Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro

 

 


 

Prefeitura entrega campo de golfe dos Jogos Olímpicos Rio 2016

22/11/2015 15:20:00  » Autor: Flávia David / Fotos: J.P. Engelbrecht


Após 112 anos, o Golfe voltará a ser um esporte olímpico. O fato foi lembrado na manhã deste domingo (22/11), quando o prefeito Eduardo Paes entregou ao Comitê Rio 2016 o campo de Golfe dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Localizado na Barra da Tijuca, o empreendimento de 970 mil m² foi totalmente realizado com recursos privados e ficará de legado para a população após o evento esportivo. Além disso, sua construção ajudou a resgatar uma área degradada e se transformou no maior programa de recuperação de vegetação de restinga do país.

 

- Essa era um área totalmente degradada e que já tinha um campo de Golfe antes da minha administração. Por se tratar de uma área privada, só fizemos as adaptações para que se tornasse um campo olímpico. O campo está pronto para as Olimpíadas. Além da recuperação da vegetação de restinga, teremos aqui o maior parque público da cidade. O Golfe é um esporte incrível e espero que as pessoas possam utilizar este espaço após os Jogos para a sua prática esportiva - disse o prefeito.

 

Após os Jogos, o local será público por 20 anos. O objetivo é promover o esporte no Brasil e em toda a América do Sul, incentivando, assim, o turismo direcionado à prática do esporte e a realização de competições de nível internacional no Rio de Janeiro.

 

- As Olimpíadas são o resultado de um trabalho incansável de todos os envolvidos. Acompanhei de perto os desafios enfrentados para a construção desse campo e hoje celebramos a entrega de um equipamento fantástico, onde os atletas darão o seu melhor e farão com que o esporte seja popularizado. O que posso dizer é que o Brasil está verdadeiramente preparado para receber grandes eventos, seja qual for. Estamos trilhando uma caminhada de êxitos, especialmente o Rio de Janeiro. São inúmeras as transformações que estão ocorrendo nesta cidade e quem ganha é a população - afirmou o ministro do Esporte, George Hilton.

 

Com destaque para a preservação da formação natural das dunas, o campo possui 18 buracos, dois lagos artificiais, e capacidade para receber 15 mil expectadores. O projeto foi elaborado pelo escritório americano Hanse Goolf Course Design e executado pelo consórcio Taneto/ECP.

 

As obras do campo de Golfe, que receberam acompanhamento permanente da Prefeitura do Rio e do Comitê Rio 2016, tiveram como umas das principais premissas a conjugação da excelência técnica, necessária para o bom desempenho dos atletas, com a preservação das espécies nativas da flora e da fauna. Para isso, uma equipe de veterinários, biólogos, geógrafos, engenheiros e arquitetos, contratada pelo consórcio, monitorou os animais da região. Em 2013, foram encontradas e catalogadas 118 espécies. O último registro, realizado este ano, computou 245 espécies, o que representa um aumento de 107,6%.

 

- Este é, sem dúvida, um dia histórico para o Golfe brasileiro. O esporte está de volta aos Jogos Olímpicos e celebramos isso com a entrega de um campo lindo e com os mais avançados equipamentos. Posso dizer que o dia de hoje é um divisor de águas, pois vamos abrir os portões do Golfe com a expectativa de crescimento da modalidade e do surgimento de novos atletas - pontou o presidente da Confederação Brasileira de Golfe (CBG), Paulo Cesar Pacheco. 

 

Após a solenidade, as autoridades participaram da assinatura de documento que oficializou a entrega do campo de golfe, acompanharam o descerramento da placa e conheceram parte do circuito da modalidade, ao lado de Vinícius, mascote dos Jogos Olímpicos Rio 2016. 

 

- Estamos preparados e vamos fazer um grande evento - disse presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman. 

 

A entrega do campo também foi acompanhada por atletas que farão parte da delegação brasileira. Um dos destaques é Victoria Lovelady, de 20 anos, que pratica a modalidade desde os 12. Ela disse estar "encantada" com tudo o que viu:

 

- O campo está perfeito. Amo o Rio de Janeiro, mas sempre precisei viajar para que pudesse treinar em um campo ideal para competições. Agora, sabendo que a cidade dispõe de um local de altíssimo nível, só posso dizer que será uma motivação a mais para que eu possa treinar e dar alegrias ao Brasil em 2016. 

 

A última vez que a modalidade integrou os Jogos Olímpicos foi em 1904, na edição de Saint Louis, nos EUA. Em 2016, no Rio de Janeiro, serão 60 competidores no torneio masculino e 60 no feminino.O Brasil tem ao menos uma vaga garantida em cada uma das categorias por ser país-sede.

 

A definição dos participantes tem como base o ranking mundial. Os 15 primeiros se classificam automaticamente, com limite de até quatro jogadores por país. As demais vagas serão preenchidas com as posições seguintes, desde que cada nacionalidade não tenha mais do que dois representantes. Uma delas fica reservada ao brasileiro mais bem colocado.

 

Entre os homens, quem aparece nesta situação é Adilson da Silva, gaúcho que vive na África do Sul e ocupa a 284ª posição no ranking. O concorrente mais próximo dele na luta pela vaga do país-sede é o paulista Lucas Lee, que ocupa o 652º lugar.

 

A disputa entre as mulheres está mais acirrada, com três concorrentes. Uma delas é Mirian Nagl, que nasceu no Paraná, foi morar na Alemanha com a família aos oito anos de idade e optou pela nacionalidade brasileira. Ela aparece em 738º lugar, apenas duas posições acima da paulista Victoria Lovelady. Há ainda Luciana Lee, também paulista e irmã de Lucas Lee, que está em 810º.

 

De acordo com a Confederação Brasileira de Golfe (CBG), o número de praticantes do esporte no Brasil, atualmente, é de 20 a 25 mil. Já o número de atletas federados é de aproximadamente 10 mil.

 

O golfe

 

Os jogadores usam diversos tipos de tacos para arremessar uma bola para uma série de buracos usando o menor número possível de tacadas. As competições de golfe são geralmente pontuadas em função do menor número de tacadas individuais (stroke play) ou a pontuação mais baixa em cada buraco individual durante uma ronda completa de um jogador ou de uma equipe (match play). O formato stroke play, no entanto, é o mais comum em todas as competições.

 

O objetivo do jogo consiste em sair de um local determinado e acertar a bola no buraco com o menor número de tacadas possível. O jogo normalmente é disputado em percurso de 18 buracos, e, em uma competição, quem totalizar o menor número de tacadas ao término de todos os buracos é declarado vencedor. Para dificultar a tarefa, o trajeto pode incluir pequenos obstáculos, como lagos, poços de areia, árvores e locais com relva mais alta.

 

O golfe pode ser jogado individualmente ou em grupos de dois a quatro jogadores, e tem como particularidade a ausência de um "adversário" propriamente dito. O único adversário do golfista é o próprio campo, uma vez que não há nada que ele possa fazer no sentido de dificultar o desempenho de outros jogadores. O resultado depende de seu esforço individual e sorte, e cada golfista luta para baixar a sua pontuação total no campo. Os jogadores caminham, pelo menos, quatro quilômetros por jogo. Uma partida costuma durar em média quatro horas.

 

Quando a bola cai em locais adversos para a jogada (um lago, por exemplo), o jogador poderá tirá-la e colocá-la o mais próximo do local onde a bola caiu. Por isso, receberá a penalidade de uma tacada extra. Caso o obstáculo seja um banco de areia, não haverá nenhuma penalidade.

 

Em competições oficiais, é proibido um golfista falar com outros jogadores sobre o jogo.
 




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