CTR entrará em operação em 2011 e também receberá o lixo dos municípios de Itaguaí e Seropédica
13/08/2010 17:57:00
O Rio de Janeiro se prepara para uma revolução verde na gestão de seu lixo. As obras da nova Central de Tratamento de Resíduos (CTR), em Seropédica, começaram nesta sexta-feira, dia 13, como anunciou o prefeito Eduardo Paes durante o lançamento do Fórum Carioca de Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável, no Palácio da Cidade, em Botafogo.
A CTR entrará em operação em 2011 e também receberá o lixo dos municípios de Itaguaí e Seropédica. Com isso, a Prefeitura encerrará as atividades no Aterro Controlado de Gramacho, em Caxias, o que ocorrerá gradativamente até o segundo semestre de 2012.
A Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos, por meio da Comlurb, estará à frente da implementação da CTR pela empresa concessionária Ciclus. A moderna tecnologia da nova CTR permitirá a redução recorde na emissão de gases de efeito estufa. A mitigação estimada nos empreendimentos é de 1,9 milhão de toneladas de CO2 por ano. É como se 1,4 milhão de carros movidos a gasolina deixassem de circular pela cidade. Esse desempenho ajudará o Rio a cumprir a meta para a redução de gases do efeito estufa, estabelecida em 2009 pela Política Municipal de Mudanças Climáticas, e compromisso assumido com o Comitê Olímpico Internacional para os Jogos Olímpicos de 2016. A proposta do Rio, estabelecida pela Prefeitura, é diminuir em 8% a emissão até 2012, 16% para 2016 e 20% para 2020.
“A prefeitura do Rio de Janeiro já pode orgulhar-se de estar no caminho limpo e ambientalmente correto da gestão de seu lixo. Em 2012 vamos botar um cadeado para o fechamento definitivo do Aterro de Gramacho, que hoje representa um grande passivo ambiental do Rio”, afirmou o prefeito Eduardo Paes.
Para o secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório, o Rio entra numa nova era com relação à gestão do lixo da cidade. “O Rio tem compromisso com a sustentabilidade e a Prefeitura quer que a nova CTR seja essa marca. Com a CTR de Seropédica, o Rio conta com projeto de alta tecnologia que permitirá o controle de riscos”, afirmou Osório.
Tecnologia limpa
A moderna CTR, que já tem licença ambiental, será construída com a tecnologia de ponta usada nos países com gestão de resíduo mais avançada da comunidade européia. O solo receberá uma tripla impermeabilização de base reforçada, com duas mantas de polietileno de alta densidade e, no meio delas, um sistema de sensores interligados para dar total segurança à central. A CTR será a primeira do Brasil com tantos recursos de controle de qualidade ambiental – as novidades implementadas devem se tornar referência até para os órgãos ambientais.
O volume de 1,9 milhão de toneladas de redução de CO2 por ano, estimado pela Ciclus, e que será negociado no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL, da ONU), é recorde mundial no setor de resíduos, segundo ranking disponível no site da ONU.
Atualmente, a maior operação de créditos de carbono no setor de lixo é de 1,2 milhão de toneladas de CO2 por ano, num empreendimento baseado na Coreia do Sul. As empresas que conseguem reduzir suas emissões de gases poluentes obtêm créditos de carbono, comprados por companhias de países ricos que têm metas obrigatórias de baixar seus níveis de poluição.
O aproveitamento bioenergético é capaz de gerar 30 MW de energia quando a CTR estiver em pleno funcionamento, o que corresponde à iluminação de uma cidade de 200 mil habitantes. Além disso, em duas das sete estações de transferência de resíduos (ETRs) que beneficiarão o lixo recolhido nos municípios de Rio, Seropédica e Itaguaí, serão implantas usinas de geração de energias térmica e elétrica a partir da queima do lixo. A tecnologia é largamente utilizada na Europa, pois filtra os gases poluentes e reduz significativamente o volume de lixo que vai para o centro.
Texto: Ascom da Secretaria Municipal de Conservação e Resíduos Sólidos