Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro

 

 


 

Prefeitura cria o Conselho da Cidade para revisar o Plano Estratégico

Cerca de 150 cidadãos formarão o Conselho que ajudará a elaborar o novo plano e dará visões sobre o Rio até 2030


15/12/2011 10:39:00  » Autor: Texto: Anna Beatriz Cunha / Fotos: Beth Santos


Foto: Beth SantosA Prefeitura do Rio lançou na manhã desta quinta-feira, dia 15, o Conselho da Cidade, que reunirá 150 cidadãos para ajudar na revisão do Plano Estratégico, cujas metas serão ampliadas até 2016. Formado por profissionais de diversas áreas como Jornalismo, Arquitetura, Engenharia, Economia, Artes, Meio Ambiente, entre outras, o objetivo do Conselho é refletir sobre a visão de futuro da Cidade Maravilhosa e definir o Rio que o carioca almeja, com projetos e metas mais ambiciosos.

 

Em cerimônia realizada no Palácio da Cidade, o primeiro encontro da revisão do Plano Estratégico contou com a participação do prefeito Eduardo Paes, de secretários municipais, artistas, jornalistas, entre outras autoridades. Na ocasião, o prefeito falou sobre a ideia da criação do Conselho da Cidade:

 

- O objetivo é ter cariocas que formem opiniões, que possam consolidar posições. Saber aonde a gente quer chegar e ter clareza disso é fundamental para qualquer cidade. A ideia é dividir o conhecimento, a articulação, para que a gente possa acertar nas decisões.

 

Em 2009, a Prefeitura do Rio desenvolveu um Plano Estratégico no qual foi concebida uma visão para a cidade com alcance até 2020 e metas objetivas até 2012. Estabeleceram-se diretrizes para 10 áreas de resultado, contendo 46 metas e 37 iniciativas estratégicas. Até o final de 2011, aproximadamente 80% das metas para o período foram alcançadas, com resultados altamente positivos para o Rio.

 

Foto: Beth Santos- Fizemos o primeiro Plano Estratégico em 2009. O trabalho foi mais interno, com as pessoas da própria prefeitura e agora chegou a hora de fazer a revisão. Estamos vivendo uma realidade completamente diferente daquela. O tempo passou e acho que a cidade melhorou. As coisas estão melhores e agora é um momento de reflexão para que a cidade possa ser mais democrática, mais aberta com as pessoas - explicou o prefeito.

 

Desde a concepção do atual Plano, importantes acontecimentos e ações têm transformado a cidade. O Rio de Janeiro foi confirmado sede das Olimpíadas de 2016; iniciativas de sucesso como o Porto Maravilha já são uma realidade; houve a retomada da capacidade de investimento da prefeitura, que praticamente dobrou os recursos em Saúde e Educação neste período. Portanto, após 3 anos de vigência e seguindo as melhores práticas das Gestões Políticas e Privada, a prefeitura inicia a primeira Revisão do Plano.

 

O secretário chefe da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho, disse que faltava esse olhar diferenciado dos mais diversos formadores de opiniões para pensar o Rio de Janeiro:

 

Foto: Beth Santos- Reunir 150 pessoas das diversas áreas que fazem acontecer no Rio, como cultura, turismo, saúde, e provocar essas energias a favor da cidade, nos ajuda a direcionar políticas públicas. É um espaço também de prestação de contas. A cidade vive um excelente momento de se transformar com a Copa do Mundo, com as Olimpíadas, e de mudar a sua história. É fundamental que a gente tenha esses diferentes processos de engajamento para que a cidade perceba que a oportunidade de se mudar não é só da prefeitura, não é só um papel do poder público, é também um papel da sociedade civil para que ela possa contribuir para que o Rio de Janeiro mude definitivamente a sua história.

 

Em um primeiro momento, mais de 50 especialistas foram entrevistados sobre suas percepções da cidade e os principais executivos da prefeitura realizaram uma série de oficinas de trabalhos. Em seguida, a Prefeitura do Rio encomendou ao Ibope uma pesquisa de opinião pública com mil cidadãos para conhecer a percepção do carioca sobre a cidade e seus anseios para o futuro. O terceiro elemento para contribuir com a revisão é a formação do Conselho da Cidade.

 

A fundadora e diretora do Pró-Criança Cardíaca, Rosa Célia Barbosa, disse que a iniciativa da criação do Conselho é válida porque não é possível construir um mundo melhor sem a participação da sociedade:

 

Foto: Beth Santos- Acho isso excelente porque não acredito em trabalhos individuais. Por exemplo, eu vou à praia e recolho todo o lixo. O papel do meu consultório é reciclado. Então, temos que fazer essas coisas. É muito bom ver pessoas que trabalham, que são sérias, estarem envolvidas como médicos, políticos. Achei muito interessante o sentido desse Conselho. Não acredito em nada isolado.

