Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro

 

 


 

Prefeitura inicia operações da primeira Central de Triagem de materiais recicláveis

02/01/2014 13:07:00  » Autor: Anna Beatriz Cunha / Fotos: J.P. Engelbrecht


O prefeito Eduardo Paes participou, na manhã desta quinta-feira (02/01), do início das operações da primeira Central de Triagem (CT) de materiais recicláveis, em Irajá. Com logística de fluxo de produção e esteira mecânica para agilizar o processo de triagem, a Central pode receber até 20 toneladas/dia de materiais e e vai gerar até 200 postos de trabalho para catadores. A Central faz parte do programa de ampliação da Coleta Seletiva na cidade. Até 2016, outras cinco unidades estarão em funcionamento.

 

Ao lado do presidente da Comlurb, Vinícius Roriz, e do secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Marcus Belchior, o prefeito falou sobre a importância desse projeto para a cidade:

 

- O Rio é pioneiro neste serviço no país. Queremos que esse projeto seja um modelo de sucesso para que todo o Brasil possa copiar. Este trabalho tem um papel social, ambiental e de sustentabilidade muito importante. Com essa atividade econômica, cuidamos do meio ambiente, educamos a população e, ao mesmo tempo, geramos renda e emprego. Começamos 2014, de forma mais sustentável, com menos lixo e mais gente empregada.

 


Com patrocínio do BNDES e apoio da Coca-Cola Brasil, a CT Irajá vai receber recicláveis dos bairros atendidos pela coleta seletiva na cidade. A operação será realizada por catadores cooperativados, que foram capacitados para gerir a Central.

 

De acordo com o presidente da Comlurb, Vinícius Roriz, a capacitação dos catadores abre as portas do mercado de trabalho:

 


- Esse profissional está deixando de ser catador para ser operador de máquina, um funcionário da indústria de reciclagem. Com a capacitação, eles podem ir para outras empresas. Permitimos que eles avancem profissionalmente – disse Roriz.

 

Atualmente a Comlurb realiza coleta de recicláveis em 100% das ruas de 68 bairros do Rio. Roriz também destacou a importância da coleta seletiva na cidade:


- Pretendemos inaugurar mais dois centros nesse primeiro semestre, um no Centro e outro em Bangu. Vamos utilizar o mesmo modelo mecanizado, estruturado e com aproveitamento de mão de obra de catadores treinados para utilizar esse tipo de equipamento. A coleta seletiva é uma cadeia completa. Precisamos ter em sequência: a população aderindo, separando material e disponibilizando para a Comlurb, a companhia recolhendo o material, as Centrais de Triagem e Cooperativas recebendo e processando material e a ponta final, que é a indústria recebendo e processando esse material para virar matéria prima novamente.

 


A área da Central destinada à operação abrange as etapas de recepção, triagem - fase em que será utilizada esteira mecânica para agilizar o processo - enfardamento, pesagem e armazenamento. O fluxo produtivo envolverá a seleção de recicláveis, manuseio de balanças e utilização de prensas industriais e empilhadeira. Toda a operação segue as normas da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

 

A cooperativa da CT Irajá é presidida por Wanderson Sabino. Aos 40 anos, Wanderson - que há 20 trabalha como catador e 11 em cooperativa - está realizando um sonho antigo:

 

- Sempre quis participar de uma cooperativa como essa. Este tipo de trabalho é importante para a ampliação da coleta seletiva na cidade e para a geração de emprego e renda da nossa categoria. É um trabalho mais digno, com mais conforto. O projeto é maravilhoso. Ao mesmo tempo em que a gente vai tirando as pessoas das cooperativas singulares para cá, com a capacitação profissional, também abrimos oportunidades lá.

 

A expectativa é que a partir desta cooperativa polo forme-se uma rede de comercialização. Com o apoio da Coca Cola, o PET produzido voltará para o Sistema da empresa para a produção de novas garrafas no projeto Bottle to Bottle, no qual a embalagem PET é produzida parcialmente a partir de garrafas PET pós-consumo recicladas. Com esta nova demanda para o PET reciclado, espera-se uma valorização ainda maior do material coletado, impulsionando toda a cadeia de reciclagem do Rio de Janeiro.

 

- Além da sustentabilidade, o principal objetivo deste projeto é o empoderamento dos catadores, através da geração de emprego e renda. Com isso, ganha todo mundo: os catadores, a cidade e o meio ambiente - disse o secretário  de Desenvolvimento Econômico Solidário, Vinicius Assumpção. A SEDES participa da comissão de fiscalização e de acompanhamento das captações de catadores, da formação das cooperativas e da autogestão dos grupos de catadores de materiais recicláveis. 
 
 
Coleta Seletiva 

 

Com a expansão da coleta seletiva na cidade, a Comlurb passou a recolher 980 t/mês, passando de 1,4% para 3,7% de material reciclável, cálculo sobre o total de resíduos potencialmente recicláveis gerados na cidade, estimado em 1.991 t/dia. A proposta é aumentar esse percentual para 5%, e continuar ampliando progressivamente até atingir 25% em 2016. Atualmente, nos 68 bairros atendidos, são coletados em média 1.023,59 toneladas de materiais potencialmente recicláveis por mês.

 


O público pode obter informações sobre a coleta seletiva no site da Comlurb. Para que a coleta seja eficiente, os materiais recicláveis devem ser colocados limpos e secos, em sacos plásticos transparentes pois assim o gari poderá verificar o conteúdo, evitando a mistura do material reciclável com o lixo domiciliar. Os sacos pretos são destinados apenas para lixo orgânico e lixo úmido e não serão coletados pela equipe da coleta seletiva.


 


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