Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro

 

 


 

Monitoramento da qualidade da areia mantém cariocas atentos aos cuidados com a praia

13/01/2014 15:16:00  » Autor: Juliana Romar / Fotos: Raphael Lima


O verão chegou e com ele vêm as férias, os passeios, os banhos de sol e de mar. Buscando manter o bem-estar e a saúde de cariocas e turistas que frequentam as praias do Rio, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC) realiza durante todo o ano um monitoramento para verificar a qualidade das areias em 35 pontos de praia no município, além do Piscinão de Ramos. O objetivo é avaliar a evolução da qualidade das areias e indicar qual praia precisa ser melhor cuidada e qual precisa de mais campanha de educação ambiental, por exemplo.

 

Para efetuar essa avaliação, a prefeitura estabeleceu a Resolução SMAC Nº 468, de 28 de janeiro de 2010, que dispõe sobre a classificação das areias das praias: ótima, boa, regular e não recomendada. O monitoramento também atende ao Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, que visa especificamente a orientar a utilização racional dos recursos da zona costeira, dando prioridade à conservação e proteção das praias que são bens públicos de uso comum do povo.

 

- Ninguém faz esse monitoramento, apenas a cidade do Rio de Janeiro. Ele é uma ferramenta de gestão. Já recebemos solicitações para explicar como a gente o faz tanto de municípios do nordeste quanto de municípios do sul do país.  Desde 2006, temos esse monitoramento continuado. Fazemos parâmetros físico-químicos e biológicos na areia. O que a classifica é a quantidade de coliformes, uma vez que eles estão associados aos dois grandes poluidores da areia: o lixo deixado pelos banhistas e o cachorro trazido pelo dono – explicou a gerente de Monitoramento de Água e Ambientes Costeiros da SMAC, Vera Oliveira.


 

O monitoramento é feito por uma empresa licitada e a coleta é realizada por uma equipe especializada, sempre no horário entre 6h e 9h, em áreas já definidas por pontos centrais georreferenciados, localizadas em zonas de areia de baixa umidade, próximas ao mar e não atingidas pela maré, locais onde há maior uso por crianças e idosos. Desses pontos, são retiradas cinco subamostras de areia que são encaminhadas para o laboratório, onde passam por análises físico-químicas e microbiológicas para identificar a quantidade de coliformes fecais e da bactéria Escherichia Coli - indicadora de contaminação de fezes de animais. Os métodos utilizados nas análises são os especificados nas normas aprovadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial – INMETRO.

 

- No ato da coleta, o único dado que eles tiram imediatamente é a temperatura da areia. Além disso, no trabalho de campo o agente preenche uma ficha de observação e tira fotos do local e entorno para sanar eventuais dúvidas. Na ficha, ele preenche as condições climáticas e descreve todas as possíveis ocorrências, como por exemplo, se há lixo na região e que tipo de lixo (plástico, resto de comida, papelão), se há algum animal na areia (pombo, urubu, cachorro, bicho morto), se tem população de rua, gente acampando, entre outras – relatou Vera.

 

Dos aproximadamente 34 km de extensão da orla marítima, que vai da praia do Leme, na Zona Sul, ao Pontal, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o monitoramento é feito nas seguintes areias: Barra da Tijuca (na altura da Avenida do Pepê, do Condomínio Barramares, da Avenida Ayrton Senna e do Quebra-mar); Recreio dos Bandeirantes (praias do Pontal, da Reserva e da Macumba); Prainha; Grumari; Barra de Guaratiba; Ilha de Paquetá (José Bonifácio, da Moreninha e da Imbuca); do Flamengo; de Botafogo; da Brisa e do Recôncavo (Sepetiba); de Copacabana (ruas Barão de Ipanema, República do Peru e Souza Lima); de Ipanema (praias do Diabo, do Arpoador e ruas Maria Quitéria e Paul Redfern); do Leblon (avenidas Visconde Albuquerque e Bartolomeu Mitre); da Ilha do Governador (da Engenhoca, da Bica e da Guanabara); Piscinão de Ramos; Praia Vermelha e Central (Urca); do Leme; de São Conrado (Asa-delta e Hotel Nacional).

 

Para alertar a população e garantir amplo acesso à informação, a SMAC divulga quinzenalmente o Boletim de Avaliação da condição das areias das praias do Município do Rio de Janeiro através do Diário Oficial do Município, do portal da prefeitura e do Centro de Operações Rio, além da sinalização gráfica nas praias.

 

- Queremos mostrar para a população que a areia contaminada com fungos e parasitas pode transmitir doenças como candidíase, doenças de pele, doenças respiratórias, entre outras. Mas uma praia com areia poluída, que receba a classificação "não recomendada" no boletim, nem sempre que dizer que as pessoas não possam frequentá-la, apenas é recomendável que os banhistas usem chinelos e sentem-se em cangas, toalhas e cadeiras, evitando muito contato direto – disse a gerente de monitoramento.


 

Buscando conscientizar cada vez mais os banhistas, o Centro de Educação Ambiental da SMAC promove diversas campanhas nas praias nos finais de semana. A iniciativa é voltada para crianças, com jogos interativos, brincadeiras, e personagens da Turma da Maria Farinha e do Zeca Tatuí. Há distribuição de folhetos, garrafinhas, jogos, brindes, camisetas e botons e uma tenda é montada para abrigar equipamentos e um microscópio para a criançada olhar de perto o parasita que foi encontrado na areia daquela praia. Também há um painel para as famílias colocarem o rosto e tirarem fotos com os personagens.

 

- Quando fazemos a campanha ambiental batemos muito em cima de que a população da praia tem que entender que ela é a sua área de lazer, que deve ser tratada como se fosse o  quintal ou jardim da sua casa e, por isso, deve-se cuidar bem dela. Ninguém joga lixo no chão dentro de casa, então por que jogar na areia da praia? A Comlurb faz um trabalho muito bom, mas tem gente que enterra lixo. O problema da população é achar que a praia é terra de ninguém, quando na verdade ela é terra de todos! – declarou Vera Oliveira.


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