O prefeito Eduardo Paes anunciou que vai revogar a demissão dos garis que voltarem ao trabalho nesta quinta-feira. A decisão foi tomada após reunião com o defensor público Geral do Estado do Rio de Janeiro, Nilson Bruno Filho, na sede da prefeitura do Rio, na noite de quarta-feira (05/03). Parte da categoria aderiu à paralisação no último sábado e, na terça, a Comlurb havia anunciado a demissão de 300 funcionários já que o Tribunal Regional do Trabalho do Estado do Rio de Janeiro (TRT-RJ) considerou a greve ilegal por o “movimento paredista”  ocorrer no curso da negociação do dissídio coletivo de 2014 da categoria. A empresa conta com 16 mil garis, entre seus 20 mil funcionários. 

A Prefeitura do Rio, na segunda-feira (03/03), fez acordo com o Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro e garantiu um aumento de 9% para o piso salarial da categoria. Os garis receberão a partir de abril R$ 1.224,70 de remuneração, levando em conta um piso de R$ 874,79 e os 40% de adicional de insalubridade. Além do aumento salarial, o acordo garantiu mais 1,68% dentro do Plano de Cargos, Carreiras, e Salários, com progressão horizontal.

- Estamos dando o ganho real com uma série de novos benefícios. Gostaria de pagar até mais do que eles pedem, mas temos de lidar com o orçamento. Propusemos uma série de benefícios, além do aumento salarial. Quando o defensor me procurou para tentar um acordo com as lideranças, aceitei prontamente. Foi tomada a decisão que os garis que voltarem amanhã, respeitando os seus turnos, terão a demissão suspensa - disse o prefeito. 


Segundo Bruno Filho, que se reuniu durante o dia com representantes dos grevistas na sede da Comlurb, nove dos líderes da greve concordaram em voltar ao trabalho imediatamente diante da neutralização das demissões:
 

- Essas nove pessoas que compuseram a mesa de negociação aceitaram pacificamente a questão e compreenderam que houve um acordo firmado com o sindicato que legitima a categoria. A grande maioria quer voltar ao trabalho com a devida segurança e com a revogação das demissões.
 

Para garantir a segurança dos funcionários da Comlurb, que relataram casos de constrangimento por parte dos grevistas, a prefeitura contratou uma empresa de segurança para acompanhar 300 caminhões que fazem a coleta de lixo na cidade.
 

- De 16 mil garis, 300 seriam demitidos. A maioria absoluta dos funcionários da Comlurb está indo ao seu local do trabalho prestar o serviço. Mas eles estão sendo coagidos, principalmente os de varredura e mulheres. Queremos garantir o trabalho deles - disse Paes. 

 
O prefeito ressaltou que, nos últimos cinco anos, os funcionários da Comlurb tiveram um total de 50% de ganho real em seus salários. Em termos absolutos, o ganho foi de 85%, o dobro dos 43% de ganho no salário mínimo nacional no período.