Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro

 

 


 

Rio comemora 1.000 dias para os Jogos Paralímpicos de 2016

12/12/2013 16:40:00  » Autor: Flávia David / Fotos: Carlos Erbs Jr.


Começou nesta quinta-feira (12/12) a contagem regressiva de 1.000 dias para a realização dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Para marcar a data, o Centro de Referência da Pessoa com Deficiência, em Santa Cruz, abriu suas portas para uma cerimônia que reuniu a secretária municipal da Pessoa com Deficiência, Georgette Vidor, o presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), Philip Craven, o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, e a presidente da Empresa Olímpica Municipal (EOM), Maria Silvia Bastos Marques.

 

O ponto alto da solenidade ficou por conta da presença de atletas do Time Rio Paralímpico, que se emocionaram com homenagem prestada por 1.000 alunos da rede municipal de ensino, que depositaram mensagens de incentivo para os atletas, com desenhos e textos inspirados nos valores básicos da educação e do esporte, como superação, respeito e amizade. Estas mensagens serão lidas, uma por dia, até o dia da abertura dos Jogos, em 7/9/16.

 

Com 12 dias de duração (seu encerramento está marcado para 18/9), os Jogos Paralímpicos Rio 2016 serão marcados como a maior edição da história, uma vez que reunirão 4.350 atletas de 164 países, além de 25 mil voluntários e 7.200 profissionais de mídia credenciada. Ao dar início à cerimônia, Georgette Vidor incentivou os jovens a buscar o melhor de cada um e a começar, desde já, a preparação para o evento esportivo:

 

- Mil dias parecem muita coisa, mas passa muito rápido. Se os atletas querem obter bons resultados nos Jogos Paralímpicos é preciso começar a preparação agora. Trata-se de um momento de foco e empenho.

 

Em seguida, o presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Philip Craven, falou sobre a importância do evento e parabenizou a Prefeitura do Rio pelo trabalho realizado em Santa Cruz. Segundo ele, os jogos darão um novo impulso para a cidade no que diz respeito à mudança de atitude da população:

 

- Tenho absoluta certeza de que este evento vai transformar a mentalidade de todos que vivem aqui, uma vez que acordarão para o fato de que, se estes atletas podem fazer, todos podem. Além disso, estou impressionado com o que vi hoje no Centro de Referência. O trabalho de inclusão da prefeitura é fantástico. Este centro, por exemplo, conta com instalações de primeira grandeza e equipes capacitadas, além de usuários satisfeitos.

 

Já a presidente da Empresa Olímpica Municipal, Maria Silvia, classificou os Jogos Olímpicos e Paralímpicos como uma "oportunidade de crescimento", tanto no que diz respeito à infraestrutura quanto à mudança de atitude. Para ela, os Jogos Paralímpicos serão fundamentais para que se atente sobre a necessidade de se promover a inclusão e a acessibilidade.

 

O Time Rio Paralímpico foi apresentado na cerimônia pelo presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons. Após o hasteamento das bandeiras (nacional, da cidade e a olímpica) e a execução do hino nacional brasileiro, os atletas se apresentaram, um a um, e falaram sobre suas expectativas para o evento, inédito na cidade. Medalha de ouro e recordista mundial nas provas de arremesso de peso e lançamento de disco, o jovem Jonathan Souza Santos, 23 anos, natural de Alagoas, disse esperar que o Brasil dê um show no quadro de medalhas em 2016.

 

- Daremos o máximo em 2016. Participar de competições em outros países é maravilhoso, mas nada será mais especial do que nos apresentarmos diante do nosso povo, da nossa família – disse Jonathan, ao lado da nadadora Suzana Schnarndorf, eleita ontem a melhor atleta do ano, durante o Prêmio Paralímpico 2013, realizado no Rio de Janeiro. Medalhista nos 100 metros peito, a atleta também se disse encantada com a possibilidade de ter a família por perto, acompanhando o seu desempenho.

 

Uma das quatro alunas escolhidas para ler, durante a cerimônia de hoje, as primeiras mensagens para os atletas, a estudante Gabriela Sampaio de Lima, de 15 anos, aluna do 9º ano do Ginásio Experimental Olímpico Doutor Sócrates, em Pedra de Guaratiba, encerrou a solenidade com as seguintes palavras: "Devemos acreditar no sonho e não ter medo de lutar para vencer". Gabriela é cadeirante e pratica, na unidade de ensino, tênis de mesa e atletismo.

