Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro

 

 


 

Prefeitura do Rio regulariza atividade das cozinheiras da Feira das Yabás

Município assina convênio que garante R$ 700 mil anuais para estimular o fortalecimento da feira


11/03/2012 16:04:00  » Autor: Flávia David / Foto: J. P. Engelbrecht


Foto: J. P.EngelbrechtHoje foi um dia de grande festa para o bairro de Madureira, na Zona Norte, especialmente para os admiradores da Feira das Yabás. As cozinheiras, que há décadas encantam a região com suas receitas africanas, receberam das mãos do prefeito Eduardo Paes os alvarás de liberação do exercício da profissão. Criado há dois anos, o Cadastro Único de Comércio Ambulante já beneficiou 35 mil comerciantes, que deixaram de atuar na informalidade.

 

Na ocasião foi anunciado convênio com a associação responsável para a implantação de melhorias na feira. O acordo garante o repasse de R$ 700 mil por ano para estas melhorias.

 

Ao lado do filho Bernardo, de 7 anos, do secretário municipal da Ordem Pública, Alex Costa, e do Secretário-Chefe de seu gabinete, Luiz Antônio Guaraná, o prefeito do Rio falou sobre a importância da feira para a história cultural da cidade:

 

- Estamos valorizando mais uma tradição do subúrbio do Rio. A partir de agora, não apenas legalizamos a atividade como também passamos a dar apoio e patrocínio à Feira das Yabás. Essa manifestação cultural é a cara do Rio. Trata-se de uma feira das mulheres de Madureira, do matriarcado dessa região. Poder estar aqui para apoiar o resgate dessa história é uma honra para mim - disse o prefeito, que passou um dos alvarás às mãos de Iranete Ferreira Barcelos.

 

Em 11 de janeiro, o prefeito decretou a criação da Feira Gastronômica das Yabás, que, desde então, funciona na Praça Paulo da Portela.

 

O evento acontece no segundo domingo de cada mês, com 16 barracas de comidas tradicionais da comunidade e da cultura negra, como mocotó, rabada, galinha com quiabo e a tradicional feijoada.

 

IdFoto: J. P.Engelbrechtealizador da feira, o cantor e compositor Marquinhos de Oswaldo Cruz contou um pouco da história da feira:

 

- Cada uma dessas famílias se destaca por uma especialidade gastronômica. Dado o sucesso junto aos moradores da região, decidimos unir o talento de cada família e criar a feira. Não se trata apenas de comida. O grande barato é que juntamos a culinária com bebida e bom samba. Legalizar essa atividade é reverenciar a importância das mulheres para a comunidade, a importância da gastronomia afrodescendente na cultura brasileira - afirmou Marquinhos.

 

O decreto que regulamentou as atividades no local também levou em consideração o interesse da prefeitura no desenvolvimento daquele bairro, bem como na geração de novas oportunidades de trabalho. A feira reúne membros das famílias de Tia Surica e Dona Neném, a matriarca do movimento.

 

A cerimônia foi realizada na quadra da Velha Guarda da Portela (popularmente conhecida como Portelinha).

 

Além das Yabás - que prestam homenagem às divindades femininas do Candomblé -, o município também regulamentou a atividade das baianas do acarajé, que preparam suas iguarias típicas nos locais liberados pela prefeitura para sua comercialização.


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