segundo filho, Lidiane Alves de Souza, 18 anos, disse que este parto será diferente do primeiro porque está recebendo acompanhamento do "Cegonha Carioca":
- Esse programa é muito interessante e importante. Nesse meu segundo filho não vou precisar correr de hospital em hospital. Já vou saber onde ele vai nascer. No meu primeiro filho eu fui a quatro hospitais até conseguir ser atendida. Agora vai ser diferente.
A Prefeitura do Rio tem como meta a redução da mortalidade materno-infantil na cidade. Para isso, vem investindo em ações de prevenção e promoção da saúde que já apresentam resultados. As taxas tiveram queda de 2009 para 2010. A mortalidade infantil caiu de 13,6 para 12,8 mil nascidos vivos e a materna de 71,1 para 59,6 / cem mil nascidos vivos.
Texto: Anna Beatriz Cunha
Fotos: Beth Santos
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