01/03/2015 14:16:00 » Autor: Juliana Romar / Fotos: Ricardo Cassiano
A missa pelos 450 anos do Rio celebrada pelo Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, na manhã deste domingo (01/03), no Santuário Arquidiocesano de São Sebastião, na Tijuca, reuniu pela primeira vez as quatro relíquias ligadas à origem da cidade. A Chave da Cidade de 1618 foi levada da Fortaleza São João, na Urca, à Paróquia dos Frades Capuchinhos pelo prefeito Eduardo Paes, que acompanhou a solenidade ao lado da primeira-dama, Cristine Paes. Logo no início da missa, que começou pontualmente às 8h30, Paes entregou a chave a Dom Orani, que a posicionou aos pés da imagem de São Sebastião (padroeiro do Rio), considerada uma das quatro relíquias da cidade, juntamente com os restos mortais de Estácio de Sá e com a pedra fundamental da fundação. Paes falou sobre as qualidades da cidade e apontou alguns desafios:
- O Rio é uma cidade especial, alegre e que acolhe muito bem as pessoas. Ele tem uma série de valores como justiça, igualdade e fraternidade, mas com tempero de alegria e de felicidade que é incomparável. Meu desejo é que a cidade seja mais justa, mais integrada e tenha mais paz. Já melhoramos muito, mas o Rio ainda tem que continuar avançando.
Após abençoar as quatro relíquias da cidade, Dom Orani falou sobre o aniversário do Rio:
- Tivemos hoje a oportunidade de agradecer a Deus pelos 450 anos da cidade. Pedimos que esta cidade, que já é bonita por natureza, como diz a canção, seja abençoada. Esses 450 anos de história nos contempla e chama a atenção para as questões sociais, culturais e da fraternidade, que são valores necessários para o progresso da cidade.
O aposentado Geraldo Esteves, 82 anos, morador do Bairro de Fátima, esteve na igreja especialmente para assistir a missa pelo aniversário da cidade:
- A missa foi linda! Essa é realmente uma data muito marcante para a cidade. Daqui a 50 anos não estarei mais vivo para celebrar os 500 anos, por isso, não podia perder a oportunidade de estar aqui hoje. Sou de Minas e moro no Rio há 61 anos. Amo essa cidade. Fui muito bem acolhido quando cheguei e, hoje, não saio daqui por nada. Sou muito feliz aqui e se eu pudesse dar um presente para a cidade seria o fim da violência.
Já a portuguesa Ercília da Conceição Teixeira da Silva, de Tras-os-Montes, de 65 anos, teve um motivo ainda mais especial para participar da celebração:
- Vim para o Rio com 15 anos. Aqui construí minha família, me casei e tive dois filhos, que são cariocas, abri o meu negócio e fiz muitos amigos. Morar aqui é um presente. Não há lugar mais lindo e o Cristo Redentor é o meu local favorito. E essa pedra fundamental, uma das relíquias da cidade, me lembra a história do meu local de origem, por isso, gosto tanto dessa igreja e fiz questão de vir acompanhar a missa de aniversário.