Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro

 

 


 

Prefeitura inaugura Circuito de Canoagem Slalom dos Jogos Rio 2016

26/11/2015 13:52:00  » Autor: Anna Beatriz Cunha / Fotos: Beth Santos, Paula Johas e Ricardo Cassiano


O prefeito Eduardo Paes inaugurou, na manhã desta quinta-feira (26/11), o Circuito de Canoagem Slalom dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, no Complexo Esportivo de Deodoro. De hoje a domingo (29/11), o local recebe o evento-teste da modalidade para as Olimpíadas, com a participação de 250 atletas de 40 países.

 

 

Depois de assinar, com o governador Luiz Fernando Pezão, um documento de conclusão das obras e entregar a chave simbólica do local ao presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, Paes fez o percurso da Canoagem Slalom ao lado do francês e tricampeão olímpico, Tony Estanguet.

 

 

 

 

- Isso aqui é um grande legado das Olimpíadas que entregamos, mais uma vez, dentro do prazo e do custo. E o mais legal é imaginar a molecada da Zona Norte e da Região Metropolitana do Rio usando esse parque como área de lazer daqui a pouco mais de um mês. É maravilhoso ter um parque como esse na área da cidade que tem o menor IDH (Índice Desenvolvimento Humano) – disse o prefeito, referindo-se ao fato de que o Parque Radical, no Complexo Esportivo de Deodoro, será utilizado como área de lazer antes e depois das Olimpíadas Rio 2016, beneficiando 1,5 milhão de pessoas de 10 bairros e três municípios vizinhos.

 

 

O presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, fez uma avaliação positiva das obras do Circuito de Canoagem Slalom:

 

 

- O balanço é ótimo. Acho que estamos recebendo instalações das mais difíceis e complexas. É um orgulho muito grande para essa região, pois nós defendemos na candidatura do Rio para sediar as Olimpíadas que a cidade inteira receberia os jogos e se desenvolveria com eles.

 

 

 

A instalação do Circuito de Canoagem Slalom tem dois canais: o de competição, com 25m e quatro bombas; e o de treino, com 200m e três bombas. O volume de água supera os 25 mil m³, o equivalente a sete piscinas olímpicas, mas será necessário utilizar este volume apenas uma vez, pois uma estação de tratamento interna vai garantir a renovação da água durante o período de treinos e competição. Os oito mil assentos provisórios serão colocados apenas para os Jogos.

 

 

Como uma das diretrizes da Prefeitura do Rio é simplificar os equipamentos esportivos sem deixar de atender ao padrão olímpico, foi proposto que o circuito tivesse menos altura e, portanto, menor gasto de energia elétrica (necessária para impulsionar a água até o topo da instalação). Essa alteração não afetou as exigências técnicas da Federação Internacional de Canoagem e do Comitê Olímpico Internacional, que acompanharam todo o desenvolvimento do projeto.

 

 

O tricampeão olímpico Tony Estanguet elogiou o circuito e a ideia de transformar o local em área de lazer. Ele também falou da importância dos eventos-testes para os Jogos:

 

 

- Está simplesmente fantástico, a pista é muito boa. E é uma grande oportunidade abrir o parque para a população das comunidades do entorno terem lazer e diversão. Precisamos acertar algumas coisas e faremos isso até março, quando os atletas voltam para treinar. Por isso é muito importante fazermos os testes.

 

 

Após os Jogos Olímpicos, o Circuito de Canoagem Slalom – assim como a pista de BMX – fará parte do Parque Radical, que vai oferecer opções de recreação e prática esportiva para a população, incluindo uma ciclovia. Com 500 mil metros quadrados, será a segunda maior área de lazer da cidade, atrás apenas do Parque do Flamengo, beneficiando uma região com grande concentração de população jovem e poucas opções de lazer e para a prática de esportes. 

 

 

Cercado pelos bairros de Anchieta, Campo dos Afonsos, Deodoro, Guadalupe, Jardim Sulacap, Magalhães Bastos, Parque Anchieta, Realengo, Ricardo de Albuquerque e Vila Militar, o Complexo Esportivo de Deodoro é vizinho de três municípios populosos da Região Metropolitana do Rio – Nilópolis, Nova Iguaçu e Mesquita –, que também vão aproveitar o legado que os Jogos deixarão no Parque Radical. 

 

O planejamento para o aproveitamento do Parque Radical divide a área em cinco setores, de acordo com o perfil de cada um. No setor 1, onde ficam o Circuito de Canoagem Slalom e a Pista de BMX, a ideia é o uso combinado do público e dos atletas de alto rendimento. O equipamento de canoagem slalom vai se tornar um grande lago recreativo. Os obstáculos que dificultarão a performance de canoístas profissionais nos Jogos serão retirados e permitirão a criação de um canal com uma correnteza leve, para diversão dos usuários, que poderão descê-lo a nado ou em boias. A pista olímpica de BMX permanecerá, com suas ondulações desafiadoras. No terreno ao lado, serão instaladas quadras poliesportivas. 

 

 

O setor 2 será o mais dedicado à natureza, com trilhas ecológicas, equipamentos de ginástica – inclusive para a Terceira Idade – e locais de descanso e contemplação, com assentos, quiosques e jardins. Já o setor 3 terá uma minipista de mountain bike e será ponto de encontro das famílias, com espaço para convivência com churrasqueiras e trilhas, além de um mirante que permitirá ampla visão do parque. 

