Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro

 

 


 

Variedade de estilos faz do Rio um museu de arquitetura a céu aberto

Cidade é a primeira Capital Mundial da Arquitetura, eleita pela Unesco


18/01/2019 10:30:00


Paço Imperial. Foto: Michel Filho / Prefeitura do Rio
 
 
Gerações arquitetônicas de diferentes séculos convivem em harmonia no cenário deslumbrante do Rio de Janeiro. Essa mistura rica de estilos faz do município um verdadeiro museu a céu aberto. Primeira do mundo a receber da Unesco o título de paisagem cultural urbana, a cidade acaba de se tornar também a primeira Capital Mundial da Arquitetura.   
 
 
 
 
 
 
 
 
Moderno, Eclético e Art-déco são os estilos predominantes, mas o Rio ainda conta com exemplares magníficos da arquitetura neoclássica, da contemporânea e do período colonial. São prédios e espaços públicos que representam diversas temporalidades, com diferentes influências, e evidenciam a transformação da cidade.
 
 
– Correntes dominantes do pensamento urbanístico, principalmente da Europa, influenciaram a arquitetura do Rio de Janeiro. As ideias que chegaram aqui foram aplicadas, transformadas e adaptadas com grande inventividade ao nosso território, sua geografia, topografia e condição natural, sempre com a peculiaridade do nosso tropicalismo. Os elementos próprios que emergiram da criatividade carioca têm sido tão potentes que converteram sua arquitetura em referência mundial – explica a secretária municipal de Urbanismo, Verena Andreatta.
 
 
Esse processo de influência e adaptação dura mais de quatro séculos. A inédita designação da cidade como Capital Mundial da Arquitetura UIA/Unesco 2020 representará um olhar mundial sobre esse passado arquitetônico, histórico e cultural.
 
 
- O Rio de Janeiro é uma das cidades mundiais mais ricas em patrimônio arquitetônico, seja arquitetura do edifício, seja arquitetura do espaço público. Temos exemplares representativos dos mais importantes estilos arquitetônicos, desde a Colônia até a contemporaneidade – diz o arquiteto e urbanista Sérgio Magalhães, presidente do Comitê Executivo do 27º Congresso Mundial de Arquitetos UIA2020RIO.
 
 
OS PRINCIPAIS ESTILOS DA ARQUITETURA CARIOCA
 
 
MODERNO - O estilo que levou a arquitetura carioca para o mundo. Marcado pela presença de pilotis e grandes vãos abertos que privilegiam a circulação, tem ainda características como os brise-soleis e os brasileiríssimos cobogós.
 
 
CONJUNTO DO PEDREGULHO
 
 
Foto: Michel Filho / Prefeitura do Rio
 
 
Localizado no bairro de São Cristóvão, Rio de Janeiro, o Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes, o Pedregulho, foi projetado pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy, em 1947, para abrigar funcionários públicos do Distrito Federal. A obra durou aproximadamente seis anos e até hoje é referência em construções de habitação popular.
 
 
MUSEU DE ARTE MODERNA (MAM)
 
 
Foto: Michel Filho / Prefeitura do Rio
 
 
Localizado no Parque do Flamengo, o MAM foi projetado por Affonso Eduardo Reidy. O projeto paisagístico ficou por conta de Roberto Burle Marx. Criado em 1948, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro já ocupou as dependências do Banco Boavista; em seguida foi transferido para os pilotis do atual Palácio Capanema. Só em 1954 foi iniciada a construção da sede definitiva, ao fundo da Enseada da Glória, em um terreno doado pelo Governo do Distrito Federal. 
 
 
PALÁCIO GUSTAVO CAPANEMA
  
 
Foto: Michel Filho / Prefeitura do Rio
 
 
Edifício Público localizado no Centro da cidade, o Palácio Capanema foi construído entre 1937 e 1945, em um projeto de uma equipe composta por Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Jorge Moreira, Affonso Eduardo Reidy e Ernani Vasconcelos. Considerado um marco na arquitetura moderna do Brasil, o edifício possui jardim projetado por Roberto Burle Marx. Os painéis de azulejos são obra de Cândido Portinari. A decoração conta com esculturas de Bruno Giorgi, Celso Antônio e Alfredo Ceschiatti, além de telas de Guignard e Pancetti.
 
 
ART-DÉCO - O estilo surgiu na Europa pós Primeira Guerra e, por aqui, se fortaleceu nas décadas de 30 e 40 do século passado. Marcado por fortes linhas geométricas, está presente  também no design de móveis e nas artes.
 
 
EDIFÍCIO BIARRITZ
 
 
Biarritz (centro da imagem). Foto: Richard Santos / Prefeitura do Rio
 
 
Projetado nos anos 1940 pelos arquitetos franceses Henri Sajous e Auguste Rendui, o Edifício Briarritz está localizado na Praia do Flamengo. Foi planejado com a ideia de adaptar o estilo francês às necessidades de uma cidade tropical. Os balcões arredondados com dupla curvatura, fachada futurista, o jardim interno e o portão principal todo em ferro trabalhado são as principais características do prédio, que garantem requinte e sofisticação ao projeto.
 
 
EDIFÍCIO A NOITE
  
 
Foto: Richard Santos / Prefeitura do Rio
 
 
Considerado um marco arquitetônico do país, o Edifício Joseph Gire, mais conhecido como A Noite, foi construído no final da década de 1920, na Praça Mauá, próximo ao Porto do Rio de Janeiro. Projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire e o arquiteto brasileiro Elisário Bahiana, com 22 andares, o edifício foi considerado o mais alto da América Latina na década de 1930.
 