 

Nesse primeiro encontro, a equipe da Prefeitura do Rio explicou o papel do Conselho e apresentou o processo de construção do Plano Estratégico. Os integrantes do Conselho receberam um questionário com perguntas gerais sobre a cidade de hoje e o que esperam para o futuro do Rio; perguntas específicas das áreas de resultado e uma questão sobre o legado dos Jogos Olímpicos. Os conselheiros têm até o dia 6 de janeiro para enviá-lo à prefeitura.

 

O ator e criador do grupo Nós do Morro, Guti Fraga, também adorou a oportunidade de poder opinar nos assuntos relacionados à cidade:

 

- É a primeira vez que me sinto na posição de poder dar uma opinião real e de ter a possibilidade de manifestar o que a gente pensa em relação à cidade. Essa abertura da gente poder dar opinião de todos os níveis culturais é muito interessante. Nesse momento aqui tem uma coisa muito importante acontecendo independente das diferenças partidárias e religiosas. Eu estou aqui acreditando nessa oportunidade.

 

Em janeiro, os conselheiros participarão de oficinas de trabalho. Os grupos dessas oficinas serão formados por cerca de 20 conselheiros que trabalharão em conjunto com representantes da Casa Civil e das secretarias e órgãos responsáveis pela área de resultado.

 

A atriz a apresentadora de TV, Regina Casé, também está confiante na criação do Conselho:

 

- Acho uma maravilha. Estou muito feliz com o convite porque eu sempre tenho ideias e ouço muitas pessoas. Você sendo uma pessoa conhecida, os cidadãos vem muito para contar o que está acontecendo, o que elas estão querendo, as ideias delas. Aí eu guardava isso tudo e não tinha muito por onde escoar, por onde despejar. Acho que vai ser uma oportunidade ótima para isso. Acho que pode melhorar muito o Rio assim.

 

No fim de janeiro, uma equipe da Casa Civil, com apoio da McKinsey e do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG), vai cruzar percepções dos especialistas e dos executivos da prefeitura com a pesquisa do Ibope e o material das oficinas, formando a conclusão desse estudo. Em março, será apresentada a nova edição do Plano Estratégico e a cada seis meses o Conselho da Cidade se reunirá novamente para acompanhar o andamento das metas.

 

 

Dados da Pesquisa Ibope encomendada pela Prefeitura do Rio para a Revisão do Plano Estratégico

 

- 1.000 pessoas foram ouvidas (450 homens e 550 mulheres)

- o carioca está feliz com a vida que está levando e otimista em relação ao futuro da cidade:

. 80% estão satisfeitos ou muito satisfeitos com a vida que levam

. mais de 60% estão otimistas ou muito otimistas em relação ao futuro do Rio

- os cariocas identificam saúde, segurança e educação como os maiores desafios da cidade:

 

. 54% apontam que saúde deve ser prioridade. Índice que sobe para 67% entre os que ganham até um salário mínimo. Mas somente 60% de todos os entrevistados já procuraram atendimento na rede municipal de saúde

. 14% citaram segurança/violência. Os entrevistados com educação superior e renda acima de cinco salários mínimos são os que mais consideram a segurança como desafio.

. apesar de apenas 14% apontarem segurança/violência como o maior desafio, quando questionados qual o tema nos próximos dez anos que deve continuar sendo sempre endereçado para o rio ser a melhor cidade para se viver, a maioria dos entrevistados (21%) cita segurança.

. 12% elegeram educação, sendo que 21% dos entrevistados têm filhos em escolas municipais.

. em relação aos transportes, os cariocas citam como desafio melhorar a superlotação dos ônibus e a espera excessiva. Cerca de 90% dos entrevistados utilizam ou já utilizaram ônibus.

. em relação à habitação, os entrevistados citam como desafio ampliar a oferta de imóveis para famílias de baixa renda.

. em relação à conservação da cidade, os cariocas citam lixo nas ruas e nas calçadas e buracos nas vias como os principais problemas. Mas 50% dos entrevistados reconhecem que é dever do cidadão contribuir para manter o Rio de Janeiro limpo. Apenas 11% acreditam que a limpeza é uma atribuição exclusiva do poder público.

. já sobre o meio ambiente, poluição do ar e sujeira nos rios e lagos foram os problemas mais citados.


 


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