Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro

 

 


 

Prefeitura inaugura Centro de Atenção para dependentes químicos na Zona Norte

11/04/2014 13:15:00  » Autor: Ricardo Albuquerque / Fotos: Renata Missagia


A Prefeitura do Rio inaugurou, nesta sexta-feira (11/04), o Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPSad) Miriam Makeba, em Bonsucesso, Zona Norte. A nova unidade vai funcionar 24 horas por dia, voltada ao tratamento de pacientes com transtornos em decorrência do uso de álcool, crack e outras drogas, e será referência para os moradores dos bairros da Penha, Ramos, Bonsucesso e Complexo da Maré.

 

Com capacidade de atender cerca de 2 mil pacientes por mês, o espaço, que fica na na Rua João Torquato, tem nove leitos de acolhimento em momentos de crise, quatro consultórios, quatro salas para consultas em grupo, farmácia, espaço de convivência e três quartos para hospedagem temporária.  Na área externa, mesas, cadeiras, bancos e um jardim tornam o ambiente mais agradável, ao lado do setor de recreação com mesas de totó e ping-pong. O prazo máximo de permanência para tratamento ou hospedagem é de 15 dias.

 

O secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, classificou como um marco a inauguração do CAPSads Miriam Makeba:

 

— Sem dúvida, é um centro muito completo, que representa a qualificação dos equipamentos voltados para o tratamento da saúde mental. É um avanço no cuidado das pessoas, além de estar estrategicamente instalado na região que apresenta alto índice de consumo de drogas. Um dos principais objetivos desse espaço é reintegrar o cidadão à sociedade, ao convívio familiar.

 

Uma pesquisa da Fiocruz/Senad, realizada em 2012 e publicada ano passado, indica que 60% dos usuários de drogas do Rio de Janeiro se concentram na região onde foi inaugurado o novo CAPSads. Para atender os pacientes, o Centro de Atenção Psicossocial terá uma equipe multidisciplinar formada por 40 profissionais, entre psiquiatras, clínicos, enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, técnicos de enfermagem, assistentes sociais e pessoal administrativo.

 

O superintendente de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, Leonardo Araújo, explicou a importância da implantação do serviço 24 horas:

 

— É realmente um grande avanço permanecer aberto 24 horas, pois não tem hora certa para se dar apoio, ainda mais numa área onde há muitos usuários de droga. Uma equipe multidisciplinar vai ajudar aos usuários caso a caso, porque cada pessoa merece uma atenção especial. Portanto, vamos priorizar o indivíduo, ou seja, vamos cuidar de pessoas com carinho e profissionalismo.

 

Entre as atividades programadas pelos profissionais de saúde, estão oficinas terapêuticas, visitas domiciliares e atendimento familiar, além de encontros comunitários com objetivo de integrar o paciente à comunidade.  Os pacientes serão recebidos por demanda espontânea, por meio de abordagem ou encaminhados pelas clínicas da família da região.

 

A escolha do nome, segundo Araújo, de Miriam Makeba para o CAPSads de Bonsucesso foi pela história da cantora de segregação, resistência e igualdade. Conhecida também como Mama África, Miriam Makeba foi perseguida por divulgar a oposição ao apartheid, o que resultou em seu exílio e despatriação. No entanto, assim como outras vozes que gritaram contra a segregação racial na África do Sul, foi repatriada na presidência de Nelson Mandela.

 

 — Para dar nome a esse equipamento de suma importância àquela região, escolhemos um que falasse de união, resistência, igualdade e liberdade. Afinal, estamos falando de uma área que viveu muitos anos sobre a segregação imposta pelos criminosos – explicou o superintendente.

 

A rede municipal de saúde do Rio conta com 25 Centros de Atenção Psicossocial (CAPs). São 13 voltados para atendimento geral, dos quais três abertos 24h, cinco para assistência a dependentes químicos — dois funcionam 24h —, e sete voltados ao atendimento de crianças e adolescentes. Há ainda outros três CAPS nas redes estadual e federal. Na rede hospitalar, o município conta atualmente com 59 leitos para usuários de drogas que necessitem de internação clínica, sendo 49 distribuídos entre os hospitais Ronaldo Gazolla, em Acari; Evandro Freire, na Ilha; e Pedro II, em Santa Cruz; e 10 em hospitais federais.


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