 

O Time Rio Paralímpico é fruto de parceria do Comitê Paralímpico Brasileiro com a Prefeitura do Rio, por intermédio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência. Segundo o presidente da entidade, Andrew Parsons, os Jogos Paralímpicos Rio 2016 os atletas têm uma "grande responsabilidade": inspirar crianças e jovens à prática de esportes.

 

- Além da responsabilidade de ganhar medalhas, os atletas serão fontes de inspiração para o país inteiro, que costuma seguir o exemplo de seus ídolos. Nesse caso, esses atletas vão inspirar crianças e jovens a praticar esportes, a fazer novas amizades e ampliar seus horizontes. Essa geração precisa disso - concluiu Parsons.
 

 

Confira alguns projetos da Prefeitura:

 

Parque Olímpico

A acessibilidade foi um dos principais requisitos do edital do concurso para a escolha do projeto do Parque Olímpico Rio 2016, que receberá competições de 10 modalidades paralímpicas (basquete em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, futebol de 5, golbol, judô, natação, rúgbi em cadeira de rodas, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado). Foi exigido que os projetos criassem condições favoráveis de acessibilidade aos espaços externos e edifícios. O projeto vencedor, assinado pelo escritório inglês Aecom, visa a atender de forma igualitária os espectadores, com ou sem deficiência, para que tenham a mesma experiência dos Jogos.

O projeto das áreas comuns e das instalações esportivas do Parque Olímpico inclui rotas acessíveis, banheiros adaptados, comunicação e sinalização tátil e assentos destinados a pessoas em cadeira de rodas, obesos, cegos e com mobilidade reduzida. Esses assentos têm boa visibilidade e estão distribuídos por todos os setores das arenas.  

 

Sambódromo

 

Em 2012, terminou a reforma para adequar o Sambódromo ás exigências do maior evento esportivo do planeta – nos Jogos Paralímpicos, o local receberá as provas de tiro com arco. As novas instalações foram equipadas com banheiros adaptados, elevadores e áreas destinadas a pessoas com cadeira de rodas, obesos, cegos e com mobilidade reduzida. Se antes o acesso de pessoas com deficiências era restrito à Praça da Apoteose, agora há lugares em todos os setores.

 

Passeios Olímpicos

 

O objetivo do projeto é promover a requalificação dos espaços públicos do entorno de áreas olímpicas como o Complexo Esportivo de Deodoro, o Parque Olímpico, o Engenhão, o Maracanã e o Sambódromo. Os Passeios Olímpicos vão contribuir para o desenvolvimento dessas regiões e tornar mais rápida e agradável a circulação da população. Durante os Jogos de 2016, os Passeios Olímpicos servirão também para identificar os acessos às instalações esportivas e auxiliar no direcionamento do público.

 

O acesso de idosos, crianças, gestantes e pessoas com deficiência física ou visual também será facilitado por rampas, travessias e utilização de mobiliário urbano adaptado. O revestimento nas calçadas será adequado à passagem de cadeiras de rodas e carrinhos de bebês. Elementos de sombreamento natural e construído, como árvores e pérgolas, vão assegurar o conforto dos pedestres.

 

O traçado dos espaços dará ênfase à mobilidade, através da integração com estações de transporte público, como BRT, metrô e trem. Ciclovias serão implantadas sempre que houver condições para construir as faixas exclusivas.

 

BRTs

 

Os veículos das quatro novas linhas de BRT – já utilizados no BRT Transoeste – são acessíveis, com pisos antiderrapantes e sinalização sonora indicando as estações seguintes para pessoas com deficiência visual e sinalizações visuais para pessoas com deficiência auditiva. Os veículos têm espaços exclusivos para pessoas em cadeira de rodas, com a proteção necessária, além de assentos para pessoas com mobilidade reduzida, idosos, gestantes e pessoas com cão-guia.

 

As estações foram projetadas com rampas de acesso e piso tátil, além de catracas para pessoas com deficiência e área de espera com total acessibilidade. O acesso aos veículos acontece em nível através das estações de embarque.

 

Acomodações

 

Para aumentar a oferta de quartos de hotéis no Rio de Janeiro, a Prefeitura lançou, em novembro de 2010, um conjunto de incentivos para a rede hoteleira que contempla operações de compra e venda, construção ou reconversão de empreendimentos que devem ter o "habite-se" (documento que atesta que o imóvel foi construído seguindo as exigências da Prefeitura) até 31 de dezembro de 2015.

 

Os novos quartos de hotéis estão sendo construídos de acordo com a Lei Municipal 94, de Janeiro de 2009, que exige que os projetos tenham pelo menos 5% de quartos acessíveis.

