O prefeito em exercício e secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz, participou, na tarde desta quarta-feira, dia 26, da cerimônia de abertura do 1º Seminário Internacional de Tecnologias e Gestão de Resíduos Sólidos - Rio Ambiente. De hoje até sexta-feira, dia 28, serão debatidas as políticas públicas para a destinação e o reaproveitamento do lixo urbano e também serão apresentadas soluções bem-sucedidas implantadas no Brasil e no exterior.

O evento, realizado em parceria do governo estadual, com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e o Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio) contou com a presença do secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório, além de membros da Secretaria Estadual do Ambiente e do Ministério do Meio Ambiente. Também estiveram presentes à abertura representantes do setor privado na área de coleta e reciclagem de resíduos, em especial para a geração de energia, e da Associação Internacional para Resíduos Sólidos (Iswa, na sigla em inglês).

Durante a cerimônia, o prefeito em exercício destacou as ações que o Município já vem implantando para melhorar a destinação adequada do lixo urbano na cidade do Rio de Janeiro, a começar pela coleta realizada pela Comlurb, reconhecida como uma das mais eficientes do país. Ele lembrou ainda os investimentos feitos no Aterro Sanitário de
Gramacho para reduzir o impacto ambiental na área, como a Estação de Captação e Tratamento de Chorume, a recuperação das áreas de manguezal no entorno e a captação, em parceria com a iniciativa privada, do metano produzido pela decomposição do lixo orgânico para ser transformado em gás natural e comercializado mesmo após a desativação do aterro, gerando empregos e renda.

- A cidade do Rio é hoje um exemplo em relação às políticas de destinação adequada de resíduos - afirmou Muniz.

Ao seu lado, o secretário de Conservação do Rio, Carlos Osório, destacou a parceria permanente com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente para enfrentar os desafios da limpeza urbana na cidade.

- Estamos encarando tais desafios com a maior responsabilidade e faremos uma transformação no tratamento dos resíduos sólidos na nossa cidade. Não apenas na coleta, mas em toda a cadeia de processamento dos resíduos, com responsabilidade ambiental e sustentabilidade na área do lixo - assegurou Osório, lembrando que, nos próximos anos, o
Rio será anfitrião de vários eventos esportivos e também ambientais, entre eles a Rio +20, que marca os 20 anos de realização da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente - a Eco 92.

O superintendente de Qualidade Ambiental da Secretaria de Estado do Ambiente, Walter Plácido, destacou os investimentos em todo o Estado do Rio para ampliar a coleta seletiva e o reaproveitamento econômico do lixo urbano. Ele citou iniciativas como o Recicla Rio, ainda em fase inicial, que pretende incentivar a instalação de empresas do setor de reciclagem e geração de energia a partir dos resíduos sólidos com incentivos econômicos, fiscais e tributários.

- O que queremos é tornar o Rio um pólo de reciclagem. Hoje, se queremos reciclar lâmpadas fluorescentes, por exemplo, temos que recorrer a empresas de São Paulo e do Paraná. É um setor que pode se instalar aqui - explicou Plácido.

Nesse sentido, a diretora de Meio Ambiente e Inovação do Sistema Firjan, Marilena Carvalho, lembrou que há também interesse das empresas em tratar seus resíduos e incluir o reaproveitamento de materiais e a reciclagem de resíduos na sua cadeia produtiva. No entanto, o senador Cícero Lucena, presidente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal, sublinhou que, embora o foco do Seminário seja para as novas tecnologias e políticas para a ampliação do tratamento de resíduos no país, é necessário também investir na educação ambiental, para difundir a cultura da reciclagem e do reaproveitamento na sociedade, tornando-a parceria do poder público e da indústria nesse processo.

Novo Centro de Tratamento de Resíduos

Ainda na abertura do seminário, o prefeito em exercício informou que a Prefeitura pretende implantar um amplo programa de coleta seletiva e tratamento de resíduos sólidos, com a desativação do Aterro Sanitário de Gramacho.
Muniz afirmou que a Prefeitura deve lançar em breve a pedra fundamental do novo Centro de Tratamento de Resíduos (CTR), no município de Seropédica, e inaugurar o primeiro núcleo de tratamento de resíduos, que vai integrar a rede de coleta e processamento do lixo do CTR.

Logo após o evento de abertura, a Abrelpe apresentou a edição 2009 do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, uma ampla análise da produção e destinação do lixo urbano em todo o país. O estudo permite que gestores públicos e empresas privadas dimensionem a necessidade de investimentos e as oportunidades de negócios.

De acordo com a publicação, o Brasil gerou 57 milhões de toneladas de resíduos somente no ano passado, um aumento de 7,7% em relação a 2008. Quase a metade desse volume - 23 milhões de toneladas - foi gerado pelas capitais e as cidades com mais de 500 mil habitantes.