Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro

 

 


 

Prefeitura nomeia mais 13 negócios tradicionais e notáveis da cidade

05/01/2015 14:53:00  » Autor: Foto: Raphael Lima


A Prefeitura do Rio, por meio do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), relacionou mais 13 estabelecimentos comerciais para compor a categoria de atividade econômica tradicional e notável, de bens imateriais da cidade. O comércio tradicional da região Central e de Copacabana foi analisado e chapelarias, lojas de cofres, tabacarias, lojas de música, confeitarias, sebos e gráficas foram selecionados para terem suas atividades protegidas. Os novos negócios tradicionais da cidade são: Leiteria Mineira, Confeitaria e Restaurante Cirandinha, Confeitaria La Marquise, Ao Bandolim de Ouro, as chapelarias Porto, Alberto e Esmeralda, Charutaria Syria, Tabacaria Africana, Livraria Padrão, Gráfica Marly e as lojas Cofres Gaglianone e Cofres Americanos.

 

Os negócios tradicionais e notáveis fazem parte da referência cultural da cidade. Em muitos destes estabelecimentos, são preservados diferentes culturas e modos de viver. Por isso, a Prefeitura do Rio busca formas de preservar a história e ajudar na adequação destes novos negócios às mudanças da sociedade e do mercado.

 

- Queremos estabelecer políticas e incentivos para valorizar cada vez mais estes bens culturais da nossa cidade. Muitos deles passam por um processo de transformação. Outros estão, aos poucos, desaparecendo. Queremos ajudar a manter vivos estes negócios que fazem parte da história do Rio de Janeiro -, explica o presidente do IRPH, Washington Fajardo.

 

A categoria de patrimônio imaterial da cidade foi criada em junho de 2013, quando nove negócios tradicionais da Rua da Carioca foram listados: Bar Luiz, A Guitarra de Prata, Vesúvio, Ponto Masculino, Padaria e Confeitaria Nova Carioca, Mariu´s Sport, Mala de Ouro, Irmãos Castro e Casa Nova Zurita.

 

Para a definição de negócio tradicional, o IRPH se baseia em quatro pilares. O primeiro é o processo produtivo e os itens comercializados. A tradição também é analisada e o negócio precisa ser transmitido entre gerações. A reputação também é outro item analisado. O comércio precisa ser reconhecido por moradores e frequentadores da região como um símbolo do território. O valor da marca é o quarto item de análise.

 

Um novo circuito


Os novos negócios tradicionais deverão compor um novo Circuito do Patrimônio Cultural Carioca. Placas azuis indicarão a importância histórica de cada um dos estabelecimentos. O projeto já existe desde a década de 90 e, a partir de 2010, começou a agrupar o patrimônio por temas, além também de abranger assuntos livres, ligados à cultura e a identidade carioca e não somente à arquitetura.

 

Atualmente, cerca de 190 placas já estão instaladas em toda a cidade. A meta do IRPH é instalar mais 260 novas placas para atingir a marca de 450 até o final de 2015 para homenagear os 450 anos do Rio. Atualmente, a cidade conta com 10 circuitos: da Liberdade, Art Déco, dos Cinemas, do Trem, dos Botequins, das Águas, do Samba, da Bossa Nova, da Praça Tiradentes e do Choro.

 

Conheça os novos negócios tradicionais e notáveis do Rio

 

LEITERIA MINEIRA

 

Rua da Ajuda, 35, Loja A – Centro

 

O tradicional restaurante da cidade foi criado no início do século passado por um fazendeiro para escoar a sua produção de leite e derivados. Entre os pratos mais tradicionais estão o mingau de aveia, arroz doce, coalhada e torradas Petrópolis. Na época da inauguração, a Leiteria servia café da manhã e almoço e também possuía um balcão onde eram vendidos produtos derivados de leite, como queijos, manteigas e outros. Atualmente, a casa não faz mais vendas de produtos a varejo. No entanto, os derivados de leite não saíram de seu cardápio.

 

CONFEITARIA E RESTAURANTE CIRANDINHA

 

Av. Nossa Senhora de Copacabana, 719 - Copacabana

 

Inaugurada em 1957 por imigrantes espanhóis, a confeitaria é famosa pelo serviço de chá. Atualmente, é propriedade de Milton, que foi maître da casa por 40 anos. O cardápio e a decoração originais são mantidos até hoje. Os pratos tradicionais continuam no cardápio e seguem sendo fabricados na casa.

 

CONFEITARIA LA MARQUISE

 

Rua Carvalho de Mendonça, 29 – Copacabana


Inaugurada em 1950, a confeitaria é administrada pela mesma família de descendentes italianos há 45 anos. Todos os doces são de fabricação própria e os proprietários são os responsáveis pela cozinha do estabelecimento. Até 1988, a Confeitaria era responsável pela produção dos doces servidos no Copacabana Palace.

