O Museu do Amanhã, símbolo de sustentabilidade, transformação e inovação, é palco, nesta terça-feira (20/09), do Seminário Economia Circular e Sustentabilidade na Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos. O encontro propõe soluções práticas e urgentes para estimular a economia circular, um dos principais meios para desafios que envolvem desde a escassez dos recursos naturais até a disposição final de resíduos sólidos.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz, destacou parte do planejamento da cidade para avançar na economia circular:

- Para a construção do Porto Maravilha, mitigamos o impacto decorrente da derrubada da Perimetral, reutilizando todo o material nessa grande área da cidade. Reaproveitamos as árvores que cortamos usando como insumo para a produção de composto orgânico onde utilizamos no Programa de Reflorestamento da cidade, que é fundamental como elemento mitigador dos gases de efeito estufa.O Aterro de Gramacho, que impactava na Baía de Guanabara e inviabilizava qualquer política de resíduo, foi desativado. E assim, incentivarmos também a coleta seletiva. Esses são alguns exemplos de como queremos fazer com que a economia circular mude hábitos na vida da gente.

A economia circular tem como objetivo manter produtos, componentes e materiais em seu mais alto nível de utilidade e valor, indo além de reciclagem, pois é baseado na eficiência produtiva, no menor consumo energético e na mudança na forma e conceito de desenho de produtos.

- Estamos consumindo muito mais recursos do que a capacidade do planeta de regenerar e é insustentável. São os desafios que estamos tendo que lidar como sociedade que está nos forçando a repensar esse modelo mental em nos importarmos profundamente com o impacto de nossas ações no contexto ambiental, social e cultural de onde operamos. No C40, vem sendo crescente a demanda de cidades para que sejam incorporadas a um suporte específico de promoção da economia circular. A economia circular é uma nova perspectiva de mundo, é só a ponta do iceberg de um novo paradigma econômico que vai além dos modelos tradicionais – explicou a diretora do escritório do Rio do Grupo C40 de Liderança Climática das Cidades, Cristina Mendonça.

O encontro estimula o debate sobre a destinação dos resíduos sólidos e a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, para minimizar o volume de resíduos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental.

O chefe da diretoria Técnica-Industrial da Comlurb, José Henrique Penido, disse que a economia circular fornece a opção de utilizar os resíduos como insumos:

- Nada mais oportuno do que discutir o amanhã no Museu do Amanhã. A Comlurb está no fim da linha, recolhendo aquilo que a sociedade joga fora. E, cabe a nós verificar o que pode ser feito para evitar tanto desperdício. Continuamos jogando muita coisa fora que eventualmente pode ser reaproveitado e entrar no ciclo do consumo e da produção. E essa é a essência da economia circular.

A Economia Circular pode ser entendida como um novo modelo econômico que surge para substituir o linear e insustentável "take, make, dispose" - em tradução livre "retire, produza, descarte". Baseada na efetividade e eficiência produtiva, ela é apresentada como uma alternativa viável e atrativa, pois traz o máximo de valor e utilidade para os produtos, componentes e materiais. Por isso, essa forma de economia chama a atenção do setor produtivo e dos governos de diversos países.

- Essa proposta da economia circular e de reciclagem de resíduos está dentro da proposta conceitual do Museu do Amanhã por trabalharmos com as tendências para o amanhã. Muitas dessas tendências estão relacionadas com o reaproveitamento de resíduos. Nós hoje utilizamos mais recursos do que o planeta é capaz de repor. São as escolhas de agora que vão definir o amanhã – disse o diretor de Conteúdo do Museu do Amanhã, Alfredo Tolmasquim.

Ao longo do dia, o seminário abordará os conceitos e práticas da economia circular, boas práticas na gestão de resíduos sólidos para a redução de emissões de gases de efeito estufa e recuperação energética de resíduos sólidos urbanos. A iniciativa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente conta com a parceria da Comlurb, Grupo C40 de Liderança Climática das Cidades e o Museu do Amanhã.