26/08/2014 20:13:00 » Autor: Ricardo Albuquerque / Fotos: Raphael Lima
A Prefeitura do Rio, por meio da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região Portuária (Cdurp), e a Fundação Biblioteca Nacional (FBN) lançaram, nesta terça-feira (26/08), o concurso nacional de arquitetura que vai escolher o projeto de expansão da Biblioteca Nacional, na área do Porto Maravilha. O prédio da antiga Estação de Expurgo de Grãos do Ministério da Agricultura, onde está guardado parte do acervo de periódicos da biblioteca, será reformado de acordo com a proposta selecionada no concurso, organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ). A solenidade de lançamento aconteceu na sede do IAB-RJ, no Flamengo, Zona Sul do Rio.
O presidente da CDURP, Alberto Silva, que representou o prefeito Eduardo Paes, ressaltou que a reforma do prédio anexo da Biblioteca Nacional será importante no processo de revitalização da Região Portuária, empreendida pela Prefeitura do Rio:
— Este núcleo da Biblioteca Nacional é mais um forte exemplo de patrimônio público que era subutilizado. Agora, como parte da revitalização da região, vai servir a pesquisadores, estudantes e ao público em geral como mais um equipamento cultural de alto nível. — disse.
A proposta da Fundação Biblioteca Nacional é transferir toda a sua imensa coleção de periódicos, com exemplares que remontam ao século XIX e alguns títulos raros, revistas e algumas publicações variadas para o antigo prédio do Ministério da Agricultura. Parte da área técnica da instituição também será deslocada para a região portuária. Com a intervenção, a edificação deverá atingir uma área de 30 mil metros quadrados. A proposta é transformar o prédio, que já abriga parte do acervo de periódicos no mais novo centro cultural da Região Portuária. A publicação do edital acontecerá em setembro.
— Com a requalificação do prédio, os setores de conservação e restauro, microrreprodução e digitalização, datacenter e BNDigital, registros de livros e direitos autorais farão parte da edificação. Além disso, o programa prevê a criação de uma sala de leitura, auditório, espaço de exposições e uma biblioteca de acesso público, configurando um importantíssimo equipamento cultural para a cidade — explicou o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Renato Lessa, que representou a ministra da Cultura, Martha Suplicy.
O presidente do IAB-RJ, Pedro da Luz, enalteceu a importância do concurso, que abre a oportunidade dos arquitetos participarem diretamente da requalificação da área tão próxima à Baía de Guanabara.
— A realização de um concurso de arquitetura é a forma mais democrática e transparente para a escolha de projetos de obras públicas. O Porto Maravilha, além de trazer vida a uma região esquecida, reforça a importância histórica do Centro do Rio de janeiro. É uma oportunidade de construir uma cidade melhor, numa região próxima à Baía de Guanabara — afirmou Pedro da Luz.
Repositório legal de todo o patrimônio bibliográfico produzido em território nacional, o histórico prédio da sede da Fundação Biblioteca Nacional, localizado na Cinelândia, não tem mais capacidade física para abrigar seu crescente acervo. Na década de 1980, a Biblioteca recebeu o prédio da antiga Estação de Expurgo de Grãos do Ministério da Agricultura para ampliar a sua área de armazenamento, mas a capacidade atual está no limite.