16/03/2016 14:44:00
A programação teatral nos equipamentos culturais da Secretaria Municipal de Cultura segue intensa. Além de espetáculos já em cartaz como Chabadabadá - Manual Prático do Macho Jurubeba, inspirado em texto de Xico Sá, e Guia Afetivo da Periferia, com Marcos Faustini, outros estreiam nesse fim de semana.
Comemorando os 50 anos de carreira da dama do samba, Andança – Beth Carvalho, o Musical estreia nesta sexta-feira (18/03), às 20h, no Imperator – Centro Cultural João Nogueira, no Méier. Fatos marcantes da vida da sambista, como os encontros artísticos com Nelson Cavaquinho e Cartola e a participação no programa de Flávio Cavalcanti, são retratados na peça que tem texto de Rômulo Rodrigues e direção de Ernesto Piccolo. Os ingressos custam R$ 40 e cariocas pagam meia entrada.
Em cartaz no Serrador e no Parque das Ruínas, Oito de Março revive o acontecimento trágico que deu origem ao dia 8 de março. As lonas e arenas recebem o premiado espetáculo A Descoberta das Américas, com Julio Adrião.
Confira os destaques da programação teatral de março:
TEATRO ADULTO
50 TONS DE LOUCURA – A peça conta a história de um casal que foi passar a lua-de-mel no Marrocos. Após um divertido musical, os atores Anselmo Vasconcellos e Laura Proença fazem uma narrativa engraçada do que aconteceu por lá. O casal fala sobre o estresse e as loucuras da vida nos dias de hoje e fazem uma crítica bem-humorada às situações da vida pelas quais passam, tentando harmonizar a vida com as loucuras do cotidiano. Eles usam algumas músicas para frisar a graça e o absurdo de nossas vidas escravizadas pela loucura de querer encontrar o modo ideal de se viver bem. Brincam com as coisas que estão surgindo no mundo e que, na visão deles, enlouquecem as pessoas. O personal que veio pra dizer que não sabemos nada, com o personal stylist que te ensina a se vestir, e a loucura que se tornou o smartphone na vida das pessoas. Texto de Antônio Dias. Direção e concepção de Anselmo Vasconcellos. Dias 18 a 27 de março. Sábados, às 21h, e domingos, às 20h. R$ 40. Sala Municipal Baden Powell. Classificação: 14 anos.
A DESCOBERTA DAS AMÉRICAS – Para comemorar os 10 anos em circuito, com Júlio Adrião, Prêmio Shell de melhor ator, o espetáculo "A descoberta das Américas" vai percorrer as Lonas Culturais e Arenas Cariocas durante o período do março e maio. Ao total serão 20 apresentações em 17 espaços diferentes localizados na Zona Norte e Oeste do Rio de Janeiro. Direção de Alessandra Vannucci. Dia 12 de março, sábado, às 19h, na Arena Carioca Abelardo Barbosa – Chacrinha. Dia 17 de março, quinta-feira, às 15h, na Lona Cultural Municipal Sandra de Sá. Dia 18 de março, sexta-feira, às 14h, na Lona Cultural Municipal Jacob do Bandolim. E dia 31 de março, quinta-feira, às 14h, na Lona Cultural Municipal Elza Osborne. Classificação: 14 anos.
ANDANÇA – BETH CARVALHO, O MUSICAL – O musical comemora os 50 anos de carreira da dama do samba. Com texto de Rômulo Rodrigues e direção de Ernesto Piccolo, "Andança – Beth Carvalho, o musical" se passa desde a infância de Beth, ao lado dos pais e da irmã mais velha até os dias de hoje, passando por momentos marcantes como os festivais da canção do final dos anos 1960, a participação no programa de Flávio Cavalcanti que alavancou sua carreira. A gravação com Quincy Jones, a descoberta de Zeca Pagodinho, os encontros artísticos com Nelson Cavaquinho e Cartola e a paixão pelo bloco Cacique de Ramos fazem parte da história que será contada na peça. Além do encantamento com a força da jovem Maria Bethânia cantando "Carcará" e o peso da ditadura sobre a sociedade e a música brasileira. De 18 de março a 3 de abril. Sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 18h30. R$ 40. Imperator – Centro Cultural João Nogueira. Classificação: livre.
