07/09/2013 15:34:00 » Autor: Anna Beatriz Cunha/Fotos: Ricardo Cassiano
Com 320km de ciclovias e ciclofaixas, a Cidade Maravilhosa tem a maior malha cicloviária do Brasil e a segunda da América Latina, atrás apenas de Bogotá, na Colômbia. Os investimentos da Prefeitura do Rio nesse modal de transporte alternativo fizeram com que a cidade recebesse o Prêmio Transporte Saudável 2013, aparecendo em 12º lugar no ranking Copenhagenize Index 2013, que analisa as 150 cidades do mundo amigas da bicicleta. Para conquistar este título, são desenvolvidas ações como o Programa Rio Capital da Bicicleta e o Bike Rio. Atualmente são registradas mais de um milhão de viagens de bicicleta por dia no Rio, tanto para pequenos deslocamentos como para o uso por parte do comércio. Até 2016, a meta da prefeitura é chegar a 450km de ciclovia na cidade, distribuídas em todas as regiões.
O Rio, que caminha para ser uma cidade de fato sustentável, adotou a bicicleta como mais um meio de transporte, por ser 100% não poluente e contribuir para a redução nas emissões de gases do efeito estufa. A bicicleta deixou de ser objeto de lazer e passou a ser um meio de locomoção em curtas distâncias, como no caso do aposentado Marcos Lélis, morador de Botafogo.
- Uso a bicicleta todos os dias para lazer e para fazer compras. É excelente como meio de transporte porque faço exercício, acabo tendo lazer, e é saudável. Além disso, diminui o problema de trânsito. Mais bicicletas significa menos carros nas ruas - explica.
Uma das preocupações do carioca ao optar pela bicicleta como meio de transporte é em relação ao local para guardá-la. Para isso, a prefeitura também incluiu na Política de Planejamento os bicicletários, que somam hoje mais de cinco mil vagas. Além disso, a prefeitura permite que o cidadão amarre a bicicleta em um mobiliário urbano, desde que não haja bicicletário no local e não obstrua a passagem do pedestre.
Segundo o subsecretário de Meio Ambiente, Altamirando Moraes, o importante não é só fazer ciclovia, mas dar condições de utilização para o cidadão.
- Só esse ano criamos mais de mil vagas nos bicicletários e tínhamos como meta criar 500. Conseguimos na legislação com que shoppings e supermercados sejam obrigados a ter bicicletário dentro do estacionamento deles, com 5% das vagas reservadas para bicicletas – afirma Altamirando, que é adepto do uso da bicicleta como meio de transporte:
- Tenho cinco bicicletas, entre elas uma dobrável ,que posso levar dentro de uma bolsa e pegar o metrô, por exemplo. Tenho também uma elétrica que serve para distâncias maiores ou lugares com muita subida. Uso as bicicletas no meu dia a dia de acordo com as ocasiões. A bicicleta tem um papel importante para tirar carros da rua, diminuir a poluição e manter a saúde.
Outra contribuição para a mudança de cultura no modo de locomoção do carioca foi a implantação do Bike Rio, sistema de aluguel de bicicletas. Basicamente concentrado no Centro e na Zona Sul, o projeto está disponível em 60 estações com mais de 600 bicicletas.
- Tem gente que já moldou a sua vida com esse sistema. Agora estamos instalando mais 200 pontos, que incluem a Barra, Recreio, Méier, Madureira e Jacarepaguá. Vamos passar a ter 2.600 bicicletas. Isso vai ser um salto. Por enquanto não colocaremos em bairros da Zona Oeste, porque lá a bicicleta já é um modal de transporte – destaca o subsecretário.
A bióloga Cristina Vilela, que também utiliza a bicicleta para pequenas distâncias, lembra que os pedestres devem respeitar os clicistas na ciclovia:
- Uso a bicicleta umas quatro vezes na semana. A ciclovia de Botafogo, onde moro, para a Urca é excelente. Mas é necessário respeito da população com quem pedala na ciclovia.
Para incentivar o uso da bicicleta entre os cariocas, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente promove campanhas de educação e conscientização, como o Dia Mundial Sem Carro, celebrado em 22/09.
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