Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro

 

 


 

Time Rio de atletismo prepara equipe para os Jogos Paralímpicos de 2016

03/09/2015 09:51:00  » Autor: Helena Soares/Fotos: Ricardo Cassiano


O resultado da equipe brasileira nos Jogos Parapan-Americanos de 2015, que aconteceram em Toronto (Canadá) de 7 a 15 de agosto, aumentou as expectativas para os Jogos Paralímpicos Rio 2016. A delegação garantiu a primeira colocação no quadro geral, com 267 medalhas - 109 de ouro, 74 de prata e 74 de bronze. Com 13 medalhas, destacaram-se ainda os os oito representantes do atletismo do Time Rio, grupo de 25 atletas patrocinado pela Prefeitura do Rio que compete nas modalidades de atletismo, natação, judô e canoagem.

 

Eles estavam entre os 50 brasileiros no atletismo do Parapan de Toronto e conquistaram quatro medalhas de ouro, sete de prata e duas de bronze. Uma parceria das secretarias municipais da Pessoa com Deficiência e de Esporte e Lazer, com respaldo do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o Time Rio oferece inventivos para que os atletas com deficiência visual e motora se dediquem exclusivamente ao esporte. Entre os estímulos para os integrantes estão bolsa em dinheiro; atletas-guia e treinadores; equipe multidisciplinar de atendimento, com fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos; aquisição de material esportivo e suplementos necessários para o desenvolvimento dos atletas. O time treina diariamente nas instalações da prefeitura na Vila Olímpica José Gomes Tubino (Mato Alto), em Jacarepaguá.



Atleta há 17 anos, Roseane Ferreira, mais conhecida como Rosinha, é um dos ícones do esporte paralímpico brasileiro. Com o apoio do Time Rio, ela conseguiu se recuperar de um câncer na garganta e conquistar uma medalha de bronze na classe F56/57 do arremesso de peso no Parapan de Toronto. A atleta teve de amputar a perna esquerda aos 18 anos, após ser atropelada por um caminhão. Já participou de cinco Parapans, somando dez medalhas, e conquistou dois ouros olímpicos nas categorias de arremesso de peso e lançamento de disco, nas Paralimpíadas de Sydney em 2000. Mesmo sem treinar durante 2014, quando estava em tratamento, Rosinha conseguiu se sair bem na competição, que considerou a mais difícil de sua vida:

 

 

- Fiquei sem treinar durante um ano e estava triste e desmotivada, achando que nunca mais voltaria a competir. Assim que recebi alta, em janeiro, voltei a treinar e, mesmo não voltando ao ritmo que gostaria, garanti a medalha. Estar no Time Rio dá uma tranquilidade para poder me dedicar totalmente ao esporte, só tenho a agradecer por tudo.

 

 

Detentor de três medalhas no Parapan de Toronto – prata nos 200m e ouro nos 400 metros e no revezamento 4x100 metros – , Felipe Gomes está em primeiro lugar no ranking mundial dos 400m, em segundo nos 200m e em terceiro nos 100m, além de fazer parte da equipe brasileira dos 4x100m, que ocupa a primeira colocação. Felipe compete na categoria T11, para atletas com cegueira total, e é uma das principais apostas do Time Rio para a competição do ano que vem. O atleta nasceu com um glaucoma congênito e foi perdendo a visão com o passar dos anos. Aos sete, parou de usar lápis e papel. Aos 14, já não enxergava mais. O atleta descobriu as modalidades pra deficientes com o futebol de 5, um esporte que já praticava antes de perder a visão. A rapidez nos campos chamou atenção e ele trocou o futebol pelas pistas de atletismo em 2003. Com foco nas Paralimpíadas Rio 2016, Felipe está entusiasmado pelo calor da torcida brasileira.


- Será uma oportunidade única de competir ao som da torcida em português. Estou me preparando para brigar por medalha de ouro em todas as provas que irei participar, e conto com o apoio do Time Rio para isso.


