Fundação Parques e Jardins - FPJ
Quinta da Boa Vista

28/06/2013 16:24:00


Quinta da Boa Vista

 

Devido ao seu valor ambiental e cultural, a Quinta da Boa Vista constitui um patrimônio significativo para a cidade e também para a nação, tendo sido tombada pela União em 1938.

A Quinta está situada no bairro de São Cristóvão, próximo à Zona Central da Cidade e é cercada de pequenas colinas. É, por tradição, um dos locais favoritos de lazer de fim de semana do carioca, não só devido aos seus encantos naturais e ao belo paisagismo, resultado do projeto de autoria do paisagista e botânico francês Auguste François Marie Glaziou, mas também pelas opções culturais que oferece aos visitantes.

A área se apresenta como um oásis, em meio à região onde está inserida, desempenhando o papel de amenizador do clima local, além de constituir importante equipamento de recreação e lazer, principalmente para a vizinhança, tão carente de áreas verdes.

 

 

Breve Histórico

A área onde hoje se localiza a Quinta da Boa Vista foi propriedade dos jesuítas, durante o período compreendido entre 1567 e 1749, ano em que a ordem foi expulsa do Brasil. Naquela época, a região era formada por baixadas, lagoas, manguezais e suaves ondulações de terreno. Após a saída dos jesuítas, as terras passaram por diversas proprietários até 1803, quando foram adquiridas pelo comerciante português Elias Antônio Lopes, que ali construiu sua casa de campo, ficando conhecida como "Quinta do Elias".

Em 1808, este proprietário doou a Quinta ao Príncipe Regente D. João, como manifestação de boas-vindas à Corte recém-chegada de Lisboa, recebendo então a nova e definitiva denominação de Quinta da Boa Vista.

Pouco a pouco, a propriedade foi sendo ampliada com a aquisição de terras vizinhas. A sede e os jardins passaram por sucessivas reformas para se adequarem às novas funções e adquirirem maior nobreza. Em 1816, as obras foram concluídas e a Família Real mudou-se do Paço da Praça  XV, para o Paço de São Cristóvão, na Quinta, transformado em residência oficial da Corte.

As melhorias na Quinta continuaram com D. Pedro I, que propiciou a criação de córregos e lagos e plantou centenas de árvores. O monarca também, criou um pomar, introduzindo mudas de espécies frutíferas como a mangueira, e iniciou a implantação do Horto Botânico.

Mesmo após a declaração de independência do país, em 1822, os sucessores a mantiveram como residência oficial do Império.

Em 1860, D. Pedro II delegou ao paisagista francês Glaziou a tarefa de realizar a grande reforma dos jardins, obra concluída em 1876 e que moldou as características paisagísticas da Quinta, que até hoje permanecem.

Glaziou abriu a Alameda das Sapucaias, ligando diretamente o portão de acesso ao palácio, criou os jardins estremeados por caminhos sinuosos, construiu os lagos, com suas grutas e cascatas artificiais, pontes e elevações, utilizando técnicas e desenhos típicos da escola inglesa da época.

Com a queda da monarquia, o Paço e a área do Parque foram incorporados ao patrimônio da União, sofrendo um período de abandono.

Em 1892, o Museu Nacional foi transferido para o palácio, o que permitiu que o prédio recebesse melhor conservação. Os jardins não tiveram a mesma sorte e acabaram se deteriorando por falta de trato. Na virada do século, foram executadas obras viárias e ferroviárias nas vizinhanças, além da construção de estabelecimentos militares, que ocasionaram a derrubada de parte dos bosques e redução da área original. Somente em 1910, foram realizadas as primeiras obras republicanas de recuperação do Parque.

Em 1945, a Quinta da Boa Vista passou a abrigar também o novo Jardim Zoológico da cidade do Rio de janeiro, o que fez aumentar o fluxo de visitantes ao Parque.

Ao longo da década de 80 e no início dos anos 90, a Quinta serviu de cenário a importantes eventos culturais, que reuniram multidões de espectadores e contribuíram para a sua divulgação.

Ultimamente, o Parque tem sido beneficiado por obras de restauração em seus jardins e pela execução de novas benfeitorias.

Flora

Na Quinta da Boa Vista predominam as espécies botânicas exóticas, como a figueira africana, o flamboyant, o jameloeiro e a tamarineira.

O grande espetáculo florístico, no entanto, é oferecido por uma espécie nativa do Rio de Janeiro, a sapucaia. A Alameda das Sapucaias reserva aos visitantes uma alegre recepção nos meses de setembro e outubro, quando ocorre sua floração. Ainda entre as espécies nativas encontram-se a paineira, a munguba, o pau-ferro e o coqueiro-baba-de-boi.

Das espécies arbóreas nacionais oriundas de outras regiões existem o abricó-de-macaco, o oitizeiro e o juazeiro.

No Horto Botânico, pode-se administrar exemplares de Vitória-Régia, além de orquídeas e outras belas espécies arbóreas.

 

Atividades e Equipamentos

A Quinta da Boa Vista oferece muitas oportunidades de recreação e lazer, como jogos ao ar livre, esportes, piqueniques, caminhadas e passeios de bicicleta e de triciclo, aliadas àquelas de natureza cultural,  como visitas ao Museu Nacional e ao Jardim Zoológico, onde se encontra o portão monumental original, cópia da Sion House de Londres.

As vias de circulação são todas asfaltadas. Além da via principal – a Alameda das Sapucaias – algumas alamedas secundárias e diversos caminhos permitem ao visitante transitar por todos os recantos do Parque. Os ambientes são agradáveis e abrigam interessantes equipamentos, como o pagode japonês, situado sobre uma pequena elevação artificial próxima ao lago, e o Tempo de Apolo, localizado junto ao lago artificial.

Os monumentos são variados e incluem os bustos de José Bonifácio e de Glaziou, as estátuas de D. Pedro II e da Imperatriz Leopoldina. No lago encontram-se uma escultura representando uma serpente e a obra "Agrupamento", em mármore de Carrara, de autoria de Nicolina Pinto do Couto.

Tem ainda o Museu Nacional que conta com um rico acervo, no qual são encontradas coleções de antropologia, pré-história, arqueologia e etnografia.

No interior da Quinta existem quiosques para lanches, além de três restaurantes. Um deles, localiza-se nos jardins, outro no interior do Museu Nacional e o terceiro dentro do Jardim Zoológico..

Há quatro áreas para estacionamento de veículos, sendo uma destinada aos ônibus de excursão.

 

Criação: 1876

Tutela: Fundação Parques e Jardins – FPJ

Ecossistema: antropomorfizado

Área: 37,8 há (não incluídas as áreas do Jardim Zoológico e do Horto)

Localização: situa-se na Avenida Dom Pedro II, em São Cristóvão.

Visitação: diariamente, das 7h às 18h. O ingresso é gratuito. Já o Museu Nacional está aberto par visitação de terça-feira a domingo, de 10h às 16h e o seu ingresso é cobrado.


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