 

 

Outras quadras poliesportivas, uma ciclovia, uma pista de skate e outra de BMX, para iniciantes, comporão o setor 4. O setor 5 será dedicado ao cidadão, com oferta de serviços à comunidade. Serão instalados no local uma Nave do Conhecimento, uma Clínica da Família e equipamentos de educação ambiental.

 

 

Nos Jogos Rio 2016, o Complexo Esportivo de Deodoro será sede de 11 modalidades olímpicas (hipismo - saltos, hipismo - adestramento, concurso completo de equitação, BMX, mountain bike, pentatlo moderno, tiro esportivo, canoagem slalom, hóquei sobre grama, rúgbi e basquete) e quatro paralímpicas (tiro esportivo, hipismo, esgrima e futebol de 7). 

 

 

Como recebeu os Jogos Pan-Americanos de 2007 e os Jogos Mundiais Militares de 2011, o complexo já tinha 60% das áreas de competição permanentes construídas – o Centro Nacional de Tiro, a piscina do pentatlo moderno, o Centro Nacional de Hipismo e o Centro de Hóquei Sobre Grama precisavam apenas de adaptações. Com o projeto olímpico, o local ganhou três instalações permanentes: a Arena da Juventude, a Pista de BMX e o Circuito de Canoagem Slalom. A Pista de Mountain Bike e o Estádio de Deodoro (rúgbi, hipismo do pentatlo moderno e combinado do pentatlo moderno) serão provisórios. 

 

As obras são executadas pela Prefeitura do Rio com recursos do Ministério do Esporte.

 

 

Aquece Rio

 


O primeiro dia do evento-teste de Canoagem Slalom — esporte olímpico que fechou este mês o calendário do Aquece Rio — foi marcado pelo elogio dos atletas das categorias C1 (canoa) e K1 (caiaque) ao circuito da modalidade. Ao todo, 57 esportistas desceram as corredeiras de Deodoro em busca de uma vaga para as finais do Campeonato Internacional, que serão realizadas no domingo. A partir de sábado, apenas os representantes dos países classificados — o Brasil está entre eles — disputam a última etapa classificatória. Nesta sexta-feira (27/11), será a vez das categorias K1 feminino e C2 masculino (canoa com dois remadores) participarem da competição.

 


— A qualidade da pista, o desempenho dos atletas e a tecnologia empregada deixaram empolgados todos os envolvidos com o projeto neste primeiro dia. Esse feedback de quem cai na água é fundamental até porque há preocupação com o funcionamento da bomba e a filtragem da água, que precisam estar dentro dos padrões internacionais — disse o gerente de competições esportivas de canoagem do Comitê Rio 2016, Sebastian Cuatrin.

 

 

O Brasil está em plena evolução na modalidade. Em julho, o país teve bom desempenho nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Foram cinco medalhas -uma de ouro, com Ana Sátila, no C1 (modalidade não-olímpica no feminino), três de prata, com Pedro Gonçalves, o Pepe, também no C1, a dupla Charles Correa e Anderson Oliveira, no C2, e novamente Ana Sátila, no K1, e uma de bronze, com Felipe Borges, no C1.

 

 

Para o medalhista de prata nos Jogos Pan-Americanos, o estudante de fisioterapia Pedro Henrique Gonçalves, o Pepe, a oportunidade de competir nas Olimpíadas do Rio, com o apoio da torcida, é a realização de um sonho:

 


— Cheguei a sonhar com isso. Claro que subir no pódio não é fácil porque tem muita gente qualificada, mas tenho me dedicado como nunca ao esporte. A pista é maravilhosa e o objetivo é intensificar os treinamentos para melhorar a performance.

 

 

O sonho de Pedro é compartilhado por Ana Sálita, mineira de 19 anos que se apaixonou pelo esporte aos nove anos de idade. A jovem medalhista de ouro do Pan, que já conheceu 12 países em competição, vai descer as corredeiras de Deodoro nesta sexta com uma certeza:

 

 

— Estou treinando diariamente e o circuito é um dos melhores do mundo. A intenção é praticamente morar neste lugar até às Olimpíadas, já que cada detalhe de descida precisa ser estudado, analisado e praticado. O Rio está de parabéns por essa obra.

 


O Estádio Olímpico de Canoagem Slalom receberá as provas dias 7 e 11 de agosto de 2016. A instalação faz parte do Parque Radical, no Complexo Esportivo de Deodoro, e será mais um legado olímpico para os cariocas. Antes e depois dos Jogos, ele será utilizado como área de lazer.
 

 

Sobre a Canoagem Slalom

 

A Canoagem Slalom estreou nas Olimpíadas na edição de 1972, em Munique, na Alemanha e, depois disso, ficou fora do programa olímpico nas quatro edições seguintes. A volta aconteceu em Barcelona 1992. 

 

 

O Brasil está crescendo na modalidade e espera surpreender os estrangeiros em 2016. Recentemente, o país teve bom desempenho nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, disputados em julho. Foram cinco medalhas na modalidade, sendo uma de ouro, com Ana Sátila, no C1 (modalidade não-olímpica no feminino), três de prata, com Pedro Gonçalves, o Pepe, também no C1, a dupla Charles Correa e Anderson Oliveira, no C2, e novamente Ana Sátila, no K1, e uma de bronze, com Felipe Borges, no C1.




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