Neste domingo, poucos dias após a tragédia da chuva que abalou a cidade do Rio,  as chaves dos primeiros apartamentos de Realengo foram entregues aos desabrigados do Morro do Urubu. Atualmente eles estão alojados em abrigos da Prefeitura. As primeiras 50 famílias começam a se mudar hoje para suas casas próprias no condomínio Vivendas do Ipê Amarelo, em Realengo (Rua Hélio Amaral, s/n°).

O novo empreendimento faz parte do programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, e é formado por 299 unidades habitacionais, de 2 quartos, sala, cozinha e banheiro, e possui áreas de estacionamento e de lazer, além de parque infantil e salão social.

Cada imóvel está avaliado em R$ 41 mil e será doado às famílias daquela comunidade que perderam suas casas nas chuvas. Eles faziam parte do Programa de Arrendamento Familiar (PAR) e, a pedido da Prefeitura do Rio, foram transferidos para o programa Minha Casa, Minha Vida. Com isso, todas as prestações serão subsidiadas pela Prefeitura e o Governo Federal. O valor total do empreendimento foi de R$ 12,2 mihões.

Ao lado do ministro das Cidades, Márcio Fortes; do governador Sérgio Cabral e da presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernando Coelho, o prefeito Eduardo Paes elogiou o trabalho realizado pelo Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro e ressaltou que as famílias que tiverem que ser reassentadas receberão condições dignas para recomeçarem suas vidas.

-Queremos dar garantia para as pessoas de que todas serão tratadas com muito respeito e dignidade, e que essas famílias irão reconstruir suas vidas e dormir tranquilas. Isso aqui não é presente. Estamos cumprindo o papel da prefeitura – afirmou Paes.

Durante a cerimônia, as chaves do apartamento 203 do bloco 11 foram entregues para a ex-moradora do Urubu Marise de Oliveira Albuquerque, que morava com a filha e três netas e perdeu tudo o que tinha. Ela agradeceu a oportunidade:

- Quando a minha casa desabou eu achei que tivesse morrido junto. Perdi todas as esperanças, mas agradeço por isso que está acontecendo aqui hoje, pela casa bonita e pelo paraíso que estão me dando para que eu possa recomeçar. O prefeito esteve lá no Urubu, olhou nos meus oulhos e me prometeu que me ajudaria. Dez dias depois, ele tá cumprindo o que prometeu. Eu ainda não consigo acreditar – agradeceu a forradeira, de 56 anos.


A iniciativa de migrar o Programa de Arrendamento Familiar (PAR) para o programa Minha Casa, Minha Vida foi possível pelo novo critério definido pela Portaria nº 153, do Ministério das Cidades, que tem como objetivo atender famílias de baixa renda moradoras de áreas de risco que recebem até R$ 1.395.

- Todo esse problema no Rio de Janeiro fez com que o Governo Federal definisse uma portaria que permite essa migração para todo Brasil. A solução agora é nacional e poderá ser seguida por outras prefeitura, que poderão utilizar o PAR para transformar em Minha Casa, Minha Vida - explicou o ministro das Cidades Márcio Fortes.

Durante a próxima semana mais unidades dos empreendimentos serão entregues a famílias do Morro do Urubu. E, de acordo com a Caixa Econômica Federal, os candidatos do programa PAR que estavam com suas inscrições em análise serão remanejados, com prioridade, para um novo empreendimento ou para vagas que surjam em outros condomínios.

Texto: Juliana Romar
Fotos: Beth Santos