04/01/2016 15:50:00
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) conta com um pequeno, mas faminto e poderoso aliado no combate aos criadouros do mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya na cidade. Trata-se do Poecilia Reticulada, também conhecido como lebiste, ou simplesmente "barrigudinho", um peixe de valão que devora as larvas do mosquito. Os animais são usados pela Coordenação de Vigilância Ambiental em Saúde no controle biológico dos focos do vetor e soltos em reservatórios que não podem ser eliminados nem tampados, como piscinas sem tratamento, fontes, charcos, lagos, entre outros.
A SMS começou a usar os peixes larvófagos como experiência em 2006. Comprovada sua eficiência no controle de focos do Aedes aegypti, em 2011 eles passaram a ser criados e usados em larga escala na cidade. No Brasil, há cerca de cinco ou seis espécies de peixes larvófagos. Os utilizados no Rio resistem até em água suja e com pouca oxigenação. Se reproduzem rapidamente e se alimentam de matéria orgânica, como as larvas, evitando assim o surgimento dos criadouros do Aedes aegypti.
- O controle biológico é eficiente, não há impacto sobre o meio ambiente, é mais barato e reduz o tempo necessário para os agentes inspecionarem o local, já que a presença desses peixes é garantia de que não há larvas. Uma vez colocados num reservatório, como uma piscina sem tratamento, os barrigudinhos se reproduzem rapidamente e enquanto houver matéria orgânica naquela água eles permanecerão ali, se alimentando das larvas e impedindo a proliferação do Aedes aegypti -, explica o coordenador de Vigilância Ambiental em Saúde, Marcus Vinícius Ferreira.
O Rio dispõe atualmente de 12 tanques no terreno do antigo parque aquático Wet'in Wild, em Vargem Grande, onde estão as matrizes dos barrigudinhos. E em cada uma das dez Coordenações de Área Programáticas em Saúde da cidade, onde ficam baseadas as equipes de vigilância ambiental em saúde, há pelo menos um tanque, de onde os agentes retiram os peixinhos para levar aos locais onde haja indicação de controle biológico do vetor.
Os peixinhos são usados normalmente em depósitos que não são passíveis de eliminação ou que não tenham como tampar. As piscinas da antiga sede do América, na Tijuca, e do campus desativado da Universidade Gama Filho, na Piedade, por exemplo, já estão repletas de barrigudinhos e a cada inspeção realizada nos locais, quinzenalmente, os agentes confirmam a presença dos peixes e a inexistência de focos do Aedes aegypti. Quando os agentes visitam casas em que haja uma piscina não tratada, também levam os peixinhos.
A população pode fazer pedidos de vistoria ou denunciar possíveis focos do Aedes aegypti à Central de Atendimento da Prefeitura (1746). Em 2015, 95,9% das solicitações sobre o mosquito feitas ao serviço foram atendidas pelos agentes de vigilância ambiental da Secretaria Municipal de Saúde.