A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos, entregou nesta sexta-feira (16/05), a revitalização total da Estátua da Liberdade, na Vila Kennedy, Zona Oeste do Rio. A reforma da obra era uma antiga solicitação dos moradores da região e acontece após o processo de pacificação coordenado pelo Governo do Estado chegar ao local que era palco de sucessivos confrontos entre criminosos.

— Costumo circular muito pela cidade e sempre que passava pela Vila Kennedy o pedido era mesmo: recuperar a estátua. Hoje, a Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria de Conservação, se sente com o dever cumprido junto aos moradores. Foi uma restauração completa e importante — analisou o secretário Marcus Belchior.

O vice-prefeito e secretário municipal de Desenvolvimento Social, Adilson Pires, também compareceu ao evento. Para ele, a entrega da estátua coincidiu com o novo momento que a comunidade está passado.

— A reinauguração da estátua marca a nova etapa que estamos vivendo. Na próxima semana, teremos aqui a implantação da Unidade de Polícia Pacificadora pelo Governo no Estado. Nós nos sentiremos mais seguros para cuidar de nossos filhos nessa região. Vou continuar conversando com o prefeito Eduardo Paes para avançar nas melhorias para os moradores da Vila Kennedy — concluiu Adilson Pires.

Para a realização da restauração, que levou aproximadamente quatro meses, a estátua precisou ser levada para um estaleiro especializado em Campo Grande, também na Zona Oeste, porque apresentava trincas e fissuras. Por esse motivo, foi necessário um serviço especializado de soldagem interna, além das demais intervenções de restauração. A primeira etapa da recuperação consistiu na remoção de toda a tinta do monumento e identificação dos pontos estruturais mais danificados. A segunda foi a restauração e a troca de peças, além dos reparos na base. Por último, foi feita a aplicação da nova pintura.

Durante a restauração da Estátua da Liberdade, os funcionários da Gerência de Monumentos e Chafarizes da Secretaria de Conservação ainda fizeram duas importantes descobertas. A primeira foi a revelação do verdadeiro material da confecção do monumento. Nos cadastros da Prefeitura do Rio, constava como uma mistura de níquel e estanho. Porém, na verdade, a peça foi feita em zinco e torna-se a única do Rio de Janeiro com esse material. A outra novidade foi verificada na coroa do monumento, que apresenta uma parte confeccionada em bronze, o que não era possível de perceber por conta pintura na tonalidade cinza.

Desde que a estátua foi instalada na Praça Miami, em 1965, essa foi a primeira vez que a obra de meia tonelada passou por uma análise detalhada de estrutura e material (reforma completa e minuciosa). O investimento foi de aproximadamente R$ 100 mil.
Após a restauração no estaleiro, a Estátua da Liberdade foi reinstalada na Vila Kennedy na manhã da última quarta-feira. Para executar o serviço, foram necessários seis homens e um caminhão munck, o que levou aproximadamente uma hora e meia. Outra novidade é que a rampa que ficava diante da obra foi derrubada e o pedestal que sustenta a estátua passou por reparos e foi pintado. Também foram executados diversos serviços na Praça Miami.

Equipes da Coordenadoria Geral da Conservação (CGC) executaram limpeza do sistema de drenagem, recuperação de trechos do calçamento e de rampas de acessibilidade, recuperação e pintura de bancos e mesas de concreto, além de reparos dos gradis e de trechos do piso em pedras portuguesas. O canteiro recebeu o plantio de mudas de hibisco feito por equipes da Fundação Parques e Jardins.

A Estátua da Liberdade foi esculpida pelo escultor francês Frédéric Auguste Bartholdi que criou o famoso monumento norte-americano. O monumento foi uma encomenda feita ela família Paranhos, em 1899, dez anos após a Proclamação da República do Brasil, e acabou instalada na Praça Miami na década de 60.