Intervenções na Região Portuária vão aumentar em 27% a capacidade do sistema viário
10/07/2013 21:00:00 » Autor: Fotos: Raphael Lima
A Prefeitura do Rio apresentou nesta quarta-feira (10/07) ao Ministério Público Estadual o novo Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) do Porto Maravilha, elaborado em 2010 e atualizado em 2013 pela Sinergia, consultoria especializada em trânsito e mobilidade Urbana. O documento foi revisto a fim de responder aos questionamentos levantados durante a ação civil pública sobre a retirada do Elevado da Perimetral e o novo modelo de mobilidade urbana para a Região Portuária. O novo estudo aponta que os princípios de Mobilidade Urbana desenvolvidos pelo Porto Maravilha se aproximam do conceito da “cidade nova” ao propor uma rede integrada e confirma o papel degradador do viaduto, reconhecendo que sua retirada promoverá o aumento da capacidade do sistema viário em 27%, trará o resgate do patrimônio e da história da região, além de gerar significativos ganhos ambientais.
O documento analisa ainda a proposta da operação urbana Porto Maravilha, revela diagnóstico dos impactos em fase de obras e pós-obras, desenvolve e detalha modelos de mitigação e compensação durante as intervenções para implantação do novo modelo de mobilidade e ainda projeta sugestões de integração à cidade. O estudo reconhece o papel integrador do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Região Portuária e do Centro que, com suas 42 paradas, fará a ligação com diversos meios de transporte e, por sua vez, reduzirá a circulação de carros e ônibus. Além disso, a chegada do BRT (Bus Rapid Transit) ao Centro do Rio vai racionalizar e reduzir o número de linhas e veículos de ônibus municipais e metropolitanos. Já as ciclovias que vão atingir 17 Km de extensão complementarão a circulação interna da Região Portuária.
O modelo adotado pelas cidades mais desenvolvidas do mundo pressupõe ampliação da oferta de transporte público de massa com a integração dos modais. Assim, a interconectividade proposta pelo novo sistema de mobilidade urbana do Porto Maravilha, integrando barcas, trens metropolitanos, metrô, terminais marítimos, rodoviária, aeroporto e as futuras estações de Bus Rapid Transit (BRT), retrata o que há de mais eficiente.
O transporte de massa é citado como solução mais adequada e em consonância com a Lei de Mobilidade Urbana descrita no estudo Cidades em Movimento (Banco Mundial), com o Institute for Transportation and Development Policy (ITDP), com a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e com a União Internacional de Transportes Públicos (UITP). Os números do EIV projetam salto da capacidade de transporte atual de 350 milhões de passageiros/ano para 600 milhões/ano na cidade. Até 2015, haverá uma progressão linear com novos recursos no conjunto Metrô-Trens-Barcas, para salto que ganhará força com os novos investimentos no setor e entrada em operação do VLT (ver quadros).
Aumento da adesão dos usuários aos meios de transporte de 2003 a 2012 | |
Meio de Transporte | Crescimento |
Trens (Supervia) | 4,84% |
Metrôs | 5,72% |
Barcas | 7,85% |
ônibus | 4,30% |
Investimentos nos diversos meios de transportes de 2010 a 2016 (R$ 20,920 bilhões) | |
Metrô | R$ 10,200 bilhões |
Trens | R$ 2,100 bilhões |
Barcas | R$ 300 milhões |
VLT | R$ 1,300 bilhão |
BRT | R$ 7,000 bilhões |
BRS | R$ 20 milhões |
*Fonte: Atualização do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV)/2013
Parecer assinado pelo especialista Fernando MacDowell revela que o índice de carros “parados na garagem” no Rio de Janeiro, ou seja, que não vão para as ruas de forma cotidiana, é de quatro para 10. A progressão dos investimentos somada à qualidade da oferta dos serviços poderá promover a ampliação desse índice. A adoção do Bilhete Único Carioca e do metropolitano é outro ponto destacado que incentiva a integração. O trabalho assinado pelo professor mostra que as obras de substituição do Elevado da Perimetral pelo novo sistema viárioapresenta um aumento de 27% da capacidade de escoamento.
Atualmente, a Perimetral e a Rodrigues Alves têm, juntas, capacidade para 7.600 veículos/hora. A perspectiva é a de se promover salto para 10.500 após a implantação das vias Binário do Porto e Expressa. Outro destaque vai para a melhora do acesso ao terminal portuário de passageiros, pois turistas terão rede de transportes por VLT em área urbanizada e com facilidades para pedestres de forma incomparavelmente melhor do que hoje, e similar às mais modernas cidades.
O texto relaciona impactos das 38 frentes de serviços/obras – como o Túnel da Avenida Binário do Porto, a Praça Mauá, a Rua Primeiro de Março e a Rua Antônio Laje – e posiciona que são administradas e geridas de forma progressiva por meio de monitoramento. Também ressalta que o diálogo permanente com a população diretamente afetada pelas obras é um dos recursos comprovadamente eficientes na mitigação do impacto das obras.