 

AO BANDOLIM DE OURO

 

Av. Marechal Floriano, 52 – Centro


É uma das lojas de música mais tradicionais do país. Fundada em 1929, foi frequentada por músicos como Pixinguinha, Noel Rosa, Paulinho da Viola, Monarco da Portela e Jorge Aragão. Até hoje são ministradas aulas de instrumentos e, nas manhãs de sábado, ocorre a tradicional roda de choro. Além da venda de instrumentos e acessórios musicais, o local comercializa instrumentos de fabricação própria: os violões, cavaquinhos e bandolins da marca Do Souto, sobrenome da família proprietária.

 

CHAPELARIA PORTO

 

Rua Senador Pompeu, 94, Sobrado – Centro

 

Os chapéus panamá são a especialidade da loja, fundada em 1880. O famoso chapéu de Zé Keti foi confeccionado no estabelecimento. Após comprar a palha do Equador, os fabricantes engomam, passam, dobram e cortam o material até se transforma nos elegantes chapéus. A administração da loja foi assumida por Vanusa, filha do proprietário Seu Miguel. A partir daí, o local começou a vender produtos para o gênero feminino. Atualmente, a loja investe em novas áreas, como roupas masculinas e femininas. Produzem muitos chapéus para escolas de samba e cultos religiosos. São os únicos chapeleiros da cidade que ainda customizam e consertam chapéus artesanalmente.

 

CHAPELARIA ALBERTO

 

Rua Buenos Aires, 73 – Centro

 

A loja chegou ao Rio de Janeiro em 1907. Era uma das chapelarias mais elegantes da cidade, com vitrines de madeira. Foi a primeira loja a ter um letreiro luminoso e abriu outras filiais. Em 1947, após reforma, passou a vender artigos finos para homens. Teve clientes ilustres como Vinícius de Moraes e o Rei Alberto, da Bélgica.

 

CHAPELARIA ESMERALDA

 

Av. Marechal Floriano, 32 – Centro

 

Fundada em 1920 por um imigrante português, até hoje, é administrada pela família. Tradicionalmente, a loja vende chapéus, boinas e bonés. O fundador Joaquim Carvalho de Faria inaugurou outras lojas pela cidade, sempre com nomes de mulheres. Atualmente, a neta Christiane inovou a abriu, ao lado da chapelaria, uma loja de vinhos e um pequeno bistrô.

 

COFRES GAGLIANONE

 

Rua Teófilo Otoni, 134 – Centro

 

Desde 1934, a loja nunca funcionou em outro endereço. Vendem, consertam e restauram cofres. Atualmente, atende ao público comercial, como hotéis, mercados, casas lotéricas e escritórios.

 

COFRES AMERICANOS

 

Rua Teófilo Otoni, 120 – Centro

 

Foi fundada em 1963 e permanece sobre a direção da mesma família desde 1965. Entre 1975 e 2005, chegou a manter uma fábrica com 30 empregados, em Duque de Caxias. Atualmente, não vende cofres grandes, somente pequenos para lojas e residências.

 

CHARUTARIA SYRIA

 

Rua Senhora dos Passos, 180 – Centro

 

Atualmente, é comandada por Emne Al Hajes, neta do primeiro proprietário, o imigrante sírio Ali Hajes. Após vender caixas de fósforo na rua, o sírio trouxe a família para o Brasil e abriu a charutaria. Durante reforma em 2004, foi descoberto um painel publicitário da marca de fósforos Olho, pintado em 1932. Restaurado, o painel permanece na loja, que ganhou em pequeno bistrô no fundo desde 2007.

 

TABACARIA AFRICANA

 

Praça XV, 38 – Centro

 

Inaugurada em 1846, a loja é administrada por Isaac, neto dos portugueses que compraram a charutaria na década de 1920. Com um público predominantemente masculino, a loja teve clientes especiais como Getúlio Vargas.

 

LIVRARIA PADRÃO

 

Rua Miguel Couto, 40 – Centro

 

Livreiro desde os 15 anos, Seu Alberto abriu a Livraria Padrão em 1973 e trabalhou com importação e edição de livros. Hoje, é a única livraria na Rua Miguel Couto, que, no passado, chegou a ter três grandes livrarias.

 

GRÁFICA MARLY

 

Rua do Livramento, 40 – Centro

 

Foi fundada em 1946. O estabelecimento faz impressões em tipográfica, relevo francês, relevo americano e envelopes. Está focada na atuação de produtos artesanais.

 




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