A pontencialização e o uso de espaços públicos para a ocupação turística foram debatidos no seminário Turistificação de Parques e Centros Culturais, feito pela Fundação Parques e Jardins em parceria com a UFF (Universidade Federal Fluminense) na segunda-feira (12) no Centro Cultural do Poder Judiciário.O termo "turistificação" é o processo de estabelecer e apoiar a atividade turística em espaços com essa vocação. O evento também discutiu as ações em parques e centros culturais da cidade.

Na abertura do seminário, o presidente da FPJ, Everton Gomes, falou sobre a revitalização do Passeio Público e do trabalho feito no parque com coletivos de artistas e demais áreas para requalificar aquele espaço.

"O trabalho desses coletivos está causando o redescobrimento das praças do Rio", disse o presidente da FPJ.

Marcello Tomé, diretor do Departamento de Turismo UFF, destacou a importância dos parques urbanos para cidades turísticas como o Rio e citou uma pesquisa da área.

"De 30 cidades turísticas do mundo, a única que se destaca de maneira espontânea pela natureza é o Rio pelas suas praias, florestas e montanhas", afirmou Tomé.

Phillipe Campello, subsecretário especial de Turismo, levou para o seminário exemplos do que a cidade herdou como legado dos Jogos Olímpicos, como a expansão do Aeroporto Internacional do Galeão, o aumento da rede hoteleira e o Porto Maravilha. "Hoje o porto já é mais visitado que Copacabana", disse.

A revitalização de parques urbanos, como o que ocorreu no Passeio Público, e a ocupação desses lugares foi debatida em uma mesa com a professora do Departamento de Turismo da UFF, Paola Lohmann, e Wilson Domingues, do Coletivo XV, grupo de skatistas que usa a Praça 15 para o esporte e fez diversas intervenções no lugar para melhorar a prática.

"O espaço público permite um convívio social, é livre e aberto. Quem ocupa também pode tornar o espaço mais utilizável, sem depender só do setor público", argumentou Paola.

Silvia Monte, diretora do CCPJ, onde ocorreu o seminário, que fica no Centro do Rio, falou da experiência em transformar o lugar em um ponto turístico voltado para a cultura, com a encenação de peças teatrais com temas relacionados à Justiça e visitas guiadas, o "Por dentro do Palácio".

"O teatro é uma ferramenta que diminui as distâncias", afirmou Silvia.

Os debates foram encerrados com Rebeca Vargas, coordenadora de Produção da Arena Dicró, no Parque Ary Barroso, e Anderson Barnabé, da Arena Jovelina Pérola Negra, na Pavuna, que falaram sobre o processo de realização de eventos para manter o interesse do público e a difusão cultural.

"Agradeço ao CCPJ e faço um convite a todos, visitem nossos parques, o Passeio, o Campo de Santana, o Parque do Flamengo", encerrou Everton.