A MARCA DA ÁGUA – Vivendo numa aparente placidez, numa espécie de cotidiano automático e morno, Laura (interpretada por Patrícia Selonk), aos 40 anos, é surpreendida pelo misterioso aparecimento de um enorme peixe em seu jardim. Esta perturbadora e surrealista aparição traz de volta à vida desta mulher sintomas de uma doença neurológica causada por um acidente na infância. A partir daí, Laura passa a ter acesso profundo e muito nítido às suas mais antigas memórias e é arrebatada por uma música imaginária e constante dentro de sua cabeça. Dramaturgia de Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes. Direção de Paulo de Moraes. Dias 19 e 20 de março. Sábado, às 20h, e domingo, às 19h. Arena Carioca Carlos Roberto de Oliveira – Dicró. Classificação: 14 anos.
A FOFOQUEIRA DE CAXIAS – Dilurdes é uma carismática senhora, que com sua língua afiada adora controlar a vida dos vizinhos do alto de sua janela. Na verdade, o fato de tomar conta da vida dos outros tem um simples motivo: a solidão. A falta de seus filhos e marido faz com que seu tempo seja ocupado de forma cômica e prazerosa fofocando. O público se diverte e se emociona com suas histórias, que com humor aborda assuntos sobre o cotidiano dos cariocas e mostra que em meio as turbulências urbanas, ainda vale a pena sorrir. Pois nada mais engraçado que nós mesmos, Brasileiros. Texto de Beto Moreno. Direção de Leo Campos. Com Aline Mendonça e Beto Moreno. Quintas-feiras, às 20h. Até 31 de março. R$ 40. Teatro Ipanema. Classificação: 12 anos.
CHABADABADÁ – MANUAL PRÁTICO DO MACHO-JURUBEBA – Como se fora um antigo programa da madrugada de uma rádio AM, o espetáculo reúne uma seleção das crônicas de Xico Sá, narradas por um radialista de codinome Francisco Reginaldo, que dá conselhos amorosos e conta de suas aventuras e desventuras. Fala de vitórias e derrotas de quem não se esconde e se entrega diante do menor sinal de paixão. Seus conselhos de amor são costurados por todo um cancioneiro popular, uma compilação da obra de um artista que fez de toda a sua carreira uma devoção às mulheres: Wando. Chamado por vezes de cafona e brega, as músicas do cantor são declarações explícitas às mulheres, sucessos muitas vezes esquecida e renegada aos bailes e salões do interior do país. Texto de Xico Sá. Direção de Thelmo Fernandes. Direção musical de André Siqueira. Com Marcos França. De sexta a domingo, às 20h, até 27 de março. R$ 40. Teatro Ipanema. Classificação: 12 anos.
CAMARÃO AZUL – Peça futurista sobre uma experiência quântica realizada dentro de uma cápsula espacial com um agente de segurança do governo. Ele vive situações inusitadas e seu comportamento definirá se ele é fiel ao juramento de sacrificar-se ao extremo pelo seu país. Com a Cia. Teatral Fala Baixo que O Breno Está Dormindo, Zeca Richa e Nelson Yabeta. Texto e direção de Rogério Blat. Até 27 de março. Sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 19h30. Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas. R$ 30. Classificação: 14 anos.
COMUM DE DOIS – Recife antigo, uma casa é deixada de herança. Descobertas serão feitas sobre o verdadeiro passado de uma família imigrante, descendente da aristocracia inglesa. "Comum de Dois" levanta questões sobre o amor através de um diferente triângulo amoroso. Uma caixa trancada por tanto tempo é descoberta, e nela contém memórias que marcam, como uma impressão digital, uma alma saudosista. Por outro lado, uma vez aberta, nunca mais poderá ser fechada, esquecida ou jogada de lado. Ela muda a percepção de todos os personagens: o que era antes frio e enigmático se torna triste, amargo e penoso, ao conter tanta paixão sufocada pelo autocontrole e pela convenção social. Direção de Rhommel Bezerra. Dias 18, 19, 25 e 26 de março. Sextas e sábado, às 19h30. Centro Cultural Municipal Oduvaldo Vianna Filho (Castelinho do Flamengo). Classificação: 16 anos.
CONTOS FADADOS – Três atores e um músico realizam um divertido jogo, no qual as cenas e os personagens são sorteados durante a apresentação. Neste jogo, um dos personagens da história roubou o livro dos contos clássicos para destruí-los e o objetivo da plateia é descobrir quem é o culpado. A cada apresentação, um caminho diferente proporcionará um novo jogo. Texto de Breno Sanches. Grupo: Cia. Teatral Milongas. Com Hugo Sousa, Breno Sanches e Roberto Rodrigues. Músico: Matheus Rebelo. De 19 a 27 de março. Sábados e domingos, às 16h. R$ 20. Teatro Municipal Ziembinski. Classificação: livre.
