08/11/2013 17:52:00 » Autor: Flávia David / Fotos: Fernando Maia/Riotur e Beth Santos
A Prefeitura do Rio se prepara para receber os amantes do esporte na Copa do Mundo FIFA 2014 e investe na expansão da rede hoteleira com a construção e adaptação de pelo menos cinco mil novos quartos até 2014. Atualmente, a cidade oferece 34.130 quartos. Para a Copa do Mundo, espera-se alcançar a marca de 39,2 mil quartos, sendo 26,6 mil em hotéis e outros 12,6 mil distribuídos em apart-hotéis, albergues, pousadas e motéis.
Para 2016, a expectativa é de que a capacidade de hospedagem no Rio alcance a marca de 52,5 mil unidades (cerca de 18 mil quartos a mais em relação aos números atuais), sendo 39,8 mil em hotéis e 12,8 mil em aparts, motéis, albergues e pousadas. Isso, levando-se em consideração os empreendimentos em obras, em análise ou já licenciados pela Secretaria Municipal de Urbanismo (SMU). Além disso, a expansão da rede hoteleira no Rio prevê a geração, nos próximos anos, de 14 mil postos de trabalho diretos, entre recepcionistas, camareiras, garçons e chefs de cozinha, e de 35 mil indiretos.
De acordo com a Agência de Promoção de Investimentos do Rio de Janeiro (Rio Negócios), para se criar um ambiente favorável ao investimento no setor de hotelaria na cidade, a Prefeitura do Rio, em 2010, lançou um pacote de incentivos que potencializou a chegada de novos empreendimentos, como as redes Accor, Ramada, Marriott, BHG, Windsor, Hyatt, Hilton e Emiliano; uma estimativa de R$ 4 bilhões em investimentos.
Para fomentar ainda mais a expansão da rede hoteleira, este ano foi aprovado um pacote de incentivos para proprietários de motéis que desejassem convertê-los em empreendimentos hoteleiros. O pacote inclui redução de ISS, remissão de IPTU, isenção de IPTU durante as obras e redução de IPTU na operação para explorar da atividade hoteleira. A cidade conta hoje com 6.500 quartos de motel e, para a Copa do Mundo, espera-se que mil quartos sejam convertidos. Até os Jogos Olímpicos, a Rio Negócios prevê a conversão de mais de 3 mil quartos. Estas unidades poderão ser reconvertidas após dois anos das Olimpíadas 2016.
À frente da Rio Negócios, Marcelo Haddad analisou a expansão da rede hoteleira do Rio, destacando que esta transformação se deu em curto intervalo de tempo:
- O Rio vem passando por uma grande expansão e requalificação da sua oferta de quartos em um período de tempo curto. Isso é algo sem precedentes no mundo. Este processo, impulsionado pelos eventos internacionais e o dinamismo econômico da cidade nos últimos anos, foi potencializado com o pacote de incentivos lançado pela Prefeitura. Em cinco anos teremos aumentado em 60% a nossa rede de hospedagem. Até o ano que vem, durante a Copa do Mundo da FIFA, a cidade ganhará mais de cinco mil novos quartos, totalizando 39.200 unidades - afirmou Haddad, acrescentando que os volumes desta expansão são monitorados pela Agência, que também atua na captação de novos investidores e facilita sua instalação na cidade, conectando os players deste mercado e auxiliando no georreferenciamento dos projetos.
A prefeitura dividiu os hotéis da cidade em quatro regiões de influência: os bairros de Copacabana (que possui três estações de metrô), Barra da Tijuca (que futuramente terá dois sistemas BRT e uma estação de metrô), e Centro seguirão concentrando o maior número de unidades. Até 2016, a Barra terá participação relevante nesse processo, uma vez que o bairro e seus arredores contarão com 30 estabelecimentos novos e quatro ampliações ou retrofit. Em seguida, vêm Copacabana (que abrange toda a Zona Sul), com 22 novos hotéis e cinco expansões; Maracanã (que compreende o Centro, a região do Porto e Del Castilho), com 21 novos e cinco ampliações; e Deodoro (que conta com a Ilha do Governador), com dois lançamentos e uma ampliação.
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), Alfredo Lopes, o pacote de incentivos da Prefeitura do Rio é a principal alavanca para a expansão da rede hoteleira da cidade. Segundo ele, a decisão promoveu mudanças e adaptações importantes no setor:
- Além de conceder incentivos fiscais para a construção de empreendimentos hoteleiros, a intervenção da prefeitura nos parâmetros urbanísticos da cidade foi responsável por mais de cem novos projetos licenciados ou em processo que nos permitiram, hoje, dizer que a carência na oferta de leitos na cidade é um desafio praticamente superado. Além disso, estima-se que cada novo quarto de hotel vai gerar cerca de quatro empregos, sendo um direto e três no setor de receptivo turístico - disse Lopes.
Seis novos hotéis na Lapa
De acordo com a Rio Negócios, a Lapa e adjacências, cujo número de frequentadores se torna cada vez maior, também terão sua rede hoteleira reformulada. Estão previstas até 2016 a implantação de seis novos hotéis nas ruas do Riachuelo, Gomes Freire e do Rezende.
Além disso, três motéis estão sendo convertidos (como é o caso do Hotel Fluminense e do SNOB) e três hotéis já existentes (Granada, Hotel Pouso Real e Rio's Presidente) passam por obras de ampliação ou retrofit (modernização). Quando essas 12 unidades estiverem prontas, a região vai oferecer aos cariocas e visitantes um total de 1.616 novos quartos.
Assim como outras regiões da cidade, que passam por obras de reformulação, o bairro da Lapa está passando por restaurações que procuram manter intacto o seu conjunto arquitetônico, que inclui prédios do início do século. A região abriga monumentos centenários, como os Arcos da Lapa, o Passeio Público, a Escola Nacional de Música e a Igreja de N. Sra. da Lapa. A região encanta os seus visitantes por ser um espaço multicultural, que mistura vários tipos de arte e inúmeros estilos musicais.