A manhã desta quarta-feira (03/08) foi inesquecível para os cariocas. Pelas águas da Baía de Guanabara, no barco dos irmãos iatistas Lars e Torben Grael, a Chama Olímpica foi recebida na Escola Naval. A Tocha chegou à capital fluminense após percorrer mais de 300 cidades em todos os estados do país. Neste primeiro dia da Tocha Olímpica no Rio, foi realizado o primeiro Marco Olímpico da cidade, na Praça Floriano, na Cinelândia, Centro. Até acender a pira olímpica no Estádio do Maracanã, na noite desta sexta-feira (5/08), ao final da Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos, a Chama passará pelo Rio e Grande Rio.

 

 

 

Primeiro condutor do Revezamento da Tocha Olímpica na cidade, o prefeito Eduardo Paes, acompanhado dos filhos, seguiu até o shopping Bossa Nova Mall, próximo ao Aeroporto Santos Dumont, onde entregou a Tocha à estudante Rebeca Moraes dos Santos, aluna do  9º ano do Ginásio Experimental Olímpico (GEO) Juan Antonio Samaranch, de Santa Teresa. De lá, a jovem correu até a Estação Santos Dumont do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), acendendo a lamparina que percorreu o percurso no veículo até à Cinelândia.

 

 

 

- Não tem como descrever. Por mais que a gente tente explicar em palavras é impossível. Nunca vou me esquecer desse dia e do que vivi aqui - contou Rebeca, que tem como esporte favorito o Badminton.

 

 

 

 

Recebida com festa pelo público e ao som dos ritmistas da escola de Samba Vizinha Faladeira, a Tocha Olímpica foi entregue pelas alunas também do GEO Juan Antonio Samaranch, Yasmim Almeida Gomes, de 13 anos, e Laura Maria Almeida, 14 anos, ao gari Renato Sorriso.

 

 

 

- É bom demais representar a minha escola em um evento tão importante. Conquistei essa oportunidade ao participar de um concurso de redação. Meus professores gostaram do meu texto e me indicaram. É a primeira vez que a América do Sul recebe os Jogos e só posso dizer que estou muito feliz e na torcida para que dê tudo certo e que o evento seja um sucesso – disse Yasmim, que pratica Handbol.

 

 

 

Sorriso acendeu o primeiro dos cinco Marcos Olímpicos da cidade. Os outros quatro serão acesos no Parque Madureira, Palácio Rio 450, Palácio da Cidade e na esquina das avenidas Princesa Isabel e Atlântica.

 

 

 

- Fiquei muito nervoso. A emoção foi grande. Dedico esse momento a todos os cariocas. Devo a cada um deles o que vivi hoje - disse Sorriso.

 

 

 

No Centro, a Tocha foi também foi conduzida por personalidades como a cineasta e diretora do Programa de Cultura dos Jogos Rio 2016, Carla Camuratti, o sambista Nelson Sargento, o apresentador Jorge Perlingeiro e a porta-bandeira Selminha Sorriso, passando pelas proximidades do Theatro Municipal e da Cidade do Samba, de onde seguiu para Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.  

 

 

- É um evento que engaja todo o mundo para as necessidades de uma cidade, de um país, em que as coisas mais importantes que devemos ter são saúde, educação e cultura. E o esporte precisa estar inserido nesse triângulo, pois se interliga com todas essas coisas - afirmou Carla Camuratti.   

 

 

Na Cinelândia, as pessoas chegaram cedo para garantir o melhor lugar e não perder nenhum detalhe do revezamento. Foi o caso da carioca Osdina Alves Pinto, de 70 anos, moradora de Laranjeiras. Para ela, a cidade vive um momento único, que deve ser reverenciado:

 

 

- Eu diria que é um momento mágico. Só Deus sabe quanto tempo vai levar para que isso se repita. Eu e minha família estaremos presentes em várias competições. Fazemos questão de participar deste que, sem dúvida, é o momento mais importante da cidade. A cidade está alegre por conta do evento e esse clima contagia a todos, sejam cariocas ou visitantes. Sem falar nas transformações motivadas pelos Jogos. Hoje em dia, podemos caminhar tranquilos e redescobrir regiões que antes passavam despercebidas, como é o caso da Praça Mauá.

 

 

De hoje até sexta-feira, a Tocha Olímpica passará pelas mãos de 600 pessoas em um percurso de pouco mais de 90 quilômetros. A lista de condutores inclui nomes do mundo da música, do esporte, da literatura e da medicina, como as atrizes Cissa Guimarães e Sheron Menezes, os cantores Dudu Nobre e Evandro Mesquita, o surfista Rico de Souza, os ex-jogadores de futebol Pedrinho (ex-Vasco) e Marcão (ex-Fluminense), o escritor Arnaldo Niskier, e o neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho. Além deles, pessoas que representam a alma carioca como o garçom mais antigo da Confeitaria Colombo, Orlando Almeida Duque, e o dono do Bar do David, no Morro do Chapéu Mangueira, David Vieira Bispo, além de Helô Pinheiro, a eterna garota de Ipanema.

 

 

Mineira, Maria Helena Saussus vive no Bairro de Fátima já há cerca de 40 anos e se apresenta como "carioca". Para ela, que diz ser fã de todos os esportes, ver o quanto a cidade ganhou desde que foi eleita sede dos Jogos é motivo de orgulho:

 

 

- Tantas coisas boas já aconteceram na cidade por conta da realização do evento. Não tem como não apoiar. 

 

 

O clima olímpico, além de contagiar os cariocas, também está encantando os visitantes. O pernambucano Edvaldo Evangelista Borges, de 73 anos, que ficará no Rio até o final dos Jogos Paralímpicos, já planeja retornar:

 

 

- O Brasil está vivendo o seu momento máximo. Os Jogos não beneficiam somente a cidade que o sedia, mas um país inteiro. Os olhos do mundo estão virados para cá e isso deve ser aproveitado de forma positiva. Como visitante, só posso dizer que o Rio está lindo, incrível. Estive aqui há cerca de um ano e é impressionante o quanto mudou. Sobre o evento, minha torcida é do futebol. Acho que agora vem medalha de ouro, tanto para o masculino quanto o feminino.

 

 

Por conta da passagem da Tocha Olímpica pela cidade, a prefeitura implantou modificações no trânsito e no funcionamento do VLT. Além disso, foi decretado feriado municipal nesta quinta-feira (4/08), data de maior trajeto da Chama Olímpica, além de implantar horário especial de funcionamento do VLT durante a passagem da tocha e a abertura dos Jogos.