22/12/2016 21:25:00
O Ecomuseu Ilha Grande, em Angra dos Reis, foi reaberto na última quinta-feira (15) com o objetivo de desenvolver programas de conservação e recuperação dos patrimônios arquitetônico, histórico, natural e cultural do território do arquipélago. A exposição "Conhecendo e divulgando a biodiversidade marinha da Ilha Grande", com cem fotografias de diferentes espécies da região, marcou a reabertura do complexo de museus.
A instituição pertencente à UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e foi reaberta em parceria da Fundação Parques e Jardins. Integram o Ecomuseu um centro cultural, localizado na vila de Dois Rios, que ocupa o antigo presídio da Ilha Grande, o Museu do Cárcere, Parque Botânico e Museu da Cultura Caiçara.
Em contrapartida à parceria, a UERJ fará um estudo sobre as espécies de plantas do Passeio Público e do Campo de Santana, ambos com gestão da FPJ.
Os programas que serão desenvolvidos pelo Ecomuseu visam a melhoria da qualidade de vida dos habitantes da região, por meio da valorização da memória coletiva, sem desvincular as dimensões ambiental, social, educativa, cultural, política e econômica. O museu vai articular entre os diferentes campos para contribuir com o desenvolvimento científico, tecnológico, econômico, ambiental e social do estado.
Gelsom Rozentino, presidente do Ecomuseu Ilha Grande, lamentou a crise na educação superior à qual vive o estado e ressaltou o esforço dos servidores para manter o museu.
"Somente com o amor e a boa vontade dos funcionários da UERJ é que a manutenção e as obras do Ecomuseu Ilha Grande UERJ seguem em frente", afirmou.
O presidente da FPJ, Everton Gomes, elogiou as instalações e o objetivo do complexo de museus.
"É um espaço ímpar para a manutenção do meio ambiente e memória da Ilha Grande", disse.
No Museu do Cárcere o público conhece um pouco da história do sistema penitenciário do estado, com enfoque especial sobre a prisão deIlha Grande. A antiga padaria do presídio foi reformada e abriga atualmente a mostra "Comida e Cárcere", que reúne os antigos equipamentos para fabricação de pão na unidade.
Ainda no prédio, a exposição "100 anos de presídio" narra a trajetória das diversas casas de detenção da Ilha Grande desde 1894. A mostra "Sistema Penitenciário do Rio de Janeiro: ontem e hoje" reúne fotografias e documentos sobre o cotidiano das prisões fluminenses ao longo dos anos. Rozentino afirmou que há um projeto para que uma das alas do museu seja destinada somente à história do Comando Vermelho, organização criminosa que nasceu na Ilha Grande.
O Museu do Meio Ambiente apresenta a exposição "Certos Modos de Ser Caiçara", sobre os costumes desse povo que se desenvolveu de uma faixa que vai da Baía de Sepetiba até a Baía de Paranaguá, no Paraná e que carrega influências da cultura portuguesa, indígena, africanas e até mesmo japonesa. Diversos aspectos da vida caiçara são retratados como o seu dialeto, culinária e folclore.
No Ecomuseu Recicla arte do povo caiçara feita de material reciclado pode ser apreciada. O trabalho é feito por artesãos da vila de Dois Rios. No Parque Botânico, o público conhece a vegetação tropical úmida que cobre as ruínas das antigas galerias do presídio. A área conta com laboratório de produção e cultivo, além de uma estufa para a adaptação de novas espécies. No espaço ainda são realizadas experiências de modificação genética.
As exposições do complexo do Ecomuseu ficam a mostra até o dia 12 de março de 2017. O lugar abre de terça a domingo, das 10h às 16h e fica na Rua Amapá s/nº Vila de Dois Rios, Ilha Grande. Telefone (24) 3361-9055.