 
Eclético - Caracterizado pela mistura de elementos de estilos anteriores, é o com o maior número de representantes em solo carioca. Os primeiros prédios datam do fim do século XIX e são, quase sempre, inspirados em prédios e palacetes europeus. Assim, o Rio ganhou construções que tem até elementos astecas, mouriscos e renascentistas em suas fachadas.
 
 
THEATRO MUNICIPAL
 
 
Foto: Michel Filho / Prefeitura do Rio
 
 
Considerado um dos mais importantes teatros brasileiros, o Theatro Municipal está localizado na Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro, e foi projetado por Francisco de Oliveira Passos, com a colaboração do francês Albert Guilbet. As obras duraram cerca de quatro anos. Em 24 de julho de 1909, o teatro foi inaugurado com uma decoração fascinante, contando com algumas peças trazidas de Alemanha, África e Inglaterra.
 
 
ESTAÇÃO DE TREM DE DEODORO
 
 
Localizada no subúrbio do Rio de Janeiro, a estação de Deodoro foi inaugurada em 1859, com o nome de Sepopemba. Em 1907, passou a se chamar Deodoro, em homenagem ao proclamador da República Brasileira, Marechal Deodoro da Fonseca. O prédio da estação sofreu muitas transformações ao longo dos anos, principalmente no período de remodelação do subúrbio carioca nos anos 1970.
 
 
RESIDÊNCIA VIRZI
 
 
Planejada em 1915 pelo italiano Antonio Vrizi, a casa vertical Villino Silveira está localizada na Rua do Russell, na Glória, Zona Sul. A construção é tombada desde 1980 e até hoje encontra-se em bom estado de conservação, apesar ter sido encolhida pelos novos prédios erguidos ao seu redor. 
 
 
CONTEMPORÂNEO - As construções são mais práticas, funcionais e despojadas dos elementos ornamentais.
 
 
ORLA LUIZ PAULO CONDE
 
 
Foto: Richard Santos / Prefeitura do Rio
 
 
Localizada às margens da Baía de Guanabara, no Centro do Rio de Janeiro, a Orla Conde também conhecida como Boulevard Olímpico, foi gradativamente sendo inaugurada entre 2015 e 2017. O calçadão, que se estende por três bairros, percorre 28 pontos culturais e espaços de interesse público.
 
 
CENTRO DA INDÚSTRIA CRIATIVA DA FIRJAN
 
 
Considerado patrimônio histórico e cultural do Rio de Janeiro, o Palacete Linneo de Paula Machado está localizado em Botafogo, Zona Sul. O prédio foi erguido em 1906 pela família Guinle, que lá morou por gerações. Em 2012 a Firjan comprou o imóvel e, em 2015, realizou o processo de restauração a fim de transformar o prédio em um polo de produção cultural.
 
 
NEOCLÁSSICO - Estilo arquitetônico que retoma os conceitos das obras clássicas da antiguidade greco-romana.
 
 
CASA FRANÇA-BRASIL
 
 
Foto: Richard Santos / Prefeitura do Rio
 
 
Projetado por Grandjean de Montigny, o edifício encomendado em 1819 por D. João VI hoje abriga a Casa França-Brasil, polo de difusão de cultura e referência em arte contemporânea. Inaugurado em 1820 como a primeira Praça do Comércio do Rio de Janeiro, ao longo dos anos passou por diferentes usos, inclusive como sede do II Tribunal do Júri.
 
 
PRAÇA DA REPÚBLICA
 
 
Considerada uma das maiores áreas verdes do Centro da cidade, a Praça da República nos tempos coloniais era um grande pântano. Marcada pela Proclamação da República, no século XIX, a praça separava a "Cidade Nova" da "Cidade Velha". Em 1873, iniciou-se sua reforma, seguindo o projeto do paisagista francês Auguste Glaziou.
 
 
COLONIAL - É definida como a arquitetura realizada no território brasileiro de 1500, ano do descobrimento, a 1822, quando foi proclamada a independência.
 
 
PAÇO IMPERIAL
 
 
Construído entre 1738 e 1743, e mais tarde utilizado como lugar de trabalho e residência dos governadores das capitanias do Rio de Janeiro e Minas Gerais, o Paço Imperial está localizado na Praça XV de Novembro, no Centro Histórico do Rio de Janeiro. Foi projetado pelo engenheiro militar português José Fernandes Alpoim. Atualmente, o prédio abriga um centro cultural com espaços para exposições e eventos, além da biblioteca Paulo Santos.
 
 
OUTEIRO DA GLÓRIA
 
 
 
 
Inaugurada em 1739, a Igreja Outeiro da Glória é considerada uma das joias da arquitetura colonial do Brasil. Projetada pelo militar Tenente-Coronel José Cardoso Ramalho, a igreja possui uma torre central e sua planta é composta por dois octógonos. Por dentro, a igreja é coberta por azulejos. Seus altares são esculpidos em cedro, sem verniz nem pintura.
 
 
PASSEIO PÚBLICO
 
 
Situado no Centro Histórico do Rio de Janeiro e construído entre 1779 e 1783 por Valentim da Fonseca e Silva, o Passeio Público foi o primeiro parque ajardinado do Brasil. Em 1864 uma reforma feita pelo paisagista francês Auguste François Marie Glaziou alterou o desenho original do parque, transformando-o em um jardim ao estilo inglês.

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