DOMÍNIO DO ESCURO – O espetáculo é um documentário poético em forma de peça teatral. Com a direção e texto de Juliana Pamplona, jovens atores levam à cena uma investigação a partir de registros antigos e depoimentos reais de idosos homossexuais entrevistados durante o processo de criação. Domínio do Escuro é uma resposta (em aberto) a uma dívida histórica, que faz com que, ainda hoje, haja uma ausência enorme de narrativas de idosos gays e lésbicas. Com Clarisse Zarvos, Lívia Paiva e Pedro Henrique Müller. Dia 24 de março, quinta-feira, às 15h e às 19h30. Arena Carioca Jovelina Pérola Negra. Classificação: 14 anos.
E PENSAR QUE UM DIA FOMOS FELIZES PARA SEMPRE – A peça é uma reflexão sobre a cidade onde vivemos: o Rio de Janeiro inventado diariamente por seus habitantes. Cariocas que ao atravessarem suas avenidas, ruas e vielas a desenham no espaço. "E pensar que um dia fomos felizes para sempre" conta uma história de amor e vingança. Uma história de pessoas que vivem pequenas inconsequências. Estas se acumulam até o inevitável desastre que modifica radicalmente suas vidas. Ninguém está salvo, ninguém é culpado ou inocente, mas o alvo continua sendo cada um de nós. Esta é a história de quando uma bala perdida encontra o alvo. Texto e direção de Oscar Saraiva. Com Camilo Pellegrini (ator convidado), Anderson Primo, Beatriz Morgana, Elton Pinheiro, Eric Meireles, Kamilla Neves, Noemia Oliveira, Paula Almeida e Vinicius Patrício. Direção musical de Raphael Pippa. Até 27 de março. De sexta a domingo, às 20h. R$ 30. Teatro Municipal Café Pequeno. Classificação: 18 anos.
O ENVIADO – Espetáculo com crônicas de assuntos como vidas passadas, redes sociais, carreira artística, família, amizade se transformam numa miscelânea engraçada e com total participação do público. Relembra números que se consagraram nos espetáculos anteriores como Proctologista e como pedir emprego no Globo. Até 30 de março. Quartas, às 20h30. R$ 40. Teatro Municipal Café Pequeno. Classificação: 18 anos
GUIA AFETIVO DA PERIFERIA – A PEÇA DO LIVRO – Baseada no livro homônimo, Guia Afetivo da Periferia ganha sua primeira montagem teatral. Com direção do autor da obra original, Marcus Faustini, o monólogo encenado por João Pedro Zappa revela as memórias de um rapaz da periferia e sua relação com a cidade entre os anos 80 e 90. Ele tenta contar sua história escrevendo um livro. As imagens, as baganas de pensamento e quinquilharias ocupam seu quarto - seu mundo. Ele encena sozinho suas memórias, prazerosamente, e se provoca de forma irônica, refletindo sobre suas mazelas e as possibilidades que lhe são oferecidas. Até 9 de abril. De quinta a sábado, 19h30. R$ 20. Teatro Municipal Serrador. Classificação: 16 anos.
LEITURA DRAMATIZADA: "INTERVALO" – O texto aborda de forma irônica os clichês típicos das telenovelas. A peça dá ao espectador a sensação de estar assistindo, na televisão, a um capítulo da novela "Vidas sem rumo", onde atuam as irmãs Mariana ("a boa") e Roberta ("a má") e sua mãe, Florinda; além de Leonardo, noivo de Mariana, Bob e Michel – pai das moças, personagem morto há vários capítulos. Inesperadamente, num intervalo, o falecido Michel ressurge e fala ao casal protagonista do folhetim sobre o que existe em outra dimensão, além da novela, e que fatores tornam possível a existência do drama, dentre os quais as três "divindades" que comandam as vidas deles: os escritores, a audiência e os patrocinadores. Texto de Dagomir Marquezi. Direção de Josué Soares. Com Ernandes Cardoso, Joelma di Paula, Marcia Valeria, Cecilia Terrana, Rogério Brum e Flávio Lázaro. Dia 17 de março, quinta-feira, às 19h. R$ 1. Teatro Municipal Ziembinski. Classificação: livre.
