Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro

 

 


 

Suíça apoia projetos sociais que incentivam a prática do beisebol no Rio

10/09/2016 20:25:00  » Autor: Fonte: RMC / Fotos: Fábio Gonçalves


Além da devolução do campo de treinamento de beisebol reformado após os Jogos Rio 2016 - uma contrapartida pela cessão do espaço público acordado com a Prefeitura do Rio -, a Suíça passou a apoiar à prática do esporte no Rio, através do projeto Baseball Escolar, que atende hoje a 110 alunos de 9 a 16 anos em três núcleos no estado do Rio de Janeiro. O anúncio foi apresentado pelo cônsul-geral da Suíça no Rio de Janeiro, Giancarlo Fenini, neste sábado (10/09), no Baixo Suíça.

 

 

Para Fenini, a motivação se deu por uma ‘dívida moral' pela ocupação justamente do campo de beisebol da Lagoa Rodrigo de Freitas. O apoio suíço inclui novos uniformes, material e despesas de treinamento.

 

 

— Existe um custo para se trazer treinadores e especialistas de São Paulo, e nós estamos responsáveis por esse custo - disse Fenini.

 

 

O Baseball Escolar prevê orientação esportiva e técnica aos alunos, além do fornecimento gratuito de material. É aí que entra o outro parceiro do projeto: o Instituto Paulo Kobayashi, de São Paulo.

 

 

— Temos o objetivo de criar ligas infantis e popularizar o beisebol no Brasil — contou o vice-presidente do Instituto Paulo Kobayashi e também da Little League Brasil, Celso Mizukami.  A Little League Brasil foi criada há quatro anos para ser o braço no Brasil da Major League Baseball, a liga americana que reúne as maiores estrelas do esporte.

 

 

No evento deste sábado, crianças do projeto Baseball Escolar se revezaram numa estrutura inflável e cercada para rebater bolas lançadas por uma máquina. Um dos destaques foi Eduardo William Silva de Araújo, 14 anos, que mora em Rio das Pedras, em Jacarepaguá, e conseguiu rebater diversas bolas.

 

 

— Prefiro ser arremessador, mas na minha primeira rebatida, no primeiro jogo que disputei, fiz um home run — garantiu o garoto, citando aquela que é considerada a mais espetacular jogada do beisebol, quando o rebatedor consegue jogar a bola para fora do campo.

 

 

Moradora da Rocinha, Indiara Oliveira, também de 14 anos, também prefere ser arremessadora e reconhece:

 

 

— Não sou muito boa como rebatedora.

 

 

Idealizador do Baseball Escolar, Uilson Oliveira teve seu primeiro contato com algo parecido com o esporte americano ainda na infância, no Engenho de Dentro, quando jogava taco na rua com os amigos:

 

 

— Depois veio a TV a cabo, eu passei a acompanhar os jogos da liga americana e, em 1998, comecei a treinar por aqui, jogando praticamente só com estrangeiros.

 

 

Em 2003, Uilson começou a montar seus projetos sociais e trocou a faculdade de administração pela de educação física. O Baseball Escolar surgiu em 2012, e o nome do esporte em inglês tem sua justificativa.

 

 

— Desenvolver a língua inglesa aproveitando os nomes das jogadas, e todos os termos do esporte, é outro dos objetivos do programa - explicou Uilson.

 

 

O Baseball Escolar conta com três núcleos no Rio: A Escola Municipal André Urani, na Rocinha, a Vila Olímpica de Ramos e outro em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Este último aberto já com o apoio do consulado suíço.

 

 

A volta confirmada do esporte nos próximos Jogos Olímpicos, em Tóquio, é outro estímulo ao projeto, que além da função social voltada para crianças das comunidades carentes, tem também o objetivo de revelar, quem sabe, jogadores de nível internacional.

 

 

— Pela mistura de raças característica do País, o brasileiro tem um enorme potencial para a prática do esporte - comentou Mizukami.

 

 

No ano passado, o Brasil teve pela primeira vez três jogadores atuando na Major League Baseball: Yan Gomes, no Cleveland Indians, André Rienzo, no Miami Marlins, e Paulo Orlando, que foi campeão no ano passado com o Kansas City Royals.




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