Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro

 

 


 

Rio a três anos dos Jogos Paralímpicos 2016

06/09/2013 14:47:00  » Autor: Juliana Romar/Fotos: Ricardo Cassiano


Cerca de 150 crianças e jovens frequentadores da Vila Olímpica Manoel José Gomes Tubino, no Mato Alto, em Jacarepaguá, participaram nesta sexta-feira (06/09) de um encontro com o campeão paralímpico brasileiro Yohansson Nascimento, medalha de ouro nos 200m e  prata nos 400m T46, para atletas com membros superiores amputados, nas Olimpíadas de Londres 2012. O evento celebrou a contagem regressiva para os Jogos Paralímpicos Rio 2016, que chega à marca de três anos neste sábado (07/09).  

 

- É uma experiência muito gratificante estar aqui hoje contando a minha história e incentivando jovens com futuros promissores no esporte olímpico e paralímpico. Já nasci sem as minhas duas mãos e nunca me senti diferente das outras pessoas, sempre fiz tudo sozinho, jogava peão e bola de gude, soltava pipa, dirijo e não deixo que as dificuldades me impeçam de fazer nada. Sou uma pessoa normal e comecei a treinar com 17 anos. Minha maior conquista foi o ouro em Londres, mas quero subir no pódio aqui no meu país, fazer bonito dentro de casa, com a torcida toda vibrando. Tenho certeza de que muitas medalhas virão nesses Jogos de 2016 – declarou o alagoano Yohansson, que completará 26 anos no próximo dia 25.

 

Após uma rodada de perguntas dos jovens ao campeão brasileiro, Yohansson disputou uma série de corridas de 50m e posou para fotos com as crianças. Alex Oliveira, 13 anos, gostou de conhecer o atleta e falou sobre suas expectativas para o futuro:

 

- Comecei a treinar atletismo em 2009, no Ciep Alberto Pasqualino, em Santa Cruz, onde estudo. Sempre gostei muito de futebol, mas vi que levo jeito para o atletismo e resolvi me dedicar a este esporte. Treino três vezes na semana, três horas por dia, para tentar garantir a minha vaga nas Olimpíadas. Fiquei muito emocionado hoje em conhecer um atleta que é exemplo de coragem e superação. Vi que temos de enfrentar as dificuldades e não perder as esperanças. Meu sonho é conquistar uma medalha de ouro e levar o nome do Rio de Janeiro para o mundo.

 

Este também é o sonho de Guilherme da Cunha de Souza,  27 anos:

 

- Venho às terças e quintas fazer aulas de natação e de atletismo. Meu sonho é competir numa paralimpíada, ganhar uma medalha para o Brasil e representar bem o meu país. Aprendi hoje com o Yohansson que não podemos desistir, temos que lutar por nossos sonhos, e isso me inspirou. Quero ser como ele, um grande atleta.

 

O gerente de Acessibilidade e Sustentabilidade da Empresa Olímpica Municipal (EOM), Luiz Pizzotti, mostrou para os futuros atletas como os projetos voltados para os Jogos Paralímpicos estão mudando a cidade, tornando-a mais acessível e inclusiva. Ele destacou que o Rio receberá mais de quatro mil atletas com algum tipo de deficiência e, por isso, a prefeitura está investindo em melhorias que ficarão como legado.

 

Pizzotti citou a construção do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, e de quatro novas vias expressas, os BRTs (Bus Rapid Transit) Transoeste, Transcarioca, Transolímpica e Transbrasil; a ampliação da acessibilidade do Sambódromo, que vai receber as competições de tiro com arco; os novos hotéis da cidade; a requalificação dos passeios públicos; e o número crescente de jovens com deficiência e professores especializados nas Vilas Olímpicas da Prefeitura do Rio. Atualmente são 20 unidades esportivas atendendo 1800 pessoas com deficiência por mês e mais de 40 profissionais especializados. 

 

 

 

Parque Olímpico


A acessibilidade foi um dos principais requisitos do edital do concurso para a escolha do projeto do Parque Olímpico Rio 2016, na Barra da Tijuca, que receberá competições de 10 modalidades paralímpicas. Foi exigido que os projetos criassem condições favoráveis de acessibilidade aos espaços externos e edifícios. O projeto vencedor, assinado pelo escritório inglês Aecom, visa a atender de forma igualitária todos os espectadores, com ou sem deficiência, para que tenham a mesma experiência dos Jogos.

O projeto das áreas comuns e das instalações esportivas do Parque Olímpico incluem rotas acessíveis, banheiros adaptados, comunicação e sinalização tátil e assentos destinados a pessoas em cadeira de rodas, obesos, cegos e com mobilidade reduzida. Esses assentos têm boa visibilidade e estão distribuídos por todos os setores das arenas.