Nas Paralimpíadas de Londres, em 2012, o atleta conquistou duas medalhas: a de ouro nos 200m e de bronze nos 100m. Para repetir ou melhorar o desempenho na próxima edição dos Jogos ele conta com a ajuda do seu atleta-guia, Jorge Augusto, que o acompanha há três anos. Nas classes em que os atletas têm cegueira total é obrigatório que eles compitam vendados e com um atleta-guia auxiliando. Desde 2011, os atletas-guias também passaram a receber medalhas.


O treinamento dos guias é diferente, completamente voltado para o atleta paralímpico. Jorge explica que as vitórias dependem de um bom trabalho em equipe e deixa claro que a ajuda se limita às pistas: segundo ele, Felipe consegue fazer tudo sozinho e leva uma vida normal. Ele espera que as competições ano que vem levem mais pessoas a conhecer as modalidades paralímpicas:



- Acho que as Paralimpíadas no Rio serão um divisor de águas para o esporte, tanto para os que já praticam, quanto para quem não conhece. Vai incentivar pais a levarem seus filhos com deficiência desde cedo para o esporte paralímpico, o que faz a maior diferença.
 

Além de fomentar o esporte paralímpico, o Time Rio colabora para a prática de atividades adaptadas no Rio de Janeiro. A parceria entre os órgãos também possibilita a transferência de conhecimento técnico e experiência de profissionais do Comitê Paralímpico Brasileiro na prática de modalidades paralímpicas para servidores municipais, com cursos e palestras sobre o tema. A finalidade é garantir um legado para o esporte destinado às pessoas com deficiência.


Das 43 medalhas conquistadas pelo Brasil nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, sete delas foram de atletas do Time Rio Paralímpico. Com a melhor campanha paralímpica de todos os tempos - 43 medalhas: 21 de ouro, 14 de prata e 8 de bronze -, o Brasil ficou em 7º lugar no ranking geral, cumprindo a meta determinada pelo CPB. Nos Jogos de Pequim, em 2008, o país ficou em 9º lugar. O objetivo para a Rio 2016 é alcançar a 5º posição.

 

Festival celebra um ano para as Paralímpiadas

Nos próximos dias 6 e 7 de setembro, domingo e segunda-feira, o Parque dos Patins, na Lagoa, vai virar palco do Festival Paralímpico, uma celebração da marca oficial de um ano para os Jogos Paralímpicos Rio 2016. Oficinas de arte, exposição de fotos, cinema e apresentações de dança fazem parte da programação, que conta ainda com experimentações esportivas e desafios com a participação de atletas paralímpicos. O Festival dá a largada para o Programa de Ingressos dos Jogos Paralímpicos, cuja solicitação de bilhetes começa no dia 7. Estão disponíveis 3.3 milhões de entradas para as competições de 23 esportes. São 2 milhões de ingressos por até R$ 30, e o mais barato custará R$10. 


Dia 6 de Setembro


9h – Filmes em telão LED e oficinas de arte
11h -Desafio Eliminatório: Atleta Mais Rápido do Mundo
14h – Oficina de arte
16h- Início da Programação Cultural com apresentações do Grupo de Dança Inclusiva Companhia em Movimento, Batalha do Passinho, DJ João Brasil

Dia 7 de Setembro


9h - Filmes em telão LED e oficinas de arte
10h - Desafio de Vôlei Sentado – BRA X EUA
11h – Cerimônia protocolar com a participação de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Rio 2016, Sir Philip Craven, presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), e atletas medalhistas nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto
12h50 - Desafio final: Atleta Mais Rápido do Mundo
14h - Desafio Futebol de Cinco – BRA X ARG
14h – Oficina de arte
15h - Desafio de Basquete em Cadeira de Rodas
16h - Início da Programação Cultural com apresentações do Grupo de Dança Inclusiva Companhia em Movimento, Batalha do Passinho, DJ João Brasil e da Escola de Samba Embaixadores da Alegria

 




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