Com o novo modelo, crianças têm acesso a um ensino de qualidade já nos primeiros anos de vida
09/04/2012 16:42:00 » Autor: Texto: Elisa Motta / Foto: Eliane Carvalho
Quem entra na sala do maternal II, no Espaço de Desenvolvimento infantil Edith Marques de Souza, em Padre Miguel, precisa tocar uma campainha feita de cartolina colorida. A história da “Campainha do seu João” foi uma alternativa criada pela professora Mônica Manhães para ensinar boas maneiras aos alunos. Desde então, a melodia “Blim, blim, blom, é a campainha do Seu João...” não sai da cabeça das crianças. É assim que os pequenos aprendem a formar palavras e a interagir com a sociedade.
- Temos um elevador ao lado da entrada da nossa sala, as crianças sempre faziam arte e apertavam o botão. Então coloquei uma campainha de mentirinha e inventei a música. Assim eles têm que apertar o botão e pedir licença para entrar. Logo todas as crianças e as outras professoras da escola também já estavam cantando a música, virou uma febre. Eles aprendem de maneira descontraída e divertida - afirma Mônica.
Em outra sala do EDI, o menino Juan Carlo Braga, de 3 anos, gosta de contar histórias. De acordo com a professora Carla Christina Fernandes, ele aprende e reproduz todos os contos que ela lê para a turminha. Essa alegria na verdade é o reflexo da maioria dos alunos:
- O Juan grava tudo que assiste e ouve. Ele gosta muito de cantar também, é talentoso, criativo, acho até que vai ser cantor. Procuramos sempre estimular essa criatividade nas crianças, isso faz parte do aprendizado, por isso nossas crianças são tão alegres.
A escola também adota uma história infantil a cada mês para trabalhar todos os aspectos de aprendizagem com as crianças. No mês passado, as atividades foram criadas a partir da história da Branca de Neve.
- Pegamos o exemplo dos 7 anões para trabalhar com as crianças a socialização. Cada anão tem um jeito diferente. Explicamos, por exemplo, que o Zangado está sempre brigando com todo mundo, mas que não é legal fazer o mesmo. Fizemos também uma brincadeira com o Soneca. Após o almoço, temos a hora do sono, antes cada um tinha que saltar uma barra de madeira e cair no colchão - explica a diretora-adjunta Elisa Patueli.
O EDI Professora Edith Marques de Souza foi inaugurado em maio do ano passado e desde então está contribuindo com um futuro melhor para esses pequenos que ainda estão nos primeiros anos de vida.
A diretora Deusiane Gonçalves Satyro afirma que a qualidade do atendimento desse novo modelo de educação se deve à boa estrutura aliada aos bons funcionários:
- Temos uma infraestrutura incrível. Mas é importante também destacar que os funcionários são muito qualificados e trabalham com alegria e amor. Esse carinho e integração faz toda a diferença. Já trabalhei na Prefeitura antes como professora, mas vejo no EDI uma oportunidade de desenvolvimento maior para a criança: ela sai daqui mais bem preparada, graças à estrutura pedagógica de alto nível que recebe.
Outro ponto alto do espaço é a integração entre os pais e a escola. De acordo com Elisa Patueli, há casos em que o pai tirou o filho de uma creche particular para colocar no EDI, por achar que a infraestrutura do local é melhor:
- Tem pai que diz que o nosso prédio é muito melhor que muita creche particular por aí – afirma.
Em Padre Miguel, as salas são amplas, possuem ar-condicionado, ventiladores e banheiros, feitos especialmente para as crianças. Nas salas, os pequenos assistem a filmes, ouvem histórias, brincam, e após o almoço no refeitório, voltam para as salas e dormem ao som de uma música relaxante. Algumas atividades também são feitas na ampla área externa. Nos dias de calor, o que a garotada mais gosta é o banho no “chuveirão” para refrescar. As crianças ficam na escola das 7h às 17h e lá fazem as principais refeições do dia.
Os Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDIs) já são uma realidade em diversos bairros da cidade do Rio. Esse novo modelo adotado pela Prefeitura, que integra creche e a pré-escola, vem transformando a rotina escolar de muitas crianças da Educação Infantil na cidade. Em apenas três anos, mais de 16 mil novas vagas foram criadas e até o final deste ano mais 15 mil serão abertas. Hoje são 64 EDIs já funcionando, mas a previsão é que mais 83 novos espaços sejam inaugurados.
Nos EDIs, as crianças são estimuladas a desenvolverem desde cedo a aprendizagem. A ideia é oferecer um ensino de qualidade já nos primeiros anos de vida, visando garantir um melhor desempenho em toda a vida escolar. A moderna infraestrutura dos espaços é feita especialmente para desenvolver a inteligência, a socialização e a coordenação motora dos pequenos, que contam com parquinho, brinquedoteca, biblioteca, berçário, sala multiuso e solário, além de salas alegres, coloridas e com todos os recursos pedagógicos que uma creche de bom nível deve ter. Nos EDIs são atendidas crianças de seis meses a 5 anos e 11 meses de idade, que têm diariamente atividades como aulas de pintura, psicomotricidade e letramento.
Parceria entre Clínica da Família e EDI ajuda no aprendizado de alunos
Além de boa estrutura e funcionários qualificados, as crianças do EDI Professora Edith Marques de Souza contam com vizinhos de luxo, a Clínica da Família Raymundo Fiorella.
- Há um tempo alguns funcionários de lá passaram a desenvolver atividades voluntárias aqui. Hoje teremos um teatrinho de fantoches realizado por eles. Os pequenos adoram quando o pessoal da Clínica vem aqui – empolga-se a diretora.
Dia 28 de março, por exemplo, a dentista Mônica Mayer e duas assistentes, da Raymundo Fiorella, levaram à escola um pequeno palco de madeira e alguns bonecos de pano coloridos, em forma de “dentinho”, “escovinha” e fio dental, para ensinar de forma lúdica como manter a higiene bucal e prevenir cáries. Encantadas, as crianças sorriam.
- Para nós é uma alegria oferecer uma pequena parte do nosso tempo para divertir e ensinar essas crianças. Veja o rostinho delas. Elas adoram isso – orgulha-se a dentista Mônica.
Os funcionários da clínica também já desenvolveram atividades de conscientização com os pais e funcionários da escola, realizaram palestras sobre prevenção de doenças e boa alimentação. Além dessas atividades, quando alguma criança passa mal, são os funcionários da clínica que entram em campo.
- Ter uma Clínica da Família aqui ao lado ajuda muito – conclui Elisa Patueli.
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