MAMÃE – Mamãe nasce da necessidade de levar aos espectadores uma história real. A peça traz à cena os tabus que permeiam a morte, a expansão da consciência e os limites do amor entre mãe e filho. Texto e interpretação de Álamo Facó. Direção de Álamo Facó e Cesar Augusto. Até 24 de março. Quartas e quintas, às 20h30. R$ 40. Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto. Classificação: 12 anos.
MIGUEL, O INVISÍVEL – A trama se passa em um colégio, onde jovens e adolescentes vivenciam os dramas da adolescência enfrentando situações bem atuais como o bullying e a diversidade sociocultural. Com uma linguagem leve, coloquial, o texto aborda o universo infantojuvenil, com temas que fazem do cotidiano de nosso país. No elenco, Miguel Arraes, Karize Brum, Anna Rita Cerqueira, Lucas Cotrim, Vitor Navega Motta e Caio Lucas, entre outros. Até 26 de março. Sextas, às 19h, e sábados, às 18h. R$ 30. Teatro Municipal Gonzaguinha. Classificação: livre.
NADA MENOS QUE MUITO – Diferentes histórias cujo endereço comum é o ser humano contemporâneo, atravessado por neuroses, medos e desejos. Não há ninguém a salvo no cotidiano da cidade. Dramaturgia de Jô Bilac. Direção de Roberto Lima e Dudu Gama. Com Alda Pessoa, Araci Breckenfeld, Fernanda Báfica, Mariana Queiroz, Natally Do Ó, Rebecca Leão, Felipe Bustamante, Gabriel Aquino, Juracy de Oliveira, Lucas Gomes e Thiago Carvalho. Sábados e domingos, às 19h30. Até 27 de março. R$ 20. Teatro Municipal Maria Clara Machado. Classificação: 16 anos.
OITO DE MARÇO – História da greve que as tecelãs de uma fábrica de tecidos em Nova Iorque fizeram pela redução da jornada de trabalho. Violentamente reprimidas, as operárias acuadas refugiaram-se nas dependências da fábrica. No dia 8 de março de 1857 os patrões, com ajuda da polícia, trancaram as portas da fábrica e atearam fogo, onde 129 tecelãs morreram carbonizadas. Durante a II Conferência Internacional de Mulheres realizada em 1910 na Dinamarca, o 8 de Março foi declarado como o Dia Internacional da Mulher, homenageando as tecelãs de Nova Iorque. A encenação tem como eixo central a narrativa ao estilo brechtiano, com inserção de poemas do próprio Berthold Brecht, trechos de músicas de nossa MPB além de depoimentos pessoais de diversas mulheres, colhidos na internet, bem como das atrizes. Além do elenco profissional, juntou-se ao grupo quatro "não atrizes" oriundas de movimentos sociais, tais como ocupações e coletivos transexuais. Texto e direção de Gilson de Barros. Com Hebe Cabral, Joelma de Paula, Dâmaris Grün, Rita Grego, Dani Rougemount, Rosana Reategui, Márcia Valéria, Eunice Simeão, Marcos Hamelin e Gilson de Barros. Até 27 de março. Domingos, às 16h. Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas. R$ 30. Classificação: 14 anos.
O PACIENTE DO REMÉDIO N°3 – Douglas é o paciente do remédio número três. Um individuo solitário, que já foi negado antes mesmo de nascer. Ficou aguardando o retorno de sua mãe uma vida inteira. Agrediu, foi agredido, muitas vezes odiou, já amou, perdeu, matou. Descobriu a vida através da morte. Direção de Thiago Soares. Com Fábio Scaramuza. Dia 18 de março, sexta-feira, às 18h e às 20h. R$ 30. Teatro Municipal Maria Clara Machado. Classificação: 14 anos.
PROCESSO DO CONSCERTO DO DESEJO – Acompanhado por Luã Belik (violão) e por Henrique Rohrmann (violino), um homem (Matheus Nachtergaele) diz no palco as palavras escritas por sua mãe. Poucas palavras se confundem tanto em nossa língua quanto "concerto" e "conserto". Aqui, elas se mesclam vertiginosamente. A palavra desejo, em filosofia, seria a tensão em direção a um fim de onde se espera satisfação. Tradicionalmente o desejo pressupõe carência, ou alguma forma de indigência: Um ser perfeito que não carecesse de nada, não desejaria nada. Por isso a filosofia, tantas vezes, considera o desejo como característica primeira do ser imperfeito, do ser finito. Texto de Maria Cecília Nachtergaele. Até 27 de março. De sexta a domingo, às 20h30. R$ 40. Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto. Classificação: 16 anos.