 

Sambódromo


Em 2012, terminou a reforma para adequar ao Sambódromo às exigências do maior evento esportivo do planeta – nos Jogos Paralímpicos, o local receberá as provas de tiro com arco. As novas instalações foram equipadas com banheiros adaptados, elevadores e áreas destinadas a pessoas com cadeira de rodas, obesos, cegos e com mobilidade reduzida. Se antes o acesso de pessoas com deficiências era restrito à Praça da Apoteose, agora há lugares em todos os setores.

 

Passeios Olímpicos


O objetivo do projeto é promover a requalificação dos espaços públicos do entorno de áreas olímpicas como o Complexo Esportivo de Deodoro, o Parque Olímpico, o Engenhão, o Maracanã e o Sambódromo. Os Passeios Olímpicos vão contribuir para o desenvolvimento dessas regiões e tornar mais rápida e agradável a circulação da população. Durante os Jogos de 2016, os Passeios Olímpicos servirão também para identificar os acessos às instalações esportivas e auxiliar no direcionamento do público.

O acesso de idosos, crianças, gestantes e pessoas com deficiência física ou visual também será facilitado por rampas, travessias e utilização de mobiliário urbano adaptado. O revestimento nas calçadas será adequado à passagem de cadeiras de rodas e carrinhos de bebês. Elementos de sombreamento natural e construído, como árvores e pérgolas, vão assegurar o conforto dos pedestres.

O traçado dos espaços dará ênfase à mobilidade, através da integração com estações de transporte público, como BRT, metrô e trem. Ciclovias serão implantadas sempre que houver condições viárias para a construção das faixas exclusivas.

 

BRTs


Os veículos das quatro novas linhas de BRT – já utilizados no BRT Transoeste – são acessíveis, com pisos antiderrapantes e sinalização sonora indicando as estações seguintes para pessoas com deficiência visual e sinalizações visuais para pessoas com deficiência auditiva. Os veículos têm espaços exclusivos para pessoas em cadeira de rodas, com a proteção necessária, além de assentos para pessoas com mobilidade reduzida, idosos, gestantes e pessoas com cão-guia.

As estações foram projetadas com rampas de acesso e piso tátil, além de catracas para pessoas com deficiência e área de espera com total acessibilidade. O acesso aos veículos acontece em nível através das estações de embarque.

 

Vilas Olímpicas


Em suas 20 Vilas Olímpicas espalhadas pela cidade, a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SMEL) trabalha para fortalecer cada vez mais o conceito de inclusão através dos serviços oferecidos para pessoas com deficiência. São atividades esportivas e culturais, com aulas específicas e/ou mistas, para fortalecer o conceito de inclusão. Cerca de 1.800 alunos com deficiência passam todos os meses nas Vilas, atendidos por mais de 40 professores especializados do corpo docente da SMEL.

As atividades oferecidas nas Vilas Olímpicas às pessoas com deficiência são: caminhada orientada, ginástica adaptada, ginástica laboral, oficina de psicomotricidade, dança adaptada, coral de libras, música, percussão, cordas, dança, hidroginástica, basquete, atletismo, natação, futsal, futebol, handebol em cadeiras de rodas, handebol adaptado, judô, bocha, taekwondo, jiu-jítsu, ginástica artística, basquete em cadeira de rodas, recreação e capoeira.

 

Time Rio Paralímpico


A Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPD), e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) renovaram em março deste ano o convênio de patrocínio do Time Rio Paralímpico. A iniciativa dá condições de treinamento de alto nível e infraestrutura a um grupo de 20 atletas e quatro guias.

O Time Rio Paralímpico é formado por atletas com deficiência visual e motora, que competem em quatro modalidades: atletismo, canoagem, natação e judô. Entre os selecionados estão medalhistas olímpicos como a judoca Karla Cardoso (prata em Atenas 2004 e Pequim 2008); e Lucas Prado, do atletismo (três ouros em Pequim 2008 e duas pratas em Londres 2012).

Esta é a segunda fase do projeto. No ano passado, 16 dos 20 atletas da primeira edição do Time Rio Paralímpico disputaram os Jogos de Londres, garantindo sete medalhas para o Brasil: um ouro, três pratas e três bronzes.

 

Acomodações

Para aumentar a oferta de quartos de hotéis no Rio de Janeiro, a prefeitura lançou, em novembro de 2010, um conjunto de incentivos para a rede hoteleira que contempla operações de compra e venda, construção ou reconversão de empreendimentos que devem ter o "habite-se" (documento que atesta que o imóvel foi construído seguindo as exigências da Prefeitura) até 31 de dezembro de 2015.

Os novos quartos de hotéis estão sendo construídos de acordo com a Lei Municipal 94, de Janeiro de 2009, que exige que os projetos tenham pelo menos 5% de quartos acessíveis.

 




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