REVISTA MUNICIPAL DE ENGENHARIA


Criada pelo Decreto 3.759, de 30/01/1932, no governo do prefeito Pedro Ernesto, intitulada então Revista da Diretoria de Engenharia, teve como primeiro editor-chefe Armando Godoy, um dos primeiros a tratar de assuntos urbanísticos no Rio de Janeiro; como diretor Everardo Backeuser, conhecido por sua atuação nas reformas urbanas do período Pereira Passos; e como secretaria Carmen Velasco Portinho, responsável pela construção do Museu de Arte Moderna, dos conjuntos habitacionais Pedregulho, em Benfica, e Minhocão, na Gávea, diretora do Departamento de Habitação Popular da Prefeitura do Rio. Todos três engenheiros formados pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro e com a vida profissional ligada à administração pública.
 
Na apresentação do número inicial, publicado em julho de 1932, o secretário de Viação, Delso Mendes da Fonseca, diz que o periódico nascia "com o objetivo de preencher sensível lacuna, qual seja a falta de conhecimento do que vai fazendo, em quase criminoso silêncio, a engenharia oficial do Rio de Janeiro." A partir daí, durante toda a sua existência, a qualidade dos artigos publicados garantem um grande prestígio ao periódico no cenário técnico nacional, documentando as obras das distintas gestões públicas e veiculando trabalhos científicos sobre outras cidades do Brasil e do exterior.
 
 
José de Oliveira Reis, foi engenheiro da Prefeitura do Rio e Editor-Chefe da Revista Municipal de Engenharia entre 1978 e 1992.
 
 
Publicada ininterruptamente até 1963, não circulou em 1964, de 1970 a 1977, de 1979 a 1982, de 1984 a 1985, de 1987 a 1989, em 1991, 1994 a 1996. Até 1942 era bimestral, de 1943 a 1969, era trimestral. Teve três títulos distintos, Revista da Diretoria de Engenharia, Revista Municipal de Engenharia, Revista de Engenharia do Estado da Guanabara. Em 1978, o prefeito Marcos Tamoyo a restabelece com o nome anterior, ou seja, Revista Municipal de Engenharia, dedicando esse número especial ao Plano Urbanístico Básico da Cidade do Rio de Janeiro, conforme sugestão de seu secretário de Planejamento, Samuel Sztyglic. Seu editor-chefe passa ser o engenheiro José de Oliveira Reis, terceiro colocado no primeiro concurso para engenheiro realizado pela Prefeitura, desde 1938, e durante muitos anos, a testa da Comissão do Plano da Cidade. Autor de obras imprescindíveis para aqueles que se dedicam à evolução urbanística carioca, como O Rio de Janeiro e seus prefeitos, e História Urbanística do Rio de Janeiro, publicado na íntegra no número especial de 1997, organizado em sua homenagem por Rachel Sisson. Essa renomada arquiteta, após a morte de Oliveira Reis, em 1994, passou de redatora-chefe a editora-chefe, até 1999, quando o último número é lançado. Em 1992, Oliveira Reis doou ao Arquivo da Cidade o seu acervo, do qual constam todos os exemplares desse periódico que, ainda segundo Delso Fonseca, transmitia "com exatidão e altaneira a obra sincera de um punhado de brasileiros que, com desprendimento e capacidade, constitui o corpo técnico da Prefeitura do Rio de Janeiro."
                                                                                                           Sandra Horta
 
 
 
 
 
 
 
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