 

Centro de Referência da Pessoa com Deficiência (CRPD)

 

As unidades do CRPD possuem equipes multidisciplinares, formadas por fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, intérpretes de libras e instrutores de oficinas. Além do CRPD de Santa Cruz, ainda há mais cinco centros, em Vila Isabel, Campo Grande, Centro, São Conrado e Irajá. O sétimo está em construção no Mato Alto, em Jacarepaguá, ao lado da Vila Olímpica Manoel Gomes Tubino.

Em Santa Cruz, a capacidade de atendimento, por dia, é de 300 pessoas com deficiência auditiva, visual, física e intelectual. O espaço é composto por ambientes amplos que seguem a lei de acessibilidade universal (conforme ABNT NBR 9050), com pisos táteis de alerta e direcional, rampas com corrimãos e banheiros adaptados. Para o atendimento à população, o centro conta com salas de oficinas, de atendimento e de fisioterapia. A unidade está equipada também com vestiários, centro de convivência, salas de cultura e lazer, informática, administração, assistência social, reunião, consultório médico e auditório. O local conta com uma sala de apartamento modelo, onde o usuário aprende a executar tarefas diárias como cozinhar, vestir-se, cuidar da higiene e da arrumação, com mais autonomia e independência.

 

Time Rio Paralímpico

 

A Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPD), e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), renovaram em março deste ano o convênio de patrocínio do Time Rio Paralímpico. A iniciativa dá condições de treinamento de alto nível e infraestrutura a um grupo de 20 atletas e quatro guias.

 

O Time Rio Paralímpico é formado por atletas com deficiência visual e motora que competem em quatro modalidades: atletismo, canoagem, natação e judô. Entre os selecionados estão medalhistas olímpicos como a judoca Karla Cardoso (prata em Atenas 2004 e Pequim 2008); e Lucas Prado, do atletismo (três ouros em Pequim 2008 e duas pratas em Londres 2012).

 

Esta é a segunda fase do projeto. No ano passado, 16 dos 20 atletas da primeira edição do Time Rio Paralímpico disputaram os Jogos de Londres, garantindo sete medalhas: um ouro, três pratas e três bronzes.

 

Ginásio Experimental Olímpico (GEO)

 

Criado pela Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal Educação, o programa é um dos legados dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 para a cidade. As unidades têm o objetivo de dar oportunidade para os alunos com aptidões esportivas desenvolverem seu potencial, sem abrir mão de uma educação de excelência.

O início do ano letivo de 2013 foi marcado pela inauguração de dois novos Ginásios Experimentais Olímpicos. Além do GEO Juan Antonio Samaranch, em Santa Teresa, a rede municipal ganhou os GEOs Dr. Sócrates, em Pedra de Guaratiba, e Félix Miélli Venerando, no Caju. Até o fim de 2016, mais duas unidades serão abertas: uma na Ilha do Governador e outra em Honório Gurgel.

Nos três Ginásios Experimentais Olímpicos em funcionamento, as modalidades esportivas oferecidas são atletismo, tênis de mesa, vôlei e handebol. Além destas modalidades, as unidades de Santa Teresa e Pedra de Guaratiba também oferecem natação, enquanto que a luta olímpica é oferecida nas unidades do Caju e também em Pedra de Guaratiba.

O trabalho de inclusão nos GEOs começou este ano com um núcleo paralímpico em Pedra de Guaratiba e será ampliado para as outras unidades.

 

Vilas Olímpicas

 

Em suas 20 Vilas Olímpicas espalhadas pela cidade, a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SMEL) trabalha para fortalecer cada vez mais o conceito de inclusão através dos serviços oferecidos para pessoas com deficiência. São atividades esportivas e culturais com aulas específicas e/ou mistas, para fortalecer o conceito de inclusão. Cerca de 1.800 alunos com deficiência passam todos os meses pelas Vilas e são atendidos por mais de 40 professores especializados, do corpo docente da SMEL.

 

As atividades oferecidas nas Vilas Olímpicas às pessoas com deficiência sãocaminhada orientada, ginástica adaptada, ginástica laboral, oficina de psicomotricidade, dança adaptada, coral de libras, música, percussão, cordas, dança, hidroginástica, basquete, atletismo, natação, futsal, futebol, handebol em cadeiras de rodas, handebol adaptado, judô, bocha, taekwondo, jiu-jítsu, ginástica artística, basquete em cadeira de rodas, recreação e capoeira. 




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