Restaurantes populares atingem 2 milhões de refeições desde que foram municipalizados
Unidades foram recuperadas pela Prefeitura do Rio e servem refeição a preços simbólicos para pessoas de baixa renda
03/12/2018 12:37:00
Os três restaurantes populares administrados pela Prefeitura do Rio atingiram a marca de dois milhões de refeições servidas desde a reabertura do primeiro, em julho de 2017. Municipalizadas na atual gestão, as unidades do programa em Bonsucesso, na Zona Norte, e Bangu e Campo Grande, na Zona Oeste, estavam fechadas desde 2016, porque o governo estadual não tinha como mantê-las. Ao assumir os restaurantes populares, o prefeito Marcelo Crivella - que comemorou a marca história ao almoçar no de Bonsucesso, nesta segunda-feira (3/12) - garantiu refeição a preço simbólico para pessoas de baixa renda, ou mesmo em situação de rua, que, na maioria dos casos, não teriam condição financeira de se alimentar com qualidade.
- Hoje temos muito a comemorar. São dois milhões de refeições servidas, o que significa que pessoas desalentadas, desempregadas, muitas que lutaram a vida inteira, pessoas com mãos calejadas e rosto marcado pelas rugas e que não tinham uma refeição adequada, com sobremesa, fruta, arroz, feijão e carne, hoje entram de cabeça erguida nesse restaurante. São pessoas que não precisam ficar de joelhos na casa de um parente ou de um amigo, mas podem vir aqui e ser bem recebidas, com todo carinho. Mais do que comida, isso é dignidade. A comida alimenta o corpo. O respeito, a dignidade e a gratidão alimentam a alma - destacou Crivella.
Os restaurantes populares beneficiam milhares de pessoas. Juntos, os de Bonsucesso, Bangu e Campo Grande servem 7.200 refeições por dia. Funcionam de segunda a sexta-feira, para café da manhã, ao preço de R$ 0,50. Das 6h às 9h, são servidos café, leite, pão e fruta. O almoço, das 10h às 15h, custa apenas R$ 2. Nele estão incluídos arroz, feijão, carne, salada, sobremesa e um suco. A comida é preparada com apoio de nutricionistas e feita com pouco sal, como forma de também cuidar da saúde dos frequentadores. O cantor Victor Hugo Lemos é um exemplo de como essa alimentação balanceada do restaurante popular mudou a sua vida. Ele tinha 120 quilos e perdeu 60 em quatro meses.
- Comecei cortando o sal e a fritura. Só almoçando aqui de segunda a sexta. E aí vi a importância da refeição bem balanceada. Fui diminuindo, perdendo peso e a vida melhorou. Vou fazer 75 anos e para mim foi ótimo - contou.

Foto: Edvaldo Reis / Prefeitura do Rio
Os números chamam a atenção:
· 1,7 milhão de toneladas de alimentos (proteínas, carboidratos, frutas e outros) na preparação dos pratos;
· 200 mil litros de suco;
· 200 mil litros de café com leite.
Elaborado pela nutricionista Tamara Ley, o cardápio do dia da celebração foi especial. As pessoas comeram uma saladinha de acelga, tomate e beterraba ralada, fricassê de frango, cenoura sauté, arroz e feijão preto. Para sobremesa, maçã. E para matar a sede, refresco de uva.
- A comida daqui é sempre boa. Vale muito a pena! É uma ótima dica para quem precisa. Para mim é bom porque saio de casa, pego um ônibus, venho aqui, almoço e depois vou resolver minhas coisas. É muito viável para mim. Nota 10 - contou o autônomo Sérgio Marins de Carvalho, de 58 anos.

Foto: Edvaldo Reis / Prefeitura do Rio
SAIBA MAIS SOBRE OS RESTAURANTES POPULARES
O primeiro restaurante popular municipalizado foi o de Campo Grande. Fechado desde setembro de 2016, ele foi reaberto em julho de 2017. Naquele mesmo ano, em agosto, a Prefeitura do Rio recuperou e assumiu a administração da unidade de Bangu. O terceiro foi o de Bonsucesso, reinaugurado em fevereiro de 2018.
Em junho deste ano, o programa Restaurante Popular foi indicado ao prêmio internacional do Pacto de Milão de Segurança Alimentar, do qual o Rio é uma das 163 cidades signatárias. Pela primeira vez, o município foi convidado a concorrer ao prêmio, criado há três anos para valorizar iniciativas que promovam segurança alimentar para populações necessitadas em todo o planeta.