O prefeito Eduardo Paes visitou, na manhã desta terça-feira (16/09), as obras de construção do túnel da Transolímpica. A via expressa com BRT (Bus Rapid Transit) vai ligar o Recreio dos Bandeirantes a Deodoro, cortando bairros como Magalhães Bastos, Curicica e Sulacap, em um trajeto de 23 km. O túnel começou a ser perfurado em novembro do ano passado e vai desafogar a ligação entre a Baixada de Jacarepaguá e a região de Realengo, atualmente feita principalmente através da Estrada do Catonho, que se encontra sobrecarregada e sem condições de ampliação da sua capacidade de tráfego. A entrega das obras está prevista para o primeiro semestre de 2016. 

Com o objetivo de reduzir o número de desapropriações, a Prefeitura do Rio fez alterações no novo projeto do BRT, que agora cortará a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá. Para o novo traçado, a Prefeitura do Rio comprou uma área do Quartel de Polícia do Exército, em Magalhães Bastos. A visita também foi acompanhada por representantes do ViaRio, consórcio responsável pelas obras, e por engenheiros da Secretaria Municipal de Obras (SMO).

Após vistoriar os trabalhos no interior do túnel, Paes afirmou que o novo BRT será responsável por uma redução de 80% do tempo de viagem da população que se deslocará de Deodoro à Barra da Tijuca:

- Além de ser fundamental para os Jogos Olímpicos de 2016, uma vez que ela vai conectar os parques olímpicos de Deodoro e Barra da Tijuca, a maior importância da Transolímpica será para a população da Zona Oeste, que se desloca em direção à Baixada de Jacarepaguá, de carro ou de ônibus, e enfrenta um suplício diário. A pessoa que pega hoje um 'quentão' para ir de Magalhães Bastos a Curicica, passando pelo Catonho ou pelo Cafundá, fará essa viagem com mais rapidez e conforto. O mesmo valerá para os carros, que também farão esse trajeto em menor tempo.

Após 20 anos de espera, a população da região já vislumbra a nova opção viária à Estrada do Catonho, desafogando o trajeto entre a região e o bairro de Realengo , hoje a principal opção para aqueles que trafegam em direção à Avenida Brasil. Serão dois túneis perfurados na Serra do Engenho Velho, localizada no Maciço da Pedra Branca: o primeiro, com duas galerias e extensão de 1.300 metros e o segundo, localizado na Estrada da Boiúna, com duas galerias de 200 metros cada. As escavações já atingem 210 e 80 metros, respectivamente. Juntos, os túneis somarão uma extensão equivalente a toda a Avenida Rio Branco. O comprimento dos chumbadores (hastes de aço) a serem utilizados para a sustentação da estrutura do túnel daria para fazer a travessia da ponte Rio-Niterói 19 vezes.

O volume de escavação com a perfuração para a abertura dos dois túneis está estimado em 350 mil metros cúbicos de rocha - daria para encher 33 mil caçambas de caminhões de 10,00 m³ cada - material que está sendo reutilizado como aterro nas obras de urbanização previstas para adequação das pistas ao BRT, sendo importante caráter sustentável por evitar a aplicação de britas e saibro.

A perfuração total consumirá ao todo 600 mil quilos de explosivos. As detonações, monitoradas pela Fundação Geo-Rio, órgão com expertise geológica vinculado à Secretaria Municipal de Obras, foram iniciadas pelo emboque norte, sentido Barra da Tijuca, na Estrada do Catonho; e posteriormente no sul, localizado na Estrada Curumaú.

Este será o quinto maior túnel da cidade e o segundo a ser construído no Maciço da Pedra Branca (o primeiro foi o Túnel José Alencar, implantado em 2012 durante as obras da Transoeste). A estrutura será uma das mais modernas da cidade e já nasce cumprindo todas as diretrizes de segurança da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e com várias inovações, tais como iluminação em LED, revestimento em placas brancas, sistema à prova de apagões e prevenção contra incêndios. Entre os aparatos providenciados pela SMO estão as subestações de controle e segurança para monitoramento 24 horas, localizadas em cada emboque, com gerador próprio e uma área para apoio técnico das equipes de socorro.

Transolímpica

A Secretaria Municipal de Obras iniciou em julho de 2012 as obras da via expressa Transolímpica, corredor de BRT (Bus Rapid Transit) com 26 quilômetros de extensão – sendo 13 quilômetros concedidos à Via Rio -, ligando os bairros Recreio dos Bandeirantes a Deodoro, passando por Curicica, Taquara, Jardim Sulacap e Magalhães Bastos. Cerca de 70 mil pessoas serão beneficiadas diariamente com o BRT Transolímpica e o tempo de percurso diminuirá em 80%. Além disso, a previsão é de que 90 mil veículos possam circular por dia pelo corredor.

Importante obra prevista no caderno de encargos para os Jogos Olímpicos de 2016, a Transolímpica liga a Vila dos Atletas e o Parque Olímpico do Rio, no Riocentro, ao Complexo Esportivo de Deodoro (que vai sediar as provas de pentatlo moderno, esgrima, tiro e montain-bike), em Deodoro.

O novo corredor terá 56 pontes e viadutos, 17 estações de BRT e três terminais (Deodoro, entroncamento das avenidas Salvador Allende e Abelardo Bueno e na Avenida das Américas) e também servirá de via expressa para os carros.

Sua implantação é fruto de uma parceria a prefeitura com a iniciativa, privada por meio de concessão precedida de obra pública, que assegura à Via Rio, formada pelas empresas Invepar, Odebrecht e CCR/AS, o direito de construção, manutenção e operação por 35 anos. A previsão é que as obras fiquem prontas no primeiro semestre de 2016.

As obras de implantação da Transolímpica começaram pela construção de um viaduto sobre a Avenida Marechal Fontenelle, em Sulacap (próximo ao CFAP-PMERJ), cuja conclusão ocorreu em dezembro de 2013. 

Neste ano, já foram construídas as superestruturas de três viadutos localizados nas Avenidas Brasil, Carlos Pontes e Ipadu e outros dois estão 90% executados, que ficam nas Estradas do Rio Grande e Bandeirantes. Também estão em curso as fundações das pontes sobre os rios Caldeireiro e Grande. Atualmente 1200 pessoas trabalham na implantação do BRT.

Os próximos viadutos previstos no projeto serão construídos nas ruas André Rocha, Sampaio Correia, Outeiro Santo, Boiúna, Duque de Caxias, Canrobert da Costa e São Pedro de Alcântara, além das pontes Piraquara e Marinho.