Revelar os fundamentos culturais e gastronômicos e valorizar toda a tradição por trás do trabalho das baianas que trabalham com acarajé. Este é o objetivo principal do projeto "Salvaguarda do Ofício das Baianas do Acarajé", da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro em parceria com o Iphan (instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e articulação pedagógica com a Secretaria Municipal de Educação, através da Gerência de Projetos.  As primeiras oficinas aconteceram no dia 15 de agosto e reuniram quase 200 alunos de duas escolas localizadas no Complexo da Maré.

A primeira oficina aconteceu na escola Escritor Bartolomeu Campos de Queirós, com participação de sete professores e sessenta crianças do quarto ano. Depois foi a vez da Escola Municipal Nova Holanda, também da 4^aCRE, da qual participaram doze professores e 137 estudantes de turmas do quarto, quinto e sexto ano.

Claudia Piton, Teresa Catia e Cida Bahiana mostraram aos alunos segredos de seu ofício. A começar pela indumentária característica, composta por saias, anáguas, panos da costa, entre outros itens. A ordem de vestimenta e seu significado foram explicados peça por peça. Em seguida, houve demonstração de como se faz o acarajé, da seleção e preparo de ingredientes à montagem, passando pela elaboração dos recheios e cocção no óleo de dendê. Toda a cultura envolvida neste ofício, assim como origens e evolução nos diversos períodos da história do Brasil foram explicadas a uma atenta plateia.

As oficinas realizadas fazem parte de um projeto piloto, que, em seu formato definitivo, será levado a outras escolas e bibliotecas municipais, com o objetivo de difundir e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, crenças, sexo e etnia.

Além da equipe da Subsecretaria de Identidade Cultural da Secretaria Municipal de Cultura, a programação contou também com a presença da Superintendente do Iphan no Rio de Janeiro, Mônica da Costa. Em 2005, o órgão reconheceu o ofício das baianas do acarajé como patrimônio cultural imaterial do Brasil.