Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro

 

 


 

Prefeitura celebra Dia Mundial da Alimentação com ‘Café na Roça’

17/10/2016 15:18:00  » Autor: Juliana Romar / Fotos: Ricardo Cassiano


A Prefeitura do Rio, por meio do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Município do Rio de Janeiro (Consea-Rio), realizou nesta segunda-feira (17/10), no hall de entrada do Centro Administrativo São Sebastião (CASS), na Cidade Nova, o evento "Café na Roça: a Roça na Cidade", que reuniu agricultores cariocas para apresentarem seus produtos e debaterem a importância desse trabalho no Rio de Janeiro. A iniciativa integra a Semana da Alimentação Carioca 2016 e celebra o Dia Mundial da Alimentação, comemorado no último domingo (16/10).

 

 

Durante o evento, cerca de 20 produtores agrícolas expuseram os mais variados produtos, como temperos, ervas, mel, pimenta, bolos, sucos, frutas e folhagens, os quais são comercializados no Circuito Carioca de Feiras Orgânicas da cidade.

 

 

- Todo ano a gente tem o Café na Roça, quando a gente vai até uma família agricultora para aproximá-la, mas, hoje, fizemos o inverso, chamamos os agricultores da Zona Oeste do Rio para mostrar o que eles fazem aqui na sede da prefeitura. Além de expor e vender, eles ainda participaram de uma roda de conversa para discutir a alimentação do ponto de vista de quem produz e qual o papel da alimentação saudável - disse a presidente do Consea-Rio, Juliana Tangari.

 

 

Desta segunda até sexta-feira (21/10), serão realizados outros eventos na cidade, com o foco no tema proposto este ano pela Organização das Nações Unidas: "O clima está mudando. A alimentação e a agricultura também". O objetivo da Semana da Alimentação Carioca 2016 é contribuir com a divulgação do conceito de alimentação adequada e saudável.

 

 

De acordo com a FAO (Food and Agriculture Organization), em 2050, o número de habitantes do planeta vai superar os nove bilhões e, para suprir essa necessidade, a produção de alimentos vai ter que aumentar em 60%. No entanto, tal demanda vai de encontro com a situação climática do planeta, que atinge principalmente os pequenos agricultores familiares e, consequentemente, as refeições que chegam até as casas da população.

 

 

Produtora agrícola há mais de 20 anos, Irma Maria Ferreira, 60 anos, possui um sitio em Santíssimo, Zona Oeste da cidade, e já teve que mudar seus hábitos na produção dos alimentos, devido aos fatores climáticos e ambientais. Hoje, por conta da falta de água, produz apenas alimentos que demandam pouco desse recurso:

 

 

- Tivemos que mudar o foco da nossa plantação porque estamos com problema sério de água. Estamos reaproveitando o poço que secou e canalizando água da chuva. Hoje, plantamos aipim, milho e frutíferas comuns, como acerola, abacate, jaca e jabuticaba, que não precisam de muito manejo. A horta demanda muita água e Campo Grande é muito quente. Por conta disso, tive que começar a investir em produtos processados, pães, biscoitos, biomassa de banana, sopa e sucos alternativos, como abóbora com gengibre e repolho roxo com limão.

 

 

O evento contou ainda com uma roda de conversa para debater sobre hábitos alimentares e pequenas atitudes que podem contribuir, por exemplo, no combate ao desperdício. Um dos mediadores do debate, o agricultor Francisco Caldeira de Souza, 58 anos, falou sobre a importância da agricultura carioca:

 

 

- Não basta pensar em produzir, tem que pensar no meio ambiente. A agricultura carioca não é em larga escala, mas tem essa preocupação e é muito significativa em qualidade e, principalmente, nas questões da diversidade produtiva e com experiências inovadoras, como as hortas em pequenos espaços e a reversão de espaços para produção de alimentos. Dessa forma, conseguimos aproximar a agricultura da alimentação escolar, de combate aos impactos do agrotóxico e da preservação ambiental – explicou o agricultor, que mora desde que nasceu no Maciço da Pedra Branca, na divisa com Vargem Grande, onde cultiva banana, aipim, batata e quiabo.

 

 

Mas os alimentos orgânicos não fazem apenas bem ao meio ambiente. De acordo com a produtora agrícola Fátima Maria Leandro da Silva, de 51 anos, eles também melhoram a qualidade de vida das pessoas:

 

 

- Essa Semana da Alimentação é muito importante para conscientizar as pessoas de que não precisamos gastar um dinheirão de remédio com tantos produtos naturais que fazem bem à saúde e à disposição. O orgânico é um alimento mais saudável, mas, além disso, ajuda no combate à prisão de ventre e controle do colesterol, pressão alta e diabetes, entre outros benefícios. Melhora tudo. Eu estava em depressão e começar a produzir foi uma terapia. Larguei a vida de manicure e agora eu só vivo disso. Produzo taioba, chicória, salsa, cebolinha, coentro, chaia, caju, amora e bertália e também faço sucos verdes.

  

 

Criado em 2003, o Consea-Rio é um órgão vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social. É constituído por 24 membros, sendo 16 da sociedade civil e oito do poder público. Ele tem como objetivo ser um referencial na discussão e proposição de ações voltadas para promoção de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) na cidade do Rio de Janeiro, apoiando, propondo, acompanhando e definindo políticas, programas e ações que assegurem a todos o direito à alimentação e nutrição.

 

